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HEGEMONIA ECONÔMICA REGIONAL CHINESA: Medidas Que Levam À Hegemonia

Por:   •  27/9/2016  •  Artigo  •  3.346 Palavras (14 Páginas)  •  309 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso De Relações Internacionais

 

 

 

A HEGEMONIA ECONÔMICA REGIONAL CHINESA:

Medidas Que Levam À Hegemonia

André Martins de Andrade

Victor Gonçalves Vieira Arantes

RESUMO

Este artigo tem como objetivo demonstrar a influência da presença econômica chinesa dentro dos mercados do sudeste e leste asiático,  configurando-se como um grande parceiro dos países da região em questão. Apresenta uma análise com viés majoritariamente econômico que denota se a China cria uma hegemonia regional, pensando em termos de influência sobre os principais países da região de análise.

Palavras-chave: China, Hegemonia, Economia, Potência Regional.

 

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

2016

A China e sua economia

Analisando a conjuntura econômica no leste e  sudeste asiático com enfoque na economia chinesa e a suas relações junto aos países da região, observa-se a alta produção industrial chinesa, denominada fábrica do mundo, e suas políticas que almejam o desenvolvimento no médio e longo prazo. A China já se estabelece como potência econômica mundial desde as reformas econômicas realizadas a partir de 1978 pelo Partido Comunista da China, o qual governa o país desde 1949.

A Republica Popular da China foi fundada em 1949 por Mao Tsé-Tung, tendo sido adotado pelo governo um sistema de planificação econômica, centralizando-a nas mãos do estado, tendo os meios agrícolas e industriais sob o controle do Estado. Tal controle perpassava por todas as fases que iam desde as fábricas e fazendas até a mesas da população. A quantidade de produtos distribuídos era controlada, além de sua comercialização, tendo o Estado atuando no controle do nível de preços. Apesar de estável economicamente, a China era um país de crescimento limitado e perceptivelmente aquém de seu potencial econômico devido à tamanha população e capacidade produção, tendo em uma possível abertura grande possibilidade de crescimento.

Segundo Levine (1984) apud Mingjiang (2009) apesar das reformas econômicas realizadas em 1978, a China que já era uma potência regional ainda não possuía uma forte política econômica regional. Assim a China, a partir das reformas, caminharia para a implementação de políticas que poderiam aproximá-la dos países da região via comércio, investimentos (próprios e IDE) e instituições internacionais, políticas as quais através da economia estabeleceria boas relações e renderiam a China um alto crescimento econômico.

Ainda, a China ingressa na Organização Mundial do Comércio em 2001 após diversas negociações com os países já membros da organização, adotando o sistema liberal pregado pela organização para que pudesse fazer parte. Construindo uma certa confiança no comércio internacional, tendo adotado medidas impostas pela OMC, a China desenvolve suas relações comerciais com o mundo inteiro e também no âmbito regional devido a acordos que tiveram origem após este ingresso. Como os seguintes compromissos delimitados pela Organização Mundial do Comércio impostos à China para sua entrada na organização:

· Provir um tratamento não descriminatório aos países membros da organização, tratamento empresas estrangeiras com o mesmo respeito e direitos que as empresas internas;

· Eliminar preços de valor duplo, os mesmos preços para itens internos terão os mesmos valores do que os itens de exportação;

· O controle de preços não deveria ser usado com o propósito de conceder proteção às indústrias domésticas e os prestadores de servições internos;

·  O acordo com a OMC deveria ser implementado pela China no âmbito doméstico, revisando as leis existentes e aplicando a nova legislação conforme o acordo;

· Dentre três anos da adesão, todas as empresas teriam o direito de importar e exportar quaisquer materiais e os comercializar por todo o território alfandegário com exceções limitadas;

·  A China não deverá implementar nenhum subsídio a exportação de produtos da agricultura.

O governo Chinês promoveu políticas para o mercado regional que alavancaram ainda mais sua influência econômica ao formar parceiros comerciais regionais. Por exemplo ressalta-se o acordo denominado “CAFTA”, o qual foi acordado dois anos após a entrada na OMC, que representa um acordo de livre comércio entre os países componentes da “ASEAN”²[a] (citar países da asean no rodapé <http://asean.org/asean/asean-member-states/> - Tailândia, Filipinas,  Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei,  Vietnã e Mianmar) e a China.

Buscaremos demonstrar como a abertura do mercado chinês promoveu seu engrandecimento relativo aos países da região e destaque no sistema internacional, devido a intensificação de relações econômicas. Sendo um país de imensa quantidade de mão de obra, com 1,3 bilhões¹ [b](Disponível em: ) de Chineses, e também devido a isso com um grande mercado consumidor devido a imensa população.

Veremos, utilizando da teoria da interdependência complexa como instrumento, como se construíram interdependências dos países com relações econômicas junto a China, como por exemplo devido aos capitais estrangeiros investidos no mercado chinês, como os advindos do Japão, Taiwan e Coreia do Sul, que aumentaram o grau de interdependência entre os países, tanto no âmbito financeiro como no comercial. Estes investimentos em produção serão vistos de forma a pensar que o dinheiro estrangeiro trás consigo um vínculo entre os países, e de alto interesse da China pois assim promoveria sua importância no cenário regional, tomando frente na promoção da economia e tornando os países do sudeste e leste asiático parceiros, tais como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e os ASEAN, ressaltando a economia como ferramenta para a o desenvolvimento mútuo e relevando questões políticas como veremos no presente artigo.

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