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O Brincar e a Educação infantil

Por:   •  25/6/2018  •  Seminário  •  1.657 Palavras (7 Páginas)  •  314 Visualizações

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Brincadeira: a importância do brincar na educação infantil

 

 

Luciana Carvalho dos Reis1

Claudineia Lima de Oliveira Cecotti2

Erika Daniel Rangel3

Kênia Aiolfe Lima4

 

 

O brincar é algo que faz parte da criança, é ao brincar que a criança consegue expressar seus sentimentos mais verdadeiros, e aprendizagens que só ali, naquele momento somos capazes de perceber e analisar. Quando brinca ela torna reais os seus sonhos e revive experiências do seu dia a dia e isso a faz capaz de buscar o conhecimento a respeito do mundo e de si própria. Brincando está em contato com outras crianças, encena momentos de sua vida individual e coletiva, brinca, deseja, aprende, observa, constrói sentidos, age e reage ao brincar, aprendendo assim, a enfrentar o mundo e a sociedade onde está inserida.

Entretanto, entendemos que o brincar é um direito da criança, e brincando ela está se desenvolvendo no campo sociológico, pois quando brinca está em contato com outras crianças, de várias idades, culturas e religiões diferentes. No campo educacional, cada criança traz o seu conhecimento e ao se juntar trocam experiências, e o professor pode estar presente para mediar essa troca. Já no campo psicológico segundo Friedmann (2006), “o brincar pode ser visto como um meio para compreender melhor o funcionamento psicológico, emocional e pode ajudar a entender a personalidade dos indivíduos”.

Com o brincar as crianças desenvolvem noções de espaços temporais, a oralidade, a desenvoltura, a organização e muito mais, pois tem mentes férteis capazes de tornar o imaginário real. É através do brincar que ela se torna capaz de reverter o egocentrismo e aprende a partilhar e tomar iniciativas próprias, emitir opiniões, sugerir. Brincar, brincar e brincar deve ser o lema da criança.

A criança precisa e deve ser estimulada a brincar, pois assim terá seus sentimentos, conhecimentos e muitas habilidades expressadas de forma real e prazerosa. De acordo com o inciso IV, do Art. 16 da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) “é direito da criança brincar, praticar esportes e divertir-se.”

Compreendemos que o brincar é fator muito importante no desenvolvimento da criança, mas, diante das turbulências do dia a dia vemos que nossas crianças tem brincado cada vez menos, os pais precisam trabalhar, e com isso os brinquedos tecnológicos ocupam o espaço da ludicidade na vida de nossas crianças, e estas acabam não indo mais brincar com amigos em praças e parquinhos, prática que é fundamental no desenvolvimento sociológico, no respeito mútuo, e no desenvolvimento intelectual, no equilíbrio emocional e na autonomia da criança. Segundo Moreira (2008, p. 88),

Viver é conviver, e na convivência não nos relacionamos apenas com a mesma faixa etária ou com os mesmos grupos sociais. Nosso dia a dia é permeado de relações múltiplas, de gênero, de grupos de interesses, de localizações geográficas de moradia. (MOREIRA, 2008, p. 88)

Moreira, destaca a convivência com grupos sociais e o fato da criança brincar com outras crianças e até mesmo com os pais em casa, faz com que percebamos o adulto que ela pensa em se tornar. Ainda entendemos, a importância da aceitação do lúdico por parte do profissional da educação, pois é através de sua interação, sugerindo novos tipos de brincadeiras e aproveitando as ideias que as crianças propõem que o aprendizado acontece. Independente da faixa etária ou da etapa de aprendizagem em que se encontra o educando. O brincar direcionado e com objetivos pré-estabelecidos, ou seja, planejado, sempre será um instrumento de valia e peso na aprendizagem. A nossa pesquisa será desenvolvida no Centro de Educação Infantil Municipal Abigail Silva de Andrade, com as turmas do primeiro ano. Para isso, entendemos que brincar é uma atividade prazerosa e por isso a criança se interessa por ela e, ao mesmo tempo, vai construindo regras de convivência e interiorizando conceitos básicos para a socialização e aprendizagem que estruturarão a formação do seu ego.

Entender o interesse das crianças pelas brincadeiras, parece fácil, justamente por ser tão prazeroso. Mas, se é algo tão agradável como podemos associá-lo ao ensino e obter a aprendizagem tão almejada pelos professores de séries iniciais? Segundo Rodrigues, a criança se desenvolve através de suas experiências sociais e recria o mundo dos adultos através de suas brincadeiras, como o próprio autor afirma:

 

A criança desenvolve-se pela experiência social, nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana, na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sociocultural dos adultos. (RODRIGUES, 2009.)

 A assertiva de Rodrigues ressalta a recriação da experiência sociocultural dos adultos através de brincadeiras estabelecidas pelas próprias crianças, como se fosse um espelho a refletir o mundo adulto. As palavras do autor vem tecer a teia dessa associação junto com Gonzaga, que esclarece sobre a habilidade de planejar, estabelecer metas para o ensino-aprendizagem, realizar intervenções e é claro, mudar quando for necessário, mudar a prática pedagógica. A prática pedagógica do profissional é fundamental para que os objetivos sejam alcançados com eficiência, Gonzaga nos faz refletir sobre,

(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica. (GONZAGA, 2009, p.39)

Gonzaga nos afirma que um bom profissional deve manter-se em constante atualização, sempre procurando algo novo que possa acrescentar em sua prática ou até mesmo no seu aprendizado enquanto profissional da educação. O bom professor, planeja, atinge metas estabelecidas, não só pela instituição que leciona, mas metas que ele mesmo estabelece dentro de sua sala de aula. Utiliza a qualidade lúdica e uma linguagem adequada ao nível de ensino que trabalha facilitando o entendimento da criança. É o que vem confirmar Santos:

Ao longo dos anos podemos comprovar que a utilização de procedimentos metodológicos que envolvem brincadeiras, jogos e brinquedos tende a contribuir com mais facilidade para o processo de ensino e aprendizagem da criança na formação de atitudes como: cooperação; socialização; respeito mútuo; interação; lideranças, criatividade, personalidade e autonomia, que favorecem a construção do conhecimento do educando. (SANTOS, 2014.)

 

Santos, nos revela que a brincadeira para criança a permite explorar o ambiente em que está inserida, podendo assumir diversos papéis, sem levar em conta que aprender a realidade por meio de brincadeiras é algo agradável e a permite descobrir a si mesma, pois revela um mundo muito particular tecido de uma identidade sociocultural a qual ela própria está inserida. Porém, as frequentes transformações cotidianas, a exemplo da economia, a tecnologia e muitas outras acabam por abarcar um abandono as brincadeiras infantis e uma substituição por outras atividades, algumas que exigem responsabilidades da criança e outras que apenas preenchem o tempo tais como: jogos de computadores ou games. Zaffalon Júnior nota que a ludicidade é algo essencial ao ser humano desde o período anterior a escrita e do uso dos metais, em suas palavras o autor afirma que,

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