Resumo da unidade 1
Por: kmille • 17/5/2015 • Relatório de pesquisa • 5.127 Palavras (21 Páginas) • 398 Visualizações
Metodologia Ciência e normas – Atividade 1
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A associação da pesquisa científica aos interesses comerciais é sistematicamente criticada no meio científico, por colocar em risco a objetividade, a neutralidade e a autonomia da ciência. Tais valores pautam as práticas científicas, mas são negligenciadas quando a pesquisa é determinada por interesses econômicos, questão salientada na aula proferida por Bourdieu (2003, p. 7-8) no Collège de France, em 2001:
Creio, em efeito, que o universo da ciência está ameaçado atualmente por um retrocesso assustador. A autonomia que a ciência havia conquistado pouco a pouco frente aos poderes religiosos, políticos ou mesmo econômicos, e, parcialmente, às burocracias estatais que garantiam as condições mínimas de sua independência, enfraqueceu-se consideravelmente. [...]
Tudo leva a pensar que as pressões da economia são cada vez mais esmagadoras, em especial naqueles âmbitos onde os resultados da investigação são altamente rentáveis, como a medicina, a biotecnologia (sobretudo em matéria agrícola) e, de modo mais geral, a genética, por não falar na investigação militar. Tanto investigadores quanto equipes de investigação caem sob o controle de grandes firmas industriais dedicadas a assegurar-se, através das patentes, o monopólio de produtos de alto rendimento comercial; e que a fronteira, há muito tempo imprecisa, entre a investigação fundamental, realizada nos laboratórios universitários, e a investigação aplicada, tende pouco a pouco a desaparecer: os cientistas desinteressados, que só conhecem a lógica de sua investigação e que se submetem às demandas “comerciais” para se assegurarem dos créditos necessários para a realização de seu trabalho, correm o perigo de se encontrar pouco a pouco marginalizados, pelo menos em alguns âmbitos, em virtude da insuficiência das ajudas públicas, apesar do reconhecimento interno de que desfrutam, ao contar com amplas equipes que trabalham para satisfazer demandas subordinadas aos imperativos do lucro. A vinculação da indústria com a investigação é tão estreita, que não passa dia sem que se conheçam novos casos de conflitos entre os investigadores e os interesses comerciais (por exemplo, uma companhia norte americana que produz uma vacina que aumenta as defesas contra o vírus responsável pela Aids tentou, no final do ano 2000, impedir a publicação de um artigo científico que mostrava que essa vacina não era eficaz).
Proposta: Reflita sobre a conduta da pesquisa científica na área na qual o seu curso se inscreve e elabore uma defesa e um ataque para a associação da pesquisa científica aos interesses comerciais. Procure centrar os seus argumentos nos impactos e nos benefícios para a ciência e para a sociedade.
Orientações para a participação:
- Identifique a fonte consultada (artigo periódico, site, livro etc.);
- Elabore um texto de sua autoria e não transcreva o documento tal como consta no original (fonte consultada). Substituir sujeito e tempo verbal não o torna o autor do relato e também é considerado plágio, invalidando a questão.
- O texto elaborado deverá observar a adequação sintática e a correção gramatical, ser redigido de forma clara e objetiva, restringir-se a, no máximo, 20 linhas.
Leituras recomendadas:
- Capítulo 1 – O problema do conhecimento e a criatividade, do livro Introdução à Metodologia de Pesquisa: caminhos da ciência e tecnologia (MAGALHÃES, 2005).
- Texto do Marcuse (2009) que trata da responsabilidade e uso que a sociedade faz da ciência.
- Texto de Lacey (2008) sobre as atuais tendências de conduta da pesquisa científica.
- Texto de Oliveira (2008) sobre as práticas de controle ou de dominação da natureza.
Referências bibliográficas:
BOURDIEU, Pierre. El oficio de científico. Ciencia de la ciencia y reflexividad. Curso del Collège de France 2000-2001. Barcelona: Editorial Anagrama, 2003.
LACEY, Hugh. Ciência, respeito à natureza e bem-estar. Scientiae Studia. São Paulo, v.6, n.3, p. 297-327, 2008. Disponível em
MAGALHÃES, Gildo. Introdução à Metodologia da Pesquisa: caminhos da ciência e tecnologia. São Paulo: Ática, 2005. Disponível em
MARCUSE, Herbert. A responsabilidade da ciência. Scientiae Studia. São Paulo, v.7, n.1, p. 159-64, 2009. Disponível em
OLIVEIRA, Marcos Barbosa de. Neutralidade da ciência, desencantamento do mundo e controle da natureza. Scientiae Studia. São Paulo, v.6, n.1, p. 97-116, 2008. Disponível e
Atividade 2
PERGUNTA 1
- Conforme Costa*, “As hipóteses científicas são usualmente resultado do que pode ser chamado de imaginação científica, insights como, por exemplo, a descoberta da dupla hélice espiral do DNA por Watson & Crike, ou a hipótese de que a luz tem a mesma velocidade para todos os observadores, que para Einstein deu origem à teoria da relatividade. Mas podemos nos perguntar se mesmo essas hipóteses ousadas se imaginativas dos cientistas poderiam ter surgido se não houvesse uma miríade de crenças indutivamente fundadas constituindo a própria base de construção da ciência”.
*COSTA, Claudio F. Anti-indutivismo e falseacionismo popperianos. Disponível em: http://www.filosofia.cchla.ufrn.br/claudio/epistemologia/anti-indutivismo_falseacionismo_popperianos.pdf Acesso em: 29/09/2008
Podemos afirmar que a hipótese de pesquisa é uma proposição que pode ser colocada à prova para determinar sua validade; pode parecer contrária, ou de acordo com o senso comum, pode ainda ser correta ou errada. Dentre as características de uma hipótese de pesquisa, pode-se citar:
[pic 1] | a. | Pode conter julgamentos morais, uma vez que possibilitam estudar julgamentos de valor. |
[pic 2] | b. | Pode ser enunciada em forma interrogativa, pois indica uma dúvida. |
[pic 3] | c. | Pode ser enunciada em forma condicional, quando não se tem certeza da ocorrência do fenômeno. |
[pic 4] | d. | Deve possuir alcance geral, portanto deve referir-se a um ou poucos fatos. |
[pic 5] | e. | Deve ser constituída por termos que ajudam realmente a entender o que se pretende afirmar. |
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