ANÁLISE DOS MOVIMENTOS DE GASTRONOMIA MOLECULAR/TECNOEMOCIONAL E GASTRONOMIA LOCAL/TERROIR
Por: lauraneeves_ • 8/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.085 Palavras (5 Páginas) • 392 Visualizações
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE GASTRONOMIA
LAURA MOTTA NEVES
GASTRONOMIA ESPANHOLA:
ANÁLISE DOS MOVIMENTOS DE GASTRONOMIA MOLECULAR/TECNOEMOCIONAL E GASTRONOMIA LOCAL/TERROIR
SÃO LEOPOLDO
2017
Laura Motta Neves
GASTRONOMIA ESPANHOLA:
Análise dos movimentos de gastronomia molecular/tecnoemocional e gastronomia local/terroir
Trabalho apresentado para a disciplina Técnicas Gastronômicas Europeias, pelo Curso de Gastronomia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, ministrada pelos professores Alexandre Baggio e Flávia Silveira.
São Leopoldo
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4
3 CONCLUSÃO 6
REFERÊNCIAS 7
1 INTRODUÇÃO
A gastronomia espanhola é resultado de um processo de globalização que deu origem às cozinhas regionais. Seus ingredientes são coloridos, aromáticos e inconfundíveis. Uma culinária tão rica, hoje é palco de movimentos que estão adquirindo novos seguidores a cada dia.
A gastronomia contemporânea está dividida em dois movimentos que pendem para lados opostos. Enquanto uma parte pretende voltar ao tradicional, dando ênfase aos ingredientes locais e técnicas tradicionais, o outro prato da balança pende para a inovação, transcendendo suas cozinhas para laboratórios químicos. Dois Chefs espanhóis se destacam quando se trata desses assuntos, o tradicionalista Santi Santamaria e o vanguardista Ferran Adrià.
Neste trabalho serão apresentados e analisados os aspectos destes dois movimentos e como estes influenciam na gastronomia espanhola, tendo como objetivo aprofundar o conhecimento a cerca dos assuntos abordados e compreender sua importância.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Analisando os dois movimentos que estão ocorrendo simultaneamente na gastronomia espanhola, podemos observar uma guerra entre vanguardistas e tradicionalistas. Enquanto uns procuram inovação no mundo da química, outros procuram refúgio através de técnicas e preparações clássicas.
A gastronomia de terroir traz à mesa ingredientes característicos da região, garantindo assim, insumos frescos e a movimentação da economia local. Esse é um modo de fazer as pessoas darem mais valor às preparações e ingredientes que podem ser encontrados em regiões específicas, mudando a ideia de que tudo que vem de outros lugares é melhor. Indo para esta linha de pensamento, tradição é a palavra-chave para descrever este tipo de gastronomia.
O chef conservador Santi Satamaria, um dos principais nomes do movimento de cozinha de terroir, é enfático quando exalta a importância de nunca perder suas raízes. Durante sua carreira, sempre lutou para manter o tradicionalismo vivo e não se deixar levar pela incorporação de aditivos químicos em suas preparações, dando preferência sempre para os produtos mais frescos possíveis. Durante o Madrid Fusión 2007, Santamaria, desabafou: “A verdade da cozinha é cozinhar, cozinhar e cozinhar. Não creio na cozinha científica nem na intelectualização do fato culinário. Não me importa saber o que ocorre com o ovo quando o frito, só quero que fique bom.”.
Já o vanguardista Ferran Adrià não se incomoda com o fato de utilizar equipamentos tecnológicos em prol da inovação na cena gastronômica. Sua cozinha foi transformada em um laboratório que é palco de testes para suas novas criações, geralmente fora do comum.
A gastronomia molecular estuda os fenômenos físicos e químicos envolvidos no mundo da culinária. Por volta de 1988 um químico francês, Hervé This e um físico húngaro, Nicholas Kurti, estudaram detalhadamente a cocção dos alimentos para adquirir conhecimento sobre esta prática tão comum, cozinhar. Para dar um novo aspecto à comida, texturas diferentes são exploradas, a desconstrução é uma ideia muito utilizada que é encontrada em diversos pratos. O objetivo aqui é trazer um conceito inusitado para a preparação que será apresentada. Estes também se importam com as sensações que a comida gera ao comensal. A gastronomia tecnoemocional procura interagir com os sentimentos e emocionar a pessoa que degusta o produto, trazendo lembranças saborosas à sua mente, como mencionou Adrià para a revista Veja em 2005: “É divertido trabalhar com a memória, mudar a forma de sabores que estão arquivados.”.
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