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Resenha: A Arte de Ser Chefe

Por:   •  20/11/2017  •  Resenha  •  1.780 Palavras (8 Páginas)  •  8.912 Visualizações

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A Arte de Ser Chefe – Resenha

1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar:

                        COURTOIS, Gaston. A Arte de Ser Chefe. 2. Ed. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2012.

2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado:

A obra tem como conteúdo principal o exame das razões pelas quais um conjunto de qualidades e de características proporcionam a um conjunto de pessoas a capacidade de serem bons líderes ou chefes, sem estarem estritamente dependentes de qualquer tipo de nomeação ou de qualquer tipo de apoio de estruturas hierárquicas, de forma que sejam seguidos pelo restante dos elementos de um grupo e sua liderança e chefia se imponham naturalmente.

Este livro, de origem francesa, expõe os pensamentos e concepções de seu autor, que a todo momento discute situações reais, em sua grande maioria originárias de eventos militares, sob a perspectiva do efeito que os líderes e chefes tiveram no desempenho e na motivação dos seus subordinados, independente se os resultados obtidos foram positivos ou negativos.

Por intermédio desta conexão chefe-subordinado e do papel do chefe como condutor destes mesmos homens que o autor analisa diversas situações, comparando-as com o intuito de avaliar qual a influência dos comportamentos, atitudes e/ou decisões dos chefes no desempenho de quem executa as suas ordens.

3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo:

O livro encontra-se escrito sob a forma de pequenas ideias e/ou conceitos, divididos por capítulos onde são abordadas diversas vertentes da liderança, sendo de muito fácil leitura e compreensão, mesmo que algumas ideias do autor sejam discutíveis por quem as lê.

Exposto em 152 páginas, logo após o prefácio o corpo principal do livro é dividido em três capítulos. O “capítulo 1 – A missão do chefe” possui quatro seções com os seguintes títulos: O que é o chefe, Necessidade dos chefes, A grande missão do chefe: servir e O que faz o chefe. O “capítulo 2 – As qualidades do chefe” possui dezessete seções: Fé na missão, Senso de autoridade, Espírito de decisão e de iniciativa, Espírito de disciplina, Energia realizadora, Calma e autocontrole, Sentido da realidade, Competência, Espírito de previdência, Conhecimento dos homens, Benevolência do espírito, Bondade, Respeito à dignidade humana, Espírito de justiça, Firmeza, Exemplo e Humildade. O “capítulo 3 – O exercício da função do chefe” é constituído por dez seções: A arte de formar e educar, A arte de organizar, A arte de comandar, A arte de controlar, A arte de repreender, A arte de punir, A arte de neutralizar as resistências, A arte de encorajar e de recompensar, A arte de se fazer ajudar e A arte de constituir equipe com os outros chefes. Por fim nos é apresentada uma conclusão com o título O segredo do chefe.

4. Descreva o conteúdo: utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado.

        No capítulo 1, que trata basicamente da missão do chefe, o autor nos mostra que este deve, acima de tudo, fazer com que seus subordinados tenham e pratiquem a disciplina consciente. Desta forma, a chefia não seria mais exercida pela violência e os interesses coletivos passariam a estar acima dos interesses particulares. Podemos observar que o autor procura sempre aproximar as virtudes de um chefe das virtudes de um líder militar, o qual deve incutir em seus subordinados os comportamentos descritos nas diversas seções do livro. A existência de um chefe é o que torna um grupo capaz de cumprir suas tarefas, sejam elas de qualquer natureza. Do modo inverso, a ausência de um chefe conduz o grupo a um estado de anarquia, que pode resultar na sua própria destruição. Logo, conclui-se que a simples existência de um chefe é essencial para a sobrevivência de uma equipe.

No capítulo 2, que trata basicamente das qualidades do chefe, o autor descreve as diversas características do chefe. Suas ideias iniciais mostram que para comandar não basta ter a cara fechada e a voz imperiosa, mas acima de tudo deve-se buscar ter amor ao próximo, de forma a conhecer o homem e verificar o íntimo da alma daqueles que consigo trabalham. O chefe deve deixar de lado os interesses pessoais e manter o seu caráter como grande guia para a sua grande missão que é servir. Essa servidão é ao bem comum, dando exemplos, possuindo o senso de justiça como balança de suas atitudes e sempre apontando a direção a ser seguida por seus subordinados. Senso de autoridade, fé na missão, espírito de decisão e iniciativa, espírito de disciplina, sentido da realidade, calma e autocontrole, competência, espírito de previdência, conhecimento dos homens, benevolência de espírito, bondade, respeito à dignidade humana, espírito de justiça, firmeza, exemplo e humildade são algumas das qualidades necessárias ao chefe de acordo com o autor.

No capítulo 3, que trata basicamente do exercício da função do chefe, o autor aborda atitudes as quais o chefe deve tomar para o pleno exercício da função. É defendido que o chefe deve ser um educador capaz de conduzir e encorajar os subordinados a superarem a si mesmos e mostrem todas as suas possibilidades. Surgem outras características inatas do chefe, tais como: a arte de organizar, a arte de comandar, a arte de controlar, a arte de repreender, a arte de punir, a arte de neutralizar as resistências, a arte de encorajar e de recompensar, a arte de fazer ajudar e a arte de constituir equipe com outros chefes. Cabe destacar a arte de encorajar e recompensar, onde é descrito o chefe que está sempre pronto para intervir quando se trata de censura ou punição, mas nunca utilizou qualquer tipo de elogio ou louvor, sob a desculpa de que seus subordinados, ao desempenharem suas tarefas corretamente, não fizeram nada mais do que sua própria obrigação. Neste ponto encontra-se, talvez, um dos grandes diferenciais dentre os diversos tipos de chefes, aquele que sabe reconhecer o trabalho bem feito, o esforço despendido e a missão cumprida, recompensando e encorajando o resto do grupo realizar tarefas no mesmo padrão de execução.

Por fim, em sua conclusão, nos é apresentado que o chefe é a alma de um grupo, o exemplo a ser seguido e o primeiro a realizar as tarefas, sempre com o enfoque de que Deus é o chefe supremo e que os chefes terrenos cumprem tarefas por Ele designadas, deixando explícita a relação entre a fé e o exercício da chefia.

5. Analise de forma crítica: nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião.

O fato de a obra ter sido escrita em meados do século passado, num contexto histórico e cultural próprio de uma França que havia passado por duas marcantes guerras em um período um pouco maior do que duas décadas, influenciou fortemente o autor ao produzir seu texto. Tal influencia é observada na introdução de um conjunto de conceitos de ordem religiosa e moral, fazendo com que se diminua a universalidade da mensagem que se pretendia transmitir relacionada à ação de chefiar.

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