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Os Festejos Tradicionais e a Religiosidade Popular

Por:   •  30/10/2018  •  Artigo  •  610 Palavras (3 Páginas)  •  265 Visualizações

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Os Festejos Tradicionais e a Religiosidade Popular.

Marcos Henrique dos Reis

Quando os meses de junho e julho chegam, com eles a tradição dos festejos religiosos populares dessa época se espalham por nossa região e por todo o Brasil. Quer sejam as festas “juninas” de Santo Antônio, São João e São Pedro, como também outros festejos tradicionais e não menos importantes na cultura do povo, como a Festa do “Rosário”, as Congadas entre tantas outras.

Estes festejos religiosos de origem popular são parte integrante da piedade cristã popular que foi consolidada ao longo dos séculos em todas as regiões da América Latina marcadas pelo catolicismo ibérico (português e espanhol). Assim podemos afirmar que a prática da Fé Católica, como parte fundamental da cultura latino americana, é a prática de uma fé fortemente marcada pela religiosidade popular.

No fim da década de 1970 os bispos do CELAM assim já compreendiam: “Entendemos por religião do povo, religiosidade popular ou piedade popular o conjunto de crenças profundas marcadas por Deus, das atitudes básicas que derivam dessas convicções e as expressões que as manifestam. Trata-se da forma ou da existência cultural que a religião adota em um povo determinado. A religião do povo latino-americano, em sua forma cultural mais característica, é a expressão da fé católica. É um catolicismo popular” (Documento de Puebla, 444).

Durante muito tempo, e por uma série de razões, sejam de ordem política, cultural, religiosa ou pastoral, foi esta uma das únicas formas de manifestação da Fé que animou a vida e a cultura dos povos latino americanos que se constituíram nas suas mais diversas nacionalidades.

Desta forma, o Cristianismo Católico de herança ibérica, adquiriu aqui manifestações próprias e foi aos poucos sendo sedimentado na identidade religiosa e cultural de cada povo. Sendo fortemente caracterizado pelas manifestações populares religiosas, quase em sua maioria de matriz leiga, envolvendo o espaço da sociedade local (vilas, arraiais). Dentre estas manifestações populares podemos citar os festejos religiosos tradicionais que até hoje estão presentes na cultura religiosa regional, como por exemplo: as Festas de Padroeiros nas paróquias e capelas de bairros, as Festas Juninas, as Congadas, as Festas do Divino, as Folias de Reis etc.

De modo específico podemos então constatar que “... o Catolicismo brasileiro caracterizou-se, desde o início, por sua secularidade (no sentido de independência do poder eclesiástico, durante todo o período colonial), a expansão da religião sendo feita pelos próprios colonizadores, cuja iniciativa e participação na vida religiosa eram intensas. As múltiplas formas de culto, que se constituíam principalmente na realização de procissões, romarias, festas e outros tipos de devoção aos santos... desenvolveram-se usualmente sob a responsabilidade de “particulares” proliferando as irmandades e confrarias, estruturas organizadas desta atuação. A propósito das festas religiosas – entre as quais se distinguem as que incluem uma parte realizada dentro dos templos, com os rituais católicos próprios como a missa, e outras preponderantemente externas, onde se situam as juninas, a de Reis e do Espírito Santo, marcadas por “comemorações religiosas nitidamente familiares e sociais” – Riolando Azzi constata: ‘Todas essas festas mantém seu caráter religioso, mas de tônica profundamente leiga, onde a presença do padre só se faz sentir na missa e no sermão, quando a festa o comporta’.” (CAMPOS, Marta Silva. As Festas do Carmo. 1998. pág. 29).

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