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Exame Fisico

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Por:   •  10/10/2014  •  3.796 Palavras (16 Páginas)  •  324 Visualizações

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Exame físico

A inspeção continua sendo uma técnica indispensável, não só pelo que pode fornecer no exame do coração, mas também pela visão de conjunto que propicia sobre o paciente, mais do que qualquer outro método. Porém é preciso se ter consciência de que inspecionar não é a mesma coisa que olhar. Inspecionar é apenas um recurso semiotécnico, enquanto olhar é um componente da relação entre duas pessoas.A palpação do pulso radial tem dois significados independentes. O primeiro é sua capacidade de mostrar alterações do ritmo, da freqüência cardíaca, as características da onda de pulso e da parede arterial. O outro significado é o de ato simbólico do contato físico com o paciente. Em geral, é pela palpação do pulso radial que fazemos o primeiro contato físico com o paciente. Neste momento não se deve perder a oportunidade de avaliar as mãos do paciente. Mãos trêmulas, frias e sudorentas expressam ansiedade, cujo reconhecimento é sempre importante no momento de tomar decisões e anunciá-las ao paciente. Além disso, o ato de “tocar” o paciente pode representar uma real aproximação entre o médico e o paciente e um sinal de apoio em um momento de fragilidade e receios.É de fundamental importância compreender e valorizar o significado psicológico do exame físico. O componente afetivo, embora mais nítido e evidente na anamnese, visível na maneira de o paciente falar, em nossos gestos e atitudes, também está presente no exame físico e precisa ser mais bem reconhecido, porque pode transformar-se num dos fatores de fortalecimento da relação médico-paciente.Para o paciente, as técnicas que usamos para identificar alterações anatômicas ou funcionais – inspeção, palpação, percussão e ausculta – contêm em si outro componente, muitas vezes esquecido ou desprezado pelo médico. Constitui o “outro lado” do exame físico. Assim, na inspeção está incluso o ato de olhar; na palpação e na percussão, o de tocar e na ausculta, o de ouvir. É necessário compreender que inspecionar e olhar são indissociáveis, enquantopalpar e tocar são procedimentos que se completam. A síntese desse duplo significado do exame físico é facilmente compreendida se o médico estiver atento para compreender o que os pacientes querem dizer quando falam: “Doutor, estou em suas mãos!“, expressão que revela duplo sentido, pois significa que o paciente espera que de nossas mãos saia uma prescrição, um procedimento ou ato cirúrgico capaz de livrá-lo de um padecimento, assim como a nós está entregando-se, permitindo-nos decidir ou ajudá-lo a escolher o que é melhor para ele. Nesta hora acontecerá ou não uma aliança – aliança terapêutica – que vai decidir o sucesso ou o fracasso de nossas ações.Quando o médico olha o paciente, ele não só está inspecionando o corpo (parte técnica), reconhecendo palidez, cianose, icterícia e outras alterações, mas também está vendo a pessoa como um todo, nunca se esquecendo de que o coração do paciente não está sobre nossa mesa para ser examinado, mas no peito de uma pessoa que confiou em nós. Ou seja, ao olhar o paciente, conseguimos reconhecer alterações anatômicas e funcionais, ao mesmo tempo que podemos detectar aspectos emocionais, como – por exemplo – uma expressão facial tensa ou angustiada. Quando palpamos ou percutimos, podemos não apenas identificar modificações estruturais, mas também ter em mente que estamos tocando o corpo do paciente com nossas mãos. Tocar, do ponto de vista psicológico, é mais do que palpar. Quando o médico ausculta pode perceber ruídos originados no corpo, porém, muitas vezes, é mais importante saber ouvir o que o paciente está a nos dizer com palavras ou gestos. Donde se conclui que o médico que reconhece e valoriza o outro lado do exame clínico sabe inspecionar e olhar, palpar e tocar, auscultar e ouvir. Os dois componentes – semiotécnica e significado psicológico – reforçam-se mutuamente, fazendo do método clínico um inesgotável manancial de informações sobre a doença e o doente.Ao longo de minha vida como Clínico, aprendi a usar a parte final da ausculta do coração para um momento de reflexão sobre o paciente que tinha perto de mim. Em um ou dois minutos, aproveitando aquele instante de silêncio e concentração, fazia um balanço de tudo o que ouvira e observara, não apenas do ponto de vista semiológico, mais do que isso, procurava inserir todos os dados clínicos no contexto da vida daquela pessoa que ali estava à espera do que eu iria dizer-lhe e que, muitas vezes, seria decisivo para a sua vida e a de seus familiares.

Exame Fisico em Grávidas

É obrigação do obstetra na primeira consulta avaliar os principais aparelhos e sistemas orgânicos a fim de detectar doenças que poderão ser agravadas no curso da gravidez. Assim, a observação da marcha, avaliação do turgor cutâneo, elasticidade da pele, etc. Deve-se realizar o exame físico geral cefalo-caudal. Com ênfase em:

Avaliação do estado nutricional e ganho e peso

Tem por objetivo avaliar e acompanhar o estado nutricional da gestante e o ganho de peso durante a gestação para:

- Identificar, a partir de diagnóstico oportuno, as gestantes em risco nutricional (baixo peso, sobrepeso ou obesidade) no início da gestação;

- Detectar as gestantes com ganho de peso baixo ou excessivo para a idade gestacional;

- Realizar orientação adequada para cada caso, visando à promoção do estado nutricional materno, condições para o parto e peso do recém-nascido.

Técnicas para tomada de medidas do peso/altura e estado nutricional

O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. A estatura da gestante adulta (idade > 19 anos) deve ser aferida apenas na primeira consulta e a da gestante adolescente pelo menos trimestralmente. Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou mecânica, certificando-se se está em bom funcionamento e calibrada. Os cuidados com as técnicas de medição e a aferição regular dos equipamentos garantem a qualidade das medidas coletadas.

Na primeira consulta de pré-natal, a avaliação nutricional da gestante com base em seu peso e sua estatura permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidia a previsão de ganho de peso até o fim da gestação. Essa avaliação deve ser feita através da determinação do Índice de Massa Corpórea (IMC), pelo seguinte cálculo: peso (kg) dividido pela altura ao quadrado (m).

O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico

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