Reflexão Sobre Livros Didáticos do 6º ano

Nome: Cassiane Prado de Vargas

Turma A

Reflexão Sobre Livros Didáticos do 6º ano

É de um conhecimento geral que o ensino nas escolas públicas nem sempre ocorre como deveria. Por diversos fatores, muitos elementos do currículo acabam não sendo levados para sala de aula. Um desses conteúdos que acaba sendo alvo de desmerecimento e descaso, infelizmente, é a pré-história e a era pré-colombiana.

Pegando dois livros escolares atuais, percebe-se um foco maior nos conteúdos de antiguidade e idade média em alguns livros populares. Por exemplo, o livro Araribá Conecta, voltado para o sexto ano, vemos que tais conteúdos ganham seis capítulos, uma quantidade boa comparado ao livro Teláris, que possui uma unidade de três capítulos sobre pré-história e história pré-colombiana. Ao todo, Teláris possui catorze capítulos, sendo sua maioria sobre o período clássico e a idade média.

Ainda comentando sobre o livro Teláris, vemos que nos poucos capítulos voltados para pré-história e mesoamérica, temos boa parte do capítulo um usado para explicar sobre conceitos básicos usados na matéria, como divisão de tempo, marcos históricos e até o uso das siglas a.C e d.C. A partir do segundo capítulo, começa-se a falar sobre o mundo “antes da escrita”, reforçando o senso comum de que não havia formas de escrita na pré-história, o que é um grande equívoco. E assim passamos o capítulo dois inteiro para falar sobre a evolução dos seres humanos, o povoamento do mundo, o paleolítico, neolítico, um pouco sobre arqueologia e a datação dos materiais encontrados. Tudo muito resumido e comprimido em um único capítulo. Em contrapartida, no mesmo livro, temos quatro capítulos sobre Grécia antiga e império romano — um total de 73 páginas sobre a antiguidade contra 45 para resumir a pré-história e a Mesoamérica.

Voltando para o livro Araribá Conecta, temos um pouco mais de informações sobre como era a vida no paleolítico e no neolítico, ainda que muito resumido também (pag 36 até a 39). Ainda que tenha mais capítulos focando nos conteúdos citados, o livro Araribá Conecta também tende a enxugar demais os temas ao ponto deles se transformarem em textos de meia página. Mas, ao contrário do livro citado anteriormente — Teláris — este foca um pouco mais no conteúdo Mesoamérica, possuindo três capítulos inteiros para o conteúdo ao invés de um.  

A conclusão a que chegamos é que nenhum dos dois livros faz um bom trabalho em trazer os dois conteúdos de forma completa, como teria que ser para executar uma boa introdução a história do mundo para os alunos do sexto ano. Ambos resumem demais os fatos, ainda que um deles tenha sido ligeiramente mais bem sucedido em abordar os temas.

Particularmente, sendo professora, eu escolheria um livro didático que abordasse melhor a origem da nossa espécie e o início da história do nosso continente. Pois, infelizmente, os alunos estão muito mais habituados e familiarizados com a história clássica e média, tendo milhares de referências — ainda que erradas e equivocadas — na mídia e na cultura pop. Afinal, é muito mais fácil uma criança de doze anos saber sobre reis e rainhas da idade média do que saber que os humanos surgiram na áfrica e não viviam no mesmo período que os dinossauros.