Resenha A Arte de Ser Chefe
Por: Rhafael Georg • 13/10/2019 • Resenha • 1.640 Palavras (7 Páginas) • 748 Visualizações
Resenha Crítica
A Arte de Ser Chefe
1 INTRODUÇÃO
A obra em questão, A Arte de Ser Chefe, foi publicada em 2012, escriturada em 156 páginas, tendo como autor Gaston Courtois, padre e grande pensador francês, que viveu entre os anos de 1897 e 1970.
O livro está dividido em três capítulos, além de uma conclusão. O capítulo 1 denomina-se “A missão do chefe”, com quatro partes: o que é o chefe; necessidade dos chefes; a grande missão do chefe: server; o que faz o chefe. Capítulo 2, chamado de “As qualidades do chefe”, dividido em dezessete partes: fé na missão; senso de autoridade; espírito de decisão e de iniciativa; espírito de disciplina; energia realizadora; calma e autocontrole; sentido da realidade; competência; espírito de previdência; conhecimento dos homens Benevolência do espírito; bondade; respeito à dignidade humana; espírito de justiça; firmeza; exemplo; humildade. E por ultimo, o capítulo 3, denominado “O exercício da função do chefe”, onde se divide em dez partes: a arte de formar e de educar; a arte de organizer; a arte de comandar; a arte de controlar; a arte de repreender; a arte de punir; a arte de neutralizar as resistências; a arte de encorajar e de recompensar; a arte de se fazer ajudar; a arte de constituir equipe com os outros chefes. No final, uma conclusão apresentada com o título: O segredo do chefe.
O autor, durante todo o desenvolvimento da obra, busca salientar a importância e nobreza de ´´ser chefe``, destacando atributos e a conduta que a pessoa investida de tal função deve possuir. Vale ressaltar que a leitura é válida tanto ao público militar quanto ao civil, para qualquer pessoa que possua subordinados sob sua responsabilidade. Salienta que o chefe é um educador e guia, devendo ser o exemplo para seus comandados. Destaca, ainda, a importância da religiosidade (fé em Deus) para se alcançar êxito em suas ações.
Apesar de não possuir nenhuma imagem, não é um livro muito extenso, e permite uma leitura de fácil compreenão. No entanto, se mostra algumas vezes de forma repetitiva quanto à transmissão de algumas idéias. O autor as expõe de forma clara e espontânea, não sendo necessário conhecimentos específicos para entender o que ele quer comunicar.
2 DISCUSSÃO E ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O ASSUNTO
O livro apresenta e sugere muitas das qualidades e atributos que um chefe deve possuir para bem cumprir com o seu papel de líder, seja qual for a fração que comanda. E não bastando apenas possuí-las, mas também aplicá-las sabiamente.
No capítulo 1, o autor mostra que mais importante do que emitir uma ordem, é certificar-se que ela foi cumprida, e da melhor maneira possível. Mostra que ´´saber fazer`` não é o suficiente, mas sim ensinar seus comandados ´´como fazer``, preparando-os, unindo-os e havendo respeito entre ambas as partes. Deve saber identificar as peculiaridades de cada homem que comanda, para que possa empregá-las de forma mais proveitosa possível. Além de conhecer tambem as dificuldades de cada um, conduzindo-os com severidade, porém nunca de forma desrespeitosa. Sua presença deve ser estímulo ao subordinado.
O autor ressalta que, por melhor e mais bem formada que seja uma equipe, não obterão êxito se não houver um chefe para comandá-la. Absorvendo tal afirmação, podemos notar na doutrina de emprego das frações dentro das Forças Armadas, que há um escalonamento do comando, desde a esquadra, grupo de combate, pelotão, companhia, batalhão e por aí vai, importando que sempre haja um chefe para comandar determinada fração.
O chefe, em primeiro lugar, deve se lembrar que a autoridade que lhe foi investida nada mais é para que possa ´´servir`` ao bem comum, agindo em prol da coletividade. Age em benefício dos outros, servindo a Deus, ao qual sempre será subordinado.
O chefe deve se fazer sempre presente, devendo buscar, para que seja um bom chefe, ser estimado ao invés de temido. Deve despertar em todos o sentimento do sacrifício em prol documprimento da missão imposta, sendo o principal representante e responsável por esse estímulo.
Já no capítulo 2, Gaston desmembra as qualidades que um chefe deve possuir, e saber empregar, para que não apenas comande, mas seja realmente um líder de seus comandados.
Uma expressão do capítulo é ´´ Um chefe abatido já está batido`` (pág 29). Deve ser crente no que faz, adotando as melhores condutas frente aos obstáculos impostos, incutindo nos subordinados o espírito de cumprimento da missão, não se deixando abater o moral por qualquer insucesso.
O chefe deve ser confiante em si, e saber empregar a autoridade que lhe foi confiada. Não pode abster-se de exercê-la, e empregá-la ao bem comum. Associa-se à expressão: ´´um exército de cervos comandado por um leão é muito mais temível que um exército de leões comandado por um cervo`` (Plutarco).
Deve-se ter o poder de decisão, podendo até tomar uma decisão errada (apesar de não ideal), mas não se pode demonstrar incerteza e com isso despertar a insegurança no subordinado. Soma-se ao espírito de disciplina que o chefe deve zelar e executar, sendo importante pilar para fortalecer toda e qualquer fração, facilitando execer a liderança.
Em um momento desafiador, os subordinados certamente apostarão na boa ação a ser tomada pelo seu chefe. Este, por mais que tenha alguma insegurança e medo, não deve transparecer, mas sim agir com serenidade e confiança. Interessante o registro do autor: ´´se você vai influenciar a cabeça de seus homens, não deve, nesse momento, perder a sua`` (pág. 51). Um bom chefe deve discenir os fatos, e enxergá-los realmente como são, não como queria que fosse. Logo, deve trabalhar para torná-los como deseja. Ter uma boa percepção da realidade é fundamental, bem como conhecer suas possibilidades e limitações.
Para poder cobrar do subordinado, é importante que conhecimento de causa. No entanto, o chefe não precisa conhecer tudo, mas sim ter no mínimo idéias gerais e capacidade de coordenação das ações. Quando necessário, deve ser severo, quando oportuno, bondoso. Contudo, a par de qualquer circunstância, deve sempre respeitar a dignidade dos seus comandados. È possível repreender sem se abdicar da polidez.
O exercício da função do chefe, capítulo 3 do livro, já busca uma contextualização quanto aos atributos do chefe abordados anteriormente. Traz mais abordagens relacionadas à vida militar, com atividades da prática de chefe. A intenção do autor é passar alguns conhecimentos e até ensinamentos já vividos por outrem, além de permitir relembrar atitudes que por vezes pode parecer simples e comum para quam possui subordinados sob sua responsabilidade, mas que talvez por esse motivo acabam sendo ignoradas.
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