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Discussões sobre o estado, a vida na sociedade

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Por:   •  5/9/2014  •  Tese  •  592 Palavras (3 Páginas)  •  370 Visualizações

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As discussões acerca do Estado, da vida em sociedade e dos caminhos para se chegar à democracia e à cidadania, conduziram os homens, sob a égide do pensamento filosófico e das ideologias, por uma multiplicidade de práticas políticas que influenciaram e foram influenciadas pela prática educativa, fato perceptível ainda hoje. Como afirma Saviani (1999), em suas onze teses sobre a educação:

"Educação e política são fenômenos inseparáveis, porém efetivamente distintos entre si. Tese 2: Toda prática educativa contém inevitavelmente uma prática política. Tese 3: Toda prática política contém, por sua vez, inevitavelmente uma dimensão educativa" (Saviani: 1999; 98)

Mais ainda, as estruturas sociais são as grandes definidoras dos fenômenos educacionais e culturais, o que leva à conclusão que sua compreensão permite o entendimento de "alguns problemas pedagógicos crônicos como o analfabetismo, a exclusão escolar, a prática docente e as diferentes possibilidades de profissionalização" (Cunha: 1998, 29).

Daí, é essencial rediscutir e redescobrir o "por que" e o "para que" educar. Isto se deve ao fato que, mais do que outra área do conhecimento humano, a educação envolve uma gama de saberes e fazeres que deságuam na transformação do indivíduo, levando-o, ao longo de sua história, a construir, reconstruir e adequar-se a modelos e realidades sociais. De acordo com o pensamento de Ferreira (1993):

"A clássica questão do por que e para que educar admite sempre várias respostas. Concepções político-filosóficas, ligadas a tempos e espaços diferentes, aparecem nos discursos do ‘dever ser’ da educação. É sempre polêmico delinear os fins da educação, e não se trata de privilegiar o indivíduo ou a sociedade. O homem concreto, produto/produtor das múltiplas relações sociais, se efetiva em interações nem sempre harmoniosas com a natureza e os outros homens." (Ferreira: 1993; 5)

Destarte, mesmo que não se queira admitir, esse "evento transformador" tem íntima ligação com a política, que segundo Johnson (1997) "é o processo social através do qual o poder coletivo é gerado, organizado, distribuído e usado nos sistemas sociais" (1997; 178). Poder-se-ia dizer que educar é estabelecer uma posição política e assim, teria como seu principal objetivo a manutenção ou a mudança da estrutura de poder. E mais: o ato de educar é uma luta pelo poder ou, ao menos pela igualdade. Logo, o educador está diretamente envolvido nestas questões, como coloca Ferreira (1993) ao afirmar que:

"Ao transformar o mundo social e natural, o homem transforma a si mesmo, e o objetivo último dessa transformação é a supressão de suas carências, quaisquer que sejam. O educador não pode deixar de envolver-se nessa questão. Sua atividade profissional envolve aspectos políticos, econômicos e sociais e, mais do que isso, tem uma dimensão ética, cuja legitimidade está ligada a esses fins. A prática educativa sempre traz em si uma filosofia política, tenha o educador consciência disso ou não." (Ferreira: 1993; 5)

Diante destas considerações, vê-se que o currículo constitui fator primordial dentro da construção de um projeto educacional que conduza a uma sociedade democrática e justa, com equidade

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