As “Novas” economias e “novos” modelos de organizações no contexto dos Arranjos Produtivos Locais (APL)
Por: Ana Rodrigues • 10/9/2022 • Trabalho acadêmico • 1.306 Palavras (6 Páginas) • 2.053 Visualizações
Temática: “Novas” economias e “novos” modelos de organizações no contexto dos Arranjos Produtivos Locais (APL)
Não deve fazer muito tempo em que começamos a ouvir falar do termo “novas economias”, e paramos para pensar, afinal o que é isso? O que seria essa nova economia?
Podemos tomar por “novas economias” a expressão que define um método diferente da economia tradicional que já vinha sendo utilizada no mercado. Essa nova economia surge com o intuito de transformar o relacionamento comercial entre a empresa/marca e seus clientes/consumidores, tendo seu foco descentralizado do produto e voltado à prestação do serviço.
Segundo Camargo e Pohlmann (2009) “As Novas Economias podem ser exploradas pelo viés da inovação, da sustentabilidade, das redes de cooperação e de novos mercados” (apud BALESTRIN e VERSCHOORE, 2008). Ou seja, elas surgem de âmbitos que não eram vistos anteriormente, com uma nova maneira de pensar e agir.
Camargo e Pohlmann (2009) também afirmam que a nova economia carrega a essência de gerar oportunidades, quando busca revisar as práticas atuais, e cria novos atos que provoquem valores ainda não existentes no contexto econômico atual. (apud BALESTRIN e VERSCHOORE, 2008).
A economia compartilhada retrata muito bem esse contexto econômico que foi citado acima, pois o foco dessa economia é rever suas práticas atuais no mercado e criar novos meios de relacionamento entre marca e consumidor. A Economia Compartilhada é um novo sistema social e econômico, baseado no compartilhamento de recursos humanos, físicos ou intelectuais (KUVIATKOSKI, 2018). Ou seja, se baseia no consumo compartilhado, por exemplo, aluguel de carros, estadias e etc. sem que haja necessariamente a posse, mas apenas o uso do bem, por exemplo, a Uber, que conecta os passageiros a um motorista particular. O consumidor utiliza o carro, mas não detém posse do mesmo.
Um formato conhecido de Economia Compartilhada são os Arranjos Produtivos Locais (APLs). Os APLs “são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa”. (GOV.BR, 2021).
Sendo assim, as empresas/empreendedores que fazem parte de um APL desfrutam de uma rede de compartilhamento não só de bens, mas de conhecimento, experiências e oportunidades, em unidade compartilham de muito mais benefícios do que atuando no mercado sozinhas.
Abordaremos nesse trabalho como surgiu a economia compartilhada, como ela funciona e quais são seus benefícios para os Arranjos Produtivos Locais.
A metodologia a ser utilizada no desenvolvimento do trabalho será a pesquisa bibliográfica, em busca de reportagens e artigos acadêmicos, para levantamento de dados e melhor entendimento do assunto abordado.
DESENVOLVIMENTO
A economia compartilhada se refere a uma prática comercial que viabiliza o uso coletivo de determinados serviços, unindo assim quem deseja ofertar determinado serviço e quem quer consumir desse serviço.
Foram nos anos 90, nos Estados Unidos que a economia compartilhada surgiu impulsionada pelos avanços tecnológicos, avanços esses que proporcionaram para as pessoas a redução dos custos das transações on‐line.
Esse tipo de economia foi introduzido por adeptos da tecnologia, iniciando a uma nova forma de consumo, onde ao invés de comprar, as pessoas preferem alugar, tomar emprestado ou compartilhar. (WIKIPÉDIA, 2021).
E “Compartilhar é a palavra-chave desse novo conceito, a economia compartilhada baseia-se no uso e não na posse” (AEVO, 2021).
Dentro disso é possível compreender que a economia compartilhada beneficia não somente que tem o produto ou serviço para oferecer, mas também que deseja usufruir dele. Sendo possível através desse modelo de economia, muitas famílias gerarem uma renda extra. Por exemplo, a Uber e Airbnb.
Além da renda extra, o modelo de economia compartilhada contribui para a redução dos impactos no meio ambiente, fomenta o empreendedorismo, populariza o acesso a serviços, reduz desperdícios e gera mais oportunidades de negócios.
E como dito anteriormente um formato conhecido de Economia Compartilhada são os Arranjos Produtivos Locais, “o arranjo produtivo local (APL) é um conjunto de fatores econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e aprendizagem” (wikipedia, 2017).
Ou seja, segundo RS.GOV (s.d) as empresas que fazem parte de um arranjo, geram entre si vínculos de cooperação, pois atuam com atividades, bens ou serviços semelhantes, estão em busca de informações sobre os mesmos mercados, carecem de tecnologias parecidas e usam os mesmos insumos.
Juntas, compartilham de muito mais benefícios e oportunidades do que atuando sozinhas, como exemplo, José Roberto Suriano, dono da Agris Embalagens, integrante do APL de Plásticos do Grande ABC, diz em uma matéria do SEBRAE (2009), “Entrei no APL no fim de 2007, e está sendo muito bom, porque tenho a oportunidade de receber consultoria e participar de feiras em que, sozinho, não teria condições de ir”.
Essa é mais uma vantagem de participar de um APL, pois as empresas pequenas enfrentam alguns obstáculos e dificuldades ao tentar algum financiamento, porém ao fazer parte de um APL, o poder de negociação ganhar força, pois não se trata mais de apenas uma empresa, mas de um grupo.
Podemos dizer sobre a atuação do APL:
“Fortalecer o poder de compras, compartilhar recursos, combinar competências, dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas, partilhar riscos e custos para explorar novas oportunidades, oferecer produtos com qualidade superior e diversificada são estratégias cooperativas que têm sido utilizadas com mais frequência, anunciando novas possibilidades de atuação no mercado”. (SEBRAE, 2017).
No modelo APL as empresas compartilham pesquisas, tecnologias, treinamentos, insumos e entre outros.
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