Inclusão escolar do deficiente auditivo
Por: Dalila Stringhi • 2/11/2015 • Artigo • 2.396 Palavras (10 Páginas) • 476 Visualizações
A INCLUSÃO ESCOLAR DO DEFICIENTE AUDITIVO
Margarida Sebastiana de Jesus Ferreira[1]
RESUMO
Quando queremos abordar o processo de inclusão escolar e a necessidade de serviços de apoio, partimos da ideia que a inclusão escolar é mais do que uma mudança de sistemas de ensino para o aluno com deficiência auditiva. O objetivo é evidenciar como os professores constituíram estratégias que beneficiam o processo de aprendizagem do aluno com essa deficiência. Inclusão é direito de acesso e permanência a escola para uma educação de qualidade, é o direito a cidadania em dignas condições, de aprendizagem, de afetividade, de carinho dos pais, professores, colegas e administração da escola entre outros.
Palavras-Chave: inclusão; deficiente auditivo; necessidades especiais; família; professores.
Introdução
Este trabalho teve como objetivo compreender o processo de ensino-aprendizagem dos deficientes auditivos na escola inclusiva e tirar dúvidas sobre o aluno com deficiência auditiva e como pode e deve ser feita a sua inclusão na escola comum. O processo da inclusão escolar foi uma relevante conquista social e um passo importante no tratamento da problemática e da aprendizagem do deficiente auditivo. Surgiu como uma resposta da necessidade de integrar estes indivíduos socialmente, lembrando que os mesmos não possuem déficit cognitivo, apenas uma deficiência fisiológica, que não os diferem cognitivamente dos demais colegas de classe. Como um processo lento mais gradual, a aprendizagem do surdo tem um tempo e uma modalidade que cabe em especial a “escola” oferecer opções de situações do dia a dia que possam ajudar todo o processo de ensino, por outro lado não se deseja afirmar, que seja somente na escola, como o único lugar onde devem ocorrer estas mudanças, mas também e principalmente dentro do seio familiar, nas associações e grupos sociais formados pelos sujeitos surdos. O conceito de escola inclusiva busca mesmo que de uma maneira radical entender e respeitar os direitos dos alunos portadores de necessidades especiais, integrando-os a uma educação de qualidade sem nenhum tipo de exclusão. A inclusão escolar se consolida a partir da inserção de todos na escola sem distinção. É uma educação voltada para todos, de forma que qualquer aluno que dela faça parte independente ou não de ser portador de necessidades especiais tenha condição de conhecer, aprender e viver num ambiente livre de preconceitos. Na proposta atual, mais inclusiva, a criança com surdez participa do sistema educacional, não está fora dele. É esperado que ela, bem como os professores e toda a escola, conte com dispositivos que auxiliem seu pleno desenvolvimento escolar, sem sacrifícios. No entanto, a inclusão na escola comum deve constituir um processo gradativo, que respeite as diferentes necessidades e interesses de cada criança. A psicologia escolar deve se constituir como uma possibilidade de transformação do ambiente escolar. É preciso agregar às disciplinas acadêmicas um campo de questionamento acerca da realidade da educação no Brasil. Dessa forma, há de se propor uma atuação do profissional de psicologia que seja coerente com essa realidade e que possa envolver todos os membros escolares, incluindo a família.
Desenvolvimento
Definição
Primeiramente vamos falar um pouco do que é a deficiência auditiva para que entremos na temática do trabalho. Para que possamos entender melhor este novo mundo. Bem, a deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na vida comum. Existem vários tipos de deficiência auditiva, em termos médicos, a surdez é categorizada em níveis do ligeiro ao profundo. Os tipos de surdez quanto ao grau de perda auditiva são: Perda auditiva leve, perda auditiva moderada, perda auditiva severa e perda auditiva profunda. Também temos os tipos de deficiências auditivas que são: Deficiência Auditiva Condutiva, Deficiência Auditiva Sensório-Neural, Deficiência Auditiva Mista e Deficiência Auditiva Central, Disfunção Auditiva Central / Surdez Central. As crianças com deficiências auditivas apresentam características comportamentais diferentes, muitas vezes elas apresentam rendimento baixo na escola, comportamento diferente do usual ou elas são muito quietas, dormem muito e em qualquer ambiente, ausência de reações a sons, não se assustam com sons intensos e não desenvolvem a linguagem. Existem três abordagens que são as mais usadas, essas são: Abordagem oralista é a produção da linguagem oral, mesmo não possuindo o nível de audição para receber os sons da fala, pode se constituir em interlocutor por meio da linguagem, ela tem por objetivo que o deficiente assimile a linguagem oral, tornando o surdo um “falante”. Ao trabalhar com o surdo, devemos usar materiais com visual, ter disponibilidade e acreditar que o surdo tem capacidade de se comunicar, aceitar sua escrita e lembrar que ele somente tem dificuldades no comunicar, mas possui capacidade e vontade de aprende. Abordagem da comunicação total admite-se a utilização de uma língua gestual, essa abordagem é vista somente como um passo de transição para a língua oral.
Abordagem bilíngue propõe tornar acessíveis duas línguas, no espaço escolar: a língua de sinais LIBRAS e a língua portuguesa, em suas modalidades orais e escritas. Hoje existem muitas formas de comunicação a gestual, libras, visual e escrita. Hoje em dia no mundo em que vivemos, com muitas tecnologias existem muitos tratamentos, mais depende o nível da surdez. Buscar um especialista em Otorrinolaringologia ou Fonoaudióloga o quanto antes. É necessário realizar um teste auditivo e outros exames médicos para localizar a deficiência. Detectada a deficiência auditiva, avalia-se a necessidade e a importância de qual tratamento usar específico para cada pessoa. Existem tratamentos com remédios, aparelhos, tratamentos especiais ou cirurgias. Já em caso de criança deve ser visto o tratamento mais rápido possível e dependendo a deficiência auditiva, a educação especial deve ser indicada e começada o quanto antes O projeto de inclusão não pode mais ser adiado por entender que as escolas não estão preparadas. A formação não é apenas o treinamento prévio, é preciso matricular a criança, estabelecer a relação professor-aluno e então perceber o que é necessário para que ela aprenda. A rede publica de ensino convivem hoje com salas superlotadas, baixos salários, má formação dos professores, projetos pedagógicos ultrapassados e estrutura insuficiente. Como podemos dar atenção a um aluno especial em uma sala com 40 a 50 alunos? Já os defensores da inclusão total acreditam que a chegada dessas crianças vai pressionar a escola a entender que a educação moderna respeita o ritmo de aprendizagem de cada aluno, seja ele deficiente ou não.
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