A Liberdade
Seminário: A Liberdade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: larissaperckian • 31/8/2014 • Seminário • 1.173 Palavras (5 Páginas) • 224 Visualizações
“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” Cecília Meireles, em Romanceira da Inconfidência
De uma forma geral, a palavra “liberdade” significa a condição de uma pessoa não ser submetida ao domínio de outro e, por isso, ter pleno poder sobre si mesmo e sobre seus atos.
O desejo de liberdade é um sentimento profundamente arraigado no ser humano. A capacidade de raciocinar e de agregar valores de forma inteligente são o que confere ao homem o sentido da liberdade, entendida como a plena expressão da vontade humana.
Do ponto de vista legal, o indivíduo é livre quando a sociedade não lhe impõe nenhum limite injusto, desnecessário ou absurdo. Uma SOCIEDADE LIVRE cria condições para que seus integrantes compartilhem, igualmente, da mesma liberdade.
Acredita-se que o tema em questão tem origem no legado deixado pelo cristianismo, ao revelar para o ser humano a sua qualidade de pessoa livre, chamada à comunhão com Deus através do evangelho de Jesus Cristo.
Para o cristianismo, a liberdade é uma das mais importantes garantias da cidadania em sua plenitude, intrínseca ao ser humano criado por Deus. Não há direito mais sagrado na terra do que o da liberdade civil, social ou do pensamento. Ser livre é ser pessoa. Não ser livre é ser escravo, é ser qualquer coisa (rés), menos ser personalidade digna de si mesma.
Disso resulta a interpretação do homem como um ser sócio-histórico, em permanente relação com o mundo e com o seu criador, capaz não apenas de reagir ao meio ambiente, mas, sobretudo apto para responder a este.
Em sua existência, o homem está sempre se projetando para fora na busca constante da construção do seu ser. Não nasce pronto, acabado. Sua essência está na liberdade, por isso é capaz de elaborar utopias, ir além dos seus limites, romper com o que o aprisiona, pois é da sua natureza o destino de tornar-se livre. O homem foi chamado para ser livre e esta liberdade é marca peculiar da criação de Deus.
No Novo Testamento, há a proclamação de Cristo “A verdade vos libertará” (João 8:32). Essa realidade tem na redenção realizada por Jesus a liberdade em seu significado mais poderoso, uma vez que Ele nos libertou do mal maior.
O apóstolo Paulo define a existência cristã como um viver em liberdade: “Por que vós, irmãos, fostes chamados à liberdade” (Gálatas 5:13). A liberdade apresenta-se na linguagem paulina como uma dádiva de Deus, essência do ser humano. Mas também é uma tarefa, posto que liberdade não é a ausência de responsabilidade.
Assim, a liberdade é algo absolutamente constitutivo da vida humana e isso tem uma conseqüência evidente: que o homem é livre e, ao mesmo tempo, responsável. Porque sou livre, sou responsável. O homem se sente sujeito a deveres e, portanto, responsável e, por conseguinte, tem que ser livre. Se não fosse livre, não teria sentido ser responsável.
O homem é forçosamente livre; “lo es por fuerza”, diz o pensador Ortega. Entretanto, ele pode renunciar à sua liberdade em um ato livre. Se eu renuncio à minha liberdade, se, por exemplo, eu digo: “agora vou fazer o que os senhores me digam”, estou decidindo livremente e, no caso, executo também um ato de liberdade, que é renunciar a ela…; por isso, a liberdade é irrenunciável.
Há muitos graus de liberdade. O homem pode ter pouca liberdade porque está oprimido pelas circunstâncias. É evidente que o homem pode ter uma circunstância enormemente limitada: pode não ter recursos; pode viver na pobreza; pode estar oprimido por outras pessoas, pode viver numa situação política de falta de liberdade, mas,mesmo assim, continuar livre.
O homem tende a exercer a liberdade em todas as ações externas. Quando elas são cerceadas, frustram-se o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo e desprezam-se seus direitos e sua dignidade. Entretanto, apesar de toda a violência externa, as pessoas são muitas vezes capazes de manter a liberdade de arbítrio sobre seus atos internos (pensamentos, desejos, amor, ódio, consentimento moral ou recusa), preservando assim sua integridade e dignidade, como acontece com pessoas submetidas a situações extremas de privação de liberdades.
Desde o Iluminismo, muitos foram os esforços para a plena libertação do homem. A conquista da liberdade era o objetivo maior no desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Os projetos de libertação propunham o fim da dominação do homem sobre o homem. O homem procurou libertar-se
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