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MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO POLO PORTO NACIONAL

Por:   •  31/5/2019  •  Ensaio  •  912 Palavras (4 Páginas)  •  131 Visualizações

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR VANGUARDA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

POLO PORTO NACIONAL

DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

DOCENTE: Prof. Dr. DENILSON CASTRO

Inter-relações da cultura, política, educação, sociedade e escola na ótica de Foucault- “poder pelo saber, saber pelo poder”.

Por Tayllane Aires Lira1

A filosofia de Foucault “poder pelo saber e o saber pelo poder” procura explicar como o “conhecimento” é utilizado como ferramenta controladora, detentora e definidora de poder. O autor buscou estabelecer que, o saber é utilizado como centro do poder, ou seja, o conhecimento é por muitas vezes utilizado para manipular, definir e controlar o poder. (FERREIRINHA & RAITZ, 2010). Deste modo buscou-se neste texto inter-relacionar os temas cultura, política, educação, sociedade e escola na perspectiva do autor sobre saber e poder.

Para Ferreira (2005), pag. 264 cultura tem vários significados, como:

1- sendo o conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. 2- Conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc., de uma sociedade ou de uma época.

Foucault expõe que os acontecimentos devem ser considerados em seu tempo, história e espaço. Neste contexto as características culturais são influenciadas por vários fatores como, por exemplo, os sociais, os educacionais e os políticos, assim cada país, estado e região possui a sua cultura, criando também normas, padrões e condições no qual as sociedades se organizam e reorganizam.

Partindo deste ponto a cultura pode ser considerada uma herança social, tendo um mecanismo adaptativo, no sentido que esta consiste na capacidade dos indivíduos responderem ao meio de acordo com as mudanças de hábitos, paradigmas, transformando o modo de ver e pensar dos mesmos em um processo cumulativo, uma vez que este vai sendo aprimorado e incrementado, pois passa de geração em geração caracterizando um comportamento natural do ser humano (LARAIA, 1932).

Sabendo que a sociedade é composta de vários grupos sociais e de diferentes culturas que atualmente buscam políticas voltadas para o crescimento econômico de seus países, a cada dia vem preparando os indivíduos para o mercado de trabalho de modo que a condição do mercado depende das políticas de investimento nos mais diversos setores (tecnologia, mão de obra, indústria e etc.).

Vale ressaltar que o bom desenvolvimento e crescimento do capital/mercado dependem em grande parte dos investimentos em educação (qualificação de mão de obra), pois se sabe que as políticas públicas promovem o aumento da qualidade do serviço prestado, como também diminui as diferenças entre grupos, em contrapartida Duarte e Romano (2010), deixam claro que Foucault entendia que a socialização/educação legitima as desigualdades no momento que mobiliza recursos para estimular capacidades diferenciadas de cada indivíduo que compõe a sociedade e que a escola reproduz uma lógica capitalista, pois prioriza os grupos sociais mais elevados/elites, pois para ele o cerne da palavra poder era a autoridade que girava em torno das questões exercidas por ela. Além disso, Foucault considera que a escola aprisiona o aluno nas condições em que a sociedade se encontra ou ao objetivo que ela almeja, ou seja, molda os indivíduos a suas necessidades (FERREIRINHA & RAITZ, 2010).

Nesta perspectiva a educação pode ser colocada como centro desta discussão, em virtude que esta representa, em menor escala, uma rede de relações de poder (autoridade) que existe na sociedade, tendo em vista que os personagens escolares interagem neste espaço. Contudo estes espaços vêm sendo considerados locais de grande “poder” disciplinador, registrando e contabilizado os afazeres do aluno com as frequências e provas, por exemplo, tornando-se um “laboratório” político reproduzindo as condições sociais implantadas pelo sistema, uma vez que este ambiente visa o aperfeiçoamento de pessoas capazes de ocuparem os lugares que a estrutura social oferece, não possibilitando a coexistência da democracia na escola. Foucault explica que é pela disciplina que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis, estabelecendo as relações de opressor e oprimido. Todavia, as relações entre poder e educação envolvem o reconhecimento das possibilidades inscritas na ação política para ultrapassar as situações dadas (MOREIRA, 2004).

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