Análise de Cidadania no Brasil: O longo caminho
Por: alvicar • 13/5/2018 • Trabalho acadêmico • 5.293 Palavras (22 Páginas) • 328 Visualizações
CAPfTULO 3
Divisão sexual do trabalho na ordem "sociometabólica" do capital
- uma análise necessária para a emancipação das mulheres
A emancipação das mulheres exige uma ordem social qualitativamc:nre diference.
Mészáros
A divisão sexual do trabalho é uma das formas centrais para a exploração do capital sobre o trabalho. Essa divisão segmenta os trabalhos de homens e mulheres e hierarquiza tais trabalhos de forma a subalternizar os considerados natu ralmente femininos em relação aos considerados naturalmente masculinos. O acesso das mulheres às profissões adequadas ao sexo feminino, todavia, não se desenvolve naturalmente. Uma prova de que a divisão sexual do trabalho não resulta da existência de uma essência feminina ou masculina, é saber que uma atividade especifica mente masculina em uma sociedade pode ser especificamente feminina em outra.
A divisão sexual do trabalho resulta de u m sistema pa triarcal capitalista que por meio da divisão sexual do trabalho confere·às mulheres um baixo prestígio social e as submete aos trabalhos mais precarizados e desvalorizados.
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Ao investigar a posição da mul her pera nte o rrabalho está-se recompondo todo o processo de socialização que ela viveu.A escolha de uma carreira e de um trabalho é a síntese de toda uma preparação prévia onde a orientação dos valores sociais se fez sentir encamfohando a mulher para determinadas carreiras (...). Subjacente às escolhas determinadas pela vocação, está um longo processo que leva a jovem a gostar de carreiras adequadas ao sexo feminino, que não encontram elevadas barreiras quando exercidas e que não dificultam muito o casamento. Estasvantagens compensam algumas desvantagens, como a remuneração baixa e o exercício de carreiras cujo presdgio social não é muito elevado (Blay, 1978, p. 286).[pic 1]
Isso significa que o Serviço Social não possui uma essência feminina, mas, torna-se uma profissão mais procurada pelo público feminino devido à ideologia patriarcal que se expressa pela educação sexista. A educação sexista não educa homens e mulheres apenas de forma diferente, mas, também, desigual, levando muitas mulheres a crerem que possuem uma essência que as tornam naturalmente mais aptas para determinados trabalhos. Para isso, inculca valores e qualidades considerados femininos para moldar um modelo de mulher apto a atender aos interesses patriarcal capitalistas.
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