A INSCRIÇAO DA ETICA E DOS DIREITOS HUMANOS NO PROJETO ETICO-POLITICO DO SERVIÇO SOCIAL

A INSCRIÇAO DA ETICA E DOS DIREITOS HUMANOS NO PROJETO ETICO-POLITICO DO SERVIÇO SOCIAL

Para a autora Barroco, o Código de Ética foi fundamental para a legitimação do Serviço Social, definindo suas conquistas democráticas e sua emancipação. Visto que na década de 60 e 70 suas bases historias foram marcadas fortemente pelo enfrentamento ao conservadorismo que existia na profissão e na década de 80 por sua participação democrática.

A partir da década de 60, ocorreu manifestações que tinha como objetivo romper com valores morais, costumes e princípios. Destacando mulheres e jovens que buscavam esse rompimento com tradição dos valores morais, porém todas essas manifestações ético-morais não se reflete no Serviço Social, já que a profissão buscava romper com o político-ideológica da ordem burguesa e seu conservadorismo.

Na década de 1980 para o desenvolvimento de um projeto ético-político, é essencial a democracia política, na organização da categoria política e nos conhecimentos teóricos. Nos anos 80 o projeto apresenta uma fase madura, porém esse amadurecimento teórico será concretizado apenas na década de 1990, com uma fundamentação do campo filosófico direcionado para ontologia. Portanto, quando a ética é analisada por uma visão ontológica ela pode ir além, contribuindo para a sistematização ética.

Sendo assim, a ética profissional nos anos 1980 se torna um enfrentamento, pois a ética nesse período não é suficiente por falta da sistematização dos seus fundamentos profissionais, perante suas finalidades propostas. Somente nos anos 1990 quando a ética for tratada ontologicamente será possível que seja concretizada, pois sua proposta será diferente da ética tradicional. Barroco destaca que é preciso efetivar essa capacitação ética.

Em relação ao Código de Ética de 1986 fala-se sobre uma nova ética que poderá proporcionar um melhor resultado nas lutas da classe trabalhadora e uma nova visão da sociedade, espelhada na vontade coletiva e superando toda a visão de valores universais.

Barroco afirma, que o amadurecimento teórico-político do Serviço Social foi no início da década de 1990. O Código de Ética de 1993 com base numa fundamentação ontológica, tem uma visão de ampliar a reflexão e a intervenção da ética profissional, implicando na ruptura com os antigos Códigos de Éticas que tem valores morais, normas e deveres legais.

Sendo assim, nos anos 1990 a ética do Serviço Social com fundamentos filosóficos, passa a alcançar um método crítico-dialético e tendo como base pensadores da teoria política moderna e contemporânea.

O projeto ético-político é consolidado em 1993, pois houve uma ruptura com a visão do Código de Ética de 1986. Em 1996 a questão ética passa a ter destaque curricular nas escolas de Serviço Social, visto que é fundamental para a profissão.

É possível notar que na década de 1990 houve grande importância em questão de debates que foram realizados em torno da ética. Resultando a ética como capacitação profissional e levando para outras atividades de aprendizado com outras profissões. Essa possibilidade de interação com outras profissões se deu nos anos 60 e 70 com a visão crítica sobre as ciências sociais e a “crise” do Serviço Social tradicional, transformando a prática dos profissionais que passaram a se identificar como  “agentes de mudanças” isso proporcionou uma nova relação com outras profissões.