Distanciamentos sobre as diretrizes curriculares para o Ensino Médio para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT).

O presente trabalho tem como objetivo discutir as aproximações e distanciamentos sobre as diretrizes curriculares para o Ensino Médio para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT). A discussão deve ser fundamentada a partir da ideia da EPT como ambiente formador do trabalho como princípio educativo.

A construção do referido texto será pautado na leitura dos textos e vídeo indicados, como outros meios de informações e autores conforme a área de graduação dos participantes deste grupo, caso seja necessário.

“ Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção’’ Paulo Freire

Tanto os educadores, bem como os familiares dos educandos tem noção da importância da educação básica como formação do individuo como um todo. Mas sabemos que os três últimos anos tem grande relevância para o futuro destes jovens é neste exato momento que definem seus futuros, alguns rumo ao trabalho, outros para ensino superior; como mudar esta realidade.

O termino do ensino médio deve ser pautado no preparo muito mais efetivo para os jovens que provem de escolas publicas, pois temos ciência da desigualdade que ocorre entre o ensino publico e privado. Sendo assim a educação publica deve proporcionar meios para que esta desigualdade pelo menos não aumente.

Sabrina Moehlecke descreve em seu artigo “O ensino médio e as novas diretrizes curriculares nacionais”..... muito se debate a respeito da grade curricular do Ensino Médio, o que é reforçado pela discussão sobre o Novo Ensino Médio e suas mudanças implementadas através da introdução da Base Nacional Comum Curricular nas escolas, de acordo com a lei nº 13.415/2017.

A nova realidade que se apresenta e se renova constantemente exige que se criem projetos de educação que preparem os alunos das escolas públicas de maneira mais completa, em termos intelectuais, sociais e éticos, para que estes não sejam ainda mais prejudicados pelas desigualdades de condições na educação.

O tema ensino profissional e tecnológico é perpassado por algumas principais vivências: a do aluno (futuro profissional trabalhador), do professor e das instituições de ensino com suas regras particulares e legislação vigente, sendo todas mediadas pelas relações humanas.

É de conhecimento coletivo a importância que o trabalho tem na vida das pessoas, tendo em vista que nos reconhecemos nele e somos reconhecidos através dele. O trabalho é um fator de prazer e também de sofrimento, sendo que ele nos constitui como sujeito na sociedade, é através dele que nos realizamos. Por vezes sofremos pelas condições as quais ele é realizado, tanto em ambientes insalubres e ou inadequados. Temos conhecimento que existe uma diferença entre o trabalho prescrito (neste caso as Leis e diretrizes) e trabalho real (como ele ocorre na prática nas instituições) e nesta relação deve-se levar em conta a subjetividade dos envolvidos.

Quanto a teorias sobre os processos de aprendizagem e aquisição de conhecimento, BOCK (2002) sita as teorias de Vigotski e Piaget que refere que os fenômenos devem ser estudados em movimento é compreendido como em permanente transformação. Que a história dos fenômenos é caracterizada por mudanças quantitativas e qualitativas, que a mudança na “natureza do homem” é produzida por mudanças na vida material e na sociedade. Para estes autores, a aprendizagem sempre vai incluir as relações entre as pessoas e as relações do indivíduo com o mundo estando sempre mediada pelo outro. BOCK (2002) pág. 123.

Para Vigotski apud BOCK (2002), o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para dentro, e é no processo de ensino aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o consequente desenvolvimento do indivíduo. Neste sentido, a educação passa então a ser vista como processo social sistemático de construção da humanidade. Entende-se o homem como um ser social e em permanente movimento, se transformando apesar de aparentemente parecer sempre igual. “Para existirmos precisamos atuar sobre o mundo transformando-o de acordo com as nossas necessidades. Ao fazer isso, estamos construindo a nós mesmos”. BOCK pág. 143.

Ao analisar a Resolução CNE/CP nº 1, de 5 de janeiro de 2021 percebe-se que nos princípios norteadores, o texto é focado nas competências profissionais e na centralidade do trabalho; e não dá ênfase as competências comportamentais e nas relações humanas. Tratam de forma discreta os saberes “sócio emocionais” para a produção do conhecimento.

Com relação às necessidades específicas dos alunos conforme redação “X - articulação com o desenvolvimento socioeconômico e os arranjos produtivos locais; podem ate ser uma oportunidade quando existirem, e quando as instituições possuam instalações equipamentos adequadas e modernizadas, professores qualificados para a criação de cursos que atendam às particularidades econômicas locais. Temos verbas destinada a formação tanto pessoal altamente qualificado como para a estrutura física; para que possamos realmente formar profissionais que possam atender a economia local ou aonde se destinarem a irem.

XI - observância às necessidades específicas das pessoas com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação, gerando oportunidade de participação plena e efetiva em igualdade de condições no processo educacional e na sociedade;” foi observada pela redação, bem como a garantia de acesso às ofertas educacionais aqueles que se encontra em regime de acolhimento ou internação e em regime de privação de liberdade.

XIII - reconhecimento das identidades de gênero e étnico-raciais, assim como dos povos indígenas, quilombolas, populações do campo, imigrantes e itinerantes; XIV - reconhecimento das diferentes formas de produção, dos processos de trabalho e das culturas a elas subjacentes, requerendo formas de ação diferenciadas;”

Nestes dois itens, existe um reconhecimento do diferente nos espaços