A inclusão social dos surdos brasileiros
Por: Hitoga Otousan • 22/2/2019 • Artigo • 1.244 Palavras (5 Páginas) • 203 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Thiago Flávio Arjona Moreno
Produção Individual XI: Curso: Sistemas de Gestão Integrada da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho e Responsabilidade Social.
Disciplina: LIBRAS
São Paulo
2018
Enunciado: A inclusão social dos surdos brasileiros
Muito se tem dito a respeito de inclusão nos últimos tempos. Integração e inclusão são palavras frequentemente encontradas na literatura sobre diversidade, embora tenham significados diferentes. A integração objetiva “normalizar” a pessoa deficiente, e ela deve esforçar-se para adaptar-se ao meio social. Desse processo resulta a oralização, no caso das pessoas surdas. Sassaki (1997) diz que os conceitos inclusivistas são recentes na sociedade moderna, surgiram a partir de movimentos que tem por objetivo a construção de uma sociedade mais justa. Na inclusão a sociedade deve adaptar-se para que as pessoas deficientes possam ter uma convivência social satisfatória.
“ A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade, através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos, espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios, mobiliários e meios de transportes, e na mentalidade de todas as pessoas, portanto, também do próprio portador de necessidades especiais”. (SASSAKI, 1997, p.40).
Para esta produção individual, gostaria que você apresentasse um texto de 05 páginas, respondendo às seguintes questões: De que maneira a língua de sinais pode promover a inclusão social dos surdos brasileiros? Você identifica algum processo integracionista em algum espaço social? Justifique sua resposta com base a fundamentos teóricos.
Pesquise sobre o tema em diversas fontes confiáveis. As aulas 01 a 04 podem ajudar na escola de fundamentos teóricos e além disso, seguem dois links que poderão ajudar na sua produção. Você poderá observar nos diversos ambientes em que transita se há uma verdadeira acessibilidade para os surdos. Faça uma reflexão sobre isso.
P) De que maneira a língua de sinais pode promover a inclusão social dos surdos brasileiros?
A partir do conteúdo exposto na Aula 03, entende-se que existe toda uma construção de identidade e de culturalidade próprias dos surdos que tem na língua de sinais o seu principal meio de entendimento, posicionamento e interação dentro da sociedade. Antes de se ver a deficiência, é preciso olhar para a pessoa. No caso dos surdos, não é diferente, e é preciso reconhecer que eles possuem uma língua própria e uma identidade por meio dos quais demonstram seus potenciais. É preciso lembrar, conforme citou Goldfeld (1997, 39), que os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua próprias.
No caso dos surdos brasileiros, ainda existem barreiras sociais e legais que impedem que a sua inclusão seja plena.
Como barreiras sociais, pode-se citar alguns preconceitos e mitos, listados por Quadros e Karnopp (2004, 31-37) que precisam ser desmistificados e melhor compreendidos pela sociedade brasileira ouvinte, e se concentram principalmente na ideia de que a língua de sinais é composta basicamente de gestos, incapaz de expressar ideias abstratas, e que ela não possui uma estrutura linguística e gramatical, classificando-a como algo menor.
A língua de sinais é incapaz de expressar conceitos abstratos, por se tratar de uma mistura de mímica com gesticulações. Por conta do conceito filosófico de que o mundo das ideias é abstrato, erroneamente entendeu-se que a língua de sinais estaria colocada no mundo concreto, por associar os sinais aos gestos. Esse argumento é derrubado quando entende-se que os sinais das línguas de sinais podem expressar qualquer tipo de ideia abstrata. Sendo possível falar dos sentimentos, das emoções, como em qualquer língua falada.
A comunicação gestual dos ouvintes deu origem a língua de sinais. Mais uma vez, há confusão de gestos com língua de sinais. As pessoas acreditam ser fácil aprender a língua de sinais porque, em sua concepção, são gestos. Porém, é preciso estudo, dedicação e treino para adquirir fluência na língua de sinais, como em qualquer língua falada.
A língua de sinais é considerada inferior à língua oral, pois não apresenta uma estrutura própria, nem uma organização gramatical. É importante notar que as línguas de sinais são autônomas e independem das línguas faladas do seu país, e possuem níveis linguísticos de análise e complexidade similar às línguas faladas. Por exemplo, em países de língua portuguesa, as línguas de sinais são diferentes entre si.
Quanto às barreiras legais, por mais que exista uma Política Nacional para Surdos, conforme listada na Aula 03, ela ainda é deficitária em garantir a inclusão social do surdo. Por exemplo, por mais que a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, defina a Libras como segunda língua oficial do Brasil, as demais leis, decretos, regras e normas que a complementa, determinam a obrigatoriedade do ensino, por exemplo, para um determinado grupo da sociedade, quando na verdade, o ensino de Libras deveria ser universalizado a ponto de o surdo conquistar autonomia em todos os aspectos da sua vida cotidiana.
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