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Implantação da Imprensa no Brasil

Por:   •  1/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  541 Palavras (3 Páginas)  •  180 Visualizações

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Implantação da Imprensa no Brasil

De acordo com Melo, com a chegada da Corte Real Portuguesa, em 1808, a imprensa é oficialmente implantada no Brasil. A sede do Reino Português se instala em nosso país e, com isso, acontecem várias transformações sociais e econômicas na região a fim de dar condições para a permanência da Corte e dos emigrados.

A implantação da imprensa surgiu como uma das medidas governamentais para registrar as atividades da Corte, conforme está descrito no Decreto de 13 de maio de 1808: “[...] e atendendo à necessidade que há da oficina de impressão nestes meus Estados: sou servido, que a casa onde eles se estabelecerão sirvam interinamente de Impressão Régia, onde se imprimam exclusivamente toda a legislação, e Papéis Diplomáticos, que emanarem de qualquer Repartição do meu Real Serviço” (Ipanema, 1949, p. 53).

No entanto, com o desenvolvimento que vinha acontecendo no país, a imprensa não poderia ficar restrita aos acontecimentos do governo. Além de permitir informações vindas da Europa e do próprio governo, as oficinas tipográficas eram importantes para atender as escolas superiores e outras instituições e, também, o comércio, pois eram necessárias a publicação de livros, publicações e outros tipos de documentos. Com isso, foram publicadas as “Instruções Provisórias para o Regimento da Imprensa Régia” (24 de junho de 1808), a tipografia oficial, a fim de estimular a edição de documentos comerciais e obras populares. Dentre os produtos originados na Imprensa Régia está o jornal Gazeta do Rio de Janeiro, dando início ao jornalismo nacional, 1808.

Segundo Melo, entre 1808 e 1820, existia muita censura e poucos trabalhos foram editados nessa época. Após essa época, entre 1821 e 1822, é abolida a censura e há um aumento considerável de trabalhos impressos.

No Brasil foram instaladas mais duas tipografias além da Impressão Régia: uma na Bahia e outra em Pernambuco. Contudo, as tipografias foram confiscadas e tiveram seu material sendo enviado como frágil apoio documental.

Em resumo, Portugal, por razões políticas, entardeceu a instalação da imprensa no Brasil, pois existia o interesse de permanecer sendo a metrópole colonizadora, não possibilitando a concretização da independência brasileira. Porém, Melo diz que não se pode afirmar que Portugal de fato tomou medidas a fim de impedir o funcionamento da imprensa no Brasil. De acordo com ele, “não existiu uma legislação expressamente restritiva à instalação de tipografias no Brasil. O que se costuma apresentar como prova da intransigência lusa são documentos legais expedidos para atender a situações específicas de desrespeito às normas vigentes e da burla à vigilância das autoridades” (p. 99).

Essa interpretação está de acordo com a ideia do governo português em manter o Brasil, como colônia, apenas como privilégio das iniciativas manufatureiras para a Europa, dificultando a existência de atividades industriais.

Razões para o atraso da imprensa

O atraso da imprensa é explicado por diversos fatores, chamados socioculturais, e não só por uma causa política e econômica. No período colonial, o produto impresso foi dispensável devido a convergência de fatores socioculturais, como:

  1. Natureza feitorial da colonização
  2. Atraso das populações indígenas
  3. Predominância do analfabetismo
  4. Ausência de urbanização
  5. Precariedade da burocracia estatal
  6. Incipiência das atividades comerciais e industriais
  7. Reflexo da censura a do obscurantismo metropolitano

Referência

MARQUES DE MELO, José. História social da imprensa: fatores socioculturais que retardaram a implantação da imprensa no Brasil. Porto Alegre: Edipucrs, 2003. P. 57-154.

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