AS EMOÇÕES NO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
Por: 010864 • 1/6/2020 • Trabalho acadêmico • 1.847 Palavras (8 Páginas) • 261 Visualizações
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Alunos:
EMOÇÕES NO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
Rio de Janeiro
2020
EMOÇÕES NO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
Relatório de pesquisa, válido como requisito da disciplina, apresentado ao Curso de Psicologia da Universidade Veiga de Almeida.
Orientadora: Prof. Dra. Myriam
Monteiro
Rio de Janeiro
2020
SUMÁRIO:
- Introdução........................................................................................................4
- O impacto emocional do ambiente familiar..................................................5
- O impacto das emoções do borderline no ambiente social........................6
- A importância da psicoterapia para o tratamento........................................7
- Entrevista com o especialista........................................................................8
- Conclusão........................................................................................................10
- Bibliografia.......................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo principal descrever como se relacionam e se processam as emoções no transtorno Borderline (TPB), no ambiente familiar e social.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 10% dos pacientes acometidos pela doença cometem suicídio.[1]
Para evitar consequências tão graves, é de extrema relevância a compreensão do problema. Por isso, serão descritos, aqui, o impacto emocional do ambiente familiar para o desenvolvimento do TPB, bem como seu impacto social, e a influência da psicoterapia no tratamento do transtorno.
2. O IMPACTO EMOCIONAL DO AMBIENTE FAMILIAR
Como elucidou a especialista no tópico anterior, o ambiente familiar conflituoso, traumas e abusos na infância são fatores que contribuem para o surgimento do TPB.
Sobre o tema, A. R. Romaro ainda ensina que o ambiente familiar é considerado como um dos possíveis fatores predisponentes à patologia borderline. Famílias em que há predominância de dificuldades conjugais de hostilidade, agressividade, brigas recorrentes, quadro de alcoolismo, dentre outros.[2]
Existe um estudo elaborado por Hoffman, Buteau, Hooley, Fruzzetti e Bruce, datado do ano de 2003 que trata exatamente sobre o conhecimento da família sobre a desordem da personalidade borderline.
Nesse estudo, os autores descobriram que quanto mais os membros da família sabem sobre TPB, maiores são suas sensações de fardo, sofrimento emocional e hostilidade com relação a pessoa com TPB.[3] Isso signfica que a falta de informação precisa sobre a doença pode levar a própria família a contribuir para o agravamento da doença instalada no indivíduo.
Ora, um ambiente familiar instável contribui para o desenvolvimento do transtorno, enquanto uma família estável pode reduzir o risco de desenvolvimento da doença. Por exemplo, existem momentos em que a família está distante demais, ou interferindo demais na vida uns dos outros, abusando de críticas e acusações.
São momentos como esse, com a simples alteração do tom de voz e uso de palavras agressivas podem desencadear esse transtorno.
O pior é que sua rede de relacionamento, na maioria das vezes, está restrita à essa mesma família, que não o compreende e ativa, frequentemente, o desenvolvimento da doença.
Além disso, o site “Saúde Business”, em um artigo que trata especificamente sobre o paciente borderline e sua família relata que o borderline é dependente emocional e financeiramente de sua família. Define o borderline adulto como uma pessoa muitas vezes bastante inteligente, mas que sofre de forma muito parecida com a uma criança ou um bebê.
3. O IMPACTO DAS EMOÇÕES DO BORDERLINE NO AMBIENTE SOCIAL
Na opinião de Marsha Linehan, a sensibilidade, intensidade e duração com a qual as pessoas com TPB experimentam as emoções tem tanto aspectos positivos quanto negativos.[4]
Pessoas com TPB são excepcionalmente idealistas, alegres e amorosas. No entanto, muitas vezes são sufocadas por emoções negativas, ao ponto de viverem um intenso luto ao invés de uma simples tristeza; vergonha e humilhação, ao invés de um mero constrangimento; ódio ao invés de irritação; e pânico, ao invés de um nervosismo comum. Tudo isso gera um impacto agressivo em seu convívio social, atrapalhando sua interação com pessoas nos mais diversos ambientes – seja de descontração, seja de trabalho.
Por viverem no limite das emoções, se tornam reféns da exposão de sentimentos que os invadem, e frequentemente são excluídos do convívio pelo próprio grupo social que frequentam.
Isso potencializa os sintomas da doença, vez que pessoas com TPB são especialmente sensíveis aos sentimentos de rejeição, isolamento e sensação de fracasso.
E por não terem controle dessas emoções negativas, acabam se automutilando, e algumas vezes se suicidam antes mesmo de desenvolverem estratégias para o enfrentamento.
Noutro lado, muitas vezes o próprio borderline se isola, por não saber interpretar as reações de quem está a seu redor, o que causa muita raiva, mesmo sem um motive aparente. Essa raiva, em muitas vezes, se manifesta em intensidade desproporcional à situação que vivem.
Além da raiva, sintomas como ansiedade, medo e insegurança que geram as frequentes mudanças de humor, tornam muito mais difícil a manutenção de uma boa vida social, profissional e pessoal.
Por não serem capazes de enfrentar essas emoções, terminam por se desligarem delas completamente, os levando a uma aparência meio “inerte”.
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