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Teoria Das Relações Internacionais

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Por:   •  30/9/2013  •  1.435 Palavras (6 Páginas)  •  626 Visualizações

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Na França da Grande Guerra o sentimento estabelecido em relação ao inimigo era de ódio, que estabeleceu o eixo principal da representação social.

A luta contra a Alemanha, segundo Henri Bérgson, é a luta da civilização conta á barbárie.

O ódio ao inimigo e a ameaça a civilização em situação de conflito, leva à desumanização.

No período da Primeira Grande Guerra, grandes escritores se unem em um projeto comum, La Nouvelle Revue, revista literária que traz elementos de duras críticas ao período e literatura. Seus fundadores, André Gide, Jean Schlumberger e Jacques Rivière, se vêem em um momento de ódio ao inimigo e de suas representações.

Será tratada em duas fases a passagem da paz à guerra e da guerra à paz, com elemento central o inimigo nacional, da mobilização e desmobilizações culturais.

O momento vivido pelos nossos escritores como de muitos outros era o de apoio a guerra, mas trabalhavam na retaguarda até o fechamento de sua revista, e passam a ser privados de escrever e de se pronunciarem publicamente, mas trazem em seus escritos a mobilização patriótica.

André Gide passa pela guerra de forma mais branda, já não é um agitador, o que lhe é muito desconfortável, pois crê que os que portam trajes militares estão em plena liberdade de pensamento. Reconhecendo que, em seu caso, é o espírito que se mobiliza. Engaja-se civilmente no acolhimento de refugiados franceses e belgas, fugidos das zonas ocupadas pelos alemães.

Em cartas escritas a Sclumberger, Gide exalta a guerra como “regeneradora”, “o grande golpe de vento que varreria as impurezas”.

A decadência nacional que a guerra poderia frear, é um dos condutores do pré-guerra a guerra, explicando o porquê foi aceita pelos escritores, que estava em um movimento contraditório de idéias e sentimentos, característico dos anos de 1910.

Mas à medida que a guerra se prolonga as concepções formadas por Gide se desgasta, o otimismo inicial é tomado por uma guerra longa e mortífera; começa a desenvolver uma teoria sobre a superioridade alemã, o efeito da guerra para a França seria regenerador, forçando em uma modernização.

A Alemanha, segundo Gide, demonstra sua força na guerra, a França em compensação é um país que não sabe mais se defender, devido ao alcoolismo. Demonstrando a favorável idéia germânica da extinção da população incurável, corrompida.

As reflexões de Gide vão de encontro ao discurso da guerra, onde a Alemanha é a encarnação do mal. Essa inversão de valores dado por Gide não consta em nenhuma carta somente em seu diário, assim não correria o risco da censura da época.

Prevalece sua admiração pelo bruto, nas técnicas sociais do darwinismo ligadas aos Alemães.

No Foyer pode perceber que as melhorias que ocorriam com os infelizes eram uma forma insana de prolongar a vida.

Verifica-se a brutalidade tomando conta de seu mundo, mostrando um processo endurecido e desumano, da submissão da sociedade inteira.

Admirador da força demonstrada pelos Alemães, Gide adere à Ação Francesa, que no período da Grande Guerra, teve grande sucesso, sendo um de seus apogeus.

Ao final da guerra, Gide se diz a favor da punição da Alemanha, essa inversão de valor tem a ver com a suspensão da ameaça e a necessidade da paz.

Motivado pelo patriotismo, aos 28 anos, Jacques Rivière serviu como sargento e foi para o conflito da Primeira Guerra Mundial. Com apenas três dias de confronto fora feito prisioneiro de guerra e passa cerca de três anos em um campo de prisioneiros na Alemanha.

Diferente de Gide e Schulumberger viveu de fato todos os sentimentos hostis que uma guerra proporciona. E a partir destes, começa a nascerem outras idéias sobre emoções referentes ao Estado.

Abomina o ódio como se fosse uma razão para que iniciasse um conflito, aborda que o ódio tinha que ser extinto e não proliferado. Em seu livro L.Allemand, souvenir et réflexions d’un prisonnierde guerre define os alemães, e para Rivière eles não possuíam princípios e por isso eram tão duros, não tinham o que perder. Constata também que o alemão é um ser em estado de formação. Ainda em seu livro transcreve seus traumas, admite que houve uma desumanização e perda de identidade motivada pelo medo de roubarem seus valores.

Depois da publicação de seu livro, começou a sentir remorso de seus pensamentos terem se tornados públicos. A partir deste acontecimento passou a pensar de uma nova forma. Como diretor da revista La NRF publicou vários artigos políticos e em alguns criticava duramente a forma conservadora da França e de como a flexibilidade da Alemanha conquistava.

Com mais um fracasso na negociação na Conferência de Gênova, Rivière exalta a importância da paz e que ao contrário do ódio, era para dar-lhe vida. Durante o período em que tornara seus pensamentos públicos, Jacques fora censurado tanto pelos alemães quanto pelos franceses, primeiramente por ser antiquado e depois por ser inovador com idéias de conciliação.

Jean Schlumberger foi um dos escritores críticos e literários que expressou seu ódio contra seu inimigo Alemanha desde o começo ao fim da guerra.

Schlumberger foi reformado em 1914 aos 37 anos de idade por insuficiência cardíaca, contudo, se alistou como voluntário e passou seus primeiros anos da guerra numa bateria pesada comandada pelo seu irmão. Ele não participou da guerra, mas permaneceu

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