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Resenha Crítica-Raça Pura

Por:   •  1/8/2021  •  Resenha  •  599 Palavras (3 Páginas)  •  248 Visualizações

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Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no Mundo

Pietra Diwan, historiadora, mestre em História pela PUC-SP e especialista em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade de Granada na Espanha, publicou em 2015 a obra intitulada “RAÇA PURA: uma história da eugenia no Brasil e no mundo”, no qual ela discorre sobre os sujeitos excluídos do ideal iluminista, e se aprofunda na discussão sobre a eugenia e sua genética histórica, suas origens e fundamentos.

O termo “eugenia” foi criado por Francis Galton, na década de 1880 no Reino Unido. O eu vem do grego, e significa “bom”. Genia quer dizer “linhagem”. Naquela época Galton não pretendia criar exatamente uma “raça pura”, mas sim uma “sociedade perfeita”. E de perfeita a sociedade londrina da época não tinha nada. Faltavam saneamento e água tratada. Sobravam doenças contagiosas e pobreza. A eugenia de Galton logo passou a ser base científica para toda sorte de racistas.

Para formular sua teoria, Galton teve como base o darwinismo, teoria de evolução das espécies criada por seu primo, Charles Darwin, com os resultados de sua pesquisa sobre a seleção natural, e a sobrevivência entre os animais. Na luta pela vida, só os mais bem adaptados sobreviveriam e perpetuariam na natureza, tendo essas características já inatas ao ser.

Na visão de Galton, uma dessas características inatas era a miséria, e que para extingui-la bastava que os ricos deixassem mais descendentes que os pobres. Com o tempo, todos os londrinos teriam o que ele chamava de “boa linhagem”. E assim surge a eugenia, o qual segundo a autora é fruto da burguesia inglesa que se encontrava em um período de crise (DIWAN, 2015).

As ideias de superioridade e de pureza de determinado grupo não são exclusivas da Antiguidade, tampouco dos eugenistas. Antes mesmo de ser escrita, essa teoria já era aplicada em vários lugares, temos registros, por exemplo de Platão escrevendo em “A República” que a sociedade humana iria se aperfeiçoar por meio de processos seletivos. A autora traz que, “mesmo na Idade Média, em que tudo era resultado da vontade divina, a noção de superioridade do povo cristão sobre os muçulmanos em relação à posse da Terra Santa e a da inferioridade indígena para justificar a dominação do Mundo Novo podem ser constatadas. Não havia descrições raciais nesses argumentos, mas incontestavelmente se desenvolveram estratégias ideológicas que tornaram os cristãos superiores e os muçulmanos e indígenas - infiéis e pagãos, respectivamente -inferiores, justificando assim as guerras de perseguição e o extermínio indígena nas Américas.” (DIWAN, 2015).

Depois que começou a se propagar pela Europa, a teoria da eugenia ganhou muita força nos EUA e naquela época a esterilização não era algo permitido, a partir dai o governo levou como política de Estado a esterilização, principalmente de pessoas com deficiência. A esterilização forçada virou lei nos EUA a partir de 1927, com um caso que ficou muito famoso, chamado Buck versus Bell. No final deste caso, a Suprema Corte dos EUA chegou à conclusão de que não apenas estava certo, como era irresponsável não esterilizá-la, tendo em vista que Buck tinha histórico de pessoas deficientes mentais na família. Na época o próprio presidente Roosevelt escreveu uma carta falando sobre o caso, ele dizia

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