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SÉCULO DE PRÁTICA DE ENSINO DE GEOGRAFIA: PERMANÊNCIAS E MUDANÇAS

Por:   •  10/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.083 Palavras (5 Páginas)  •  1.292 Visualizações

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RESENHA SOBRE O TEXTO “SÉCULO DE PRÁTICA DE ENSINO DE GEOGRAFIA: PERMANÊNCIAS E MUDANÇAS” DE MARIA ADAILZA MARTINS DE ALBUQUERQUE

O seguinte texto trata sobre a prática de ensino da Geografia em nosso país no decorrer do século, mostrando através de pontos de vistas e de críticas de diversos autores os problemas no ensino/aprendizagem dessa disciplina no cotidiano escolar dentro de seus contextos históricos e sociais.

Veremos que as criticas dos autores são praticamente as mesmas em anos diferentes e com um grande espaço de tempo entre eles, nos cabe refletir sobre como a evolução na metodologia de ensino da Geografia no país está sendo lenta e a forma como podemos trabalhar para mudar isso.

Na parte inicial do texto a autora mostra que a metodologia de ensino da geografia sofre com a resistência de pessoas que não aceitam a sua mudança, que é vista como um problema em sua prática escolar, mas também destaca algumas propostas de ruptura.

Inicialmente ela cita o livro “Educação Nacional” (1980) de José Veríssimo, para o autor a questão do nacionalismo foi uma motivação para escrever esta obra. Ele questiona os métodos utilizados para o ensino de Geografia e suas vertentes europeizadas. Tecia críticas ao uso de nomenclaturas e para a extrema carência da Geografia brasileira. Queria uma Geografia brasileira que fosse escrita por brasileiros, onde os alunos pudessem aprender sobre o seu país e não sobre os países estrangeiros. Via como urgente a contribuição de uma Geografia pátria, pois assim era possível se construir uma identidade nacional.

A autora diz que mesmo quando essas ideias eram propostas, nem sempre atingiam ao professor, pois estes tinham outras preocupações e eram obrigados a seguir ordens, em geral de pais e superiores hierárquicos, que julgavam qual era o melhor método/conteúdo de ensino para os alunos.

Depois de Veríssimo, Rocha é quem é citado, ele nos mostra como a disciplina da Geografia era passada com conteúdos desinteressantes, através de métodos mnemônicos e distantes da realidade do aluno.

Em seguida Chevel é citado, nos dizendo que cada disciplina escolar tem a sua própria autonomia. Para ele o conteúdo, o método e as práticas mudam ou permanecem de acordo com os fatores da sociedade e os sujeitos sociais envolvidos no processo de construção e reconstrução da disciplina.

Após Veríssimo, Rocha e Chevel é a vez de Delgado de Carvalho, que havia recém chegado da Europa e com ideias patrióticas, porém com outro tipo de vertente teórica.

Ele também defendia a importância da escola para a formação de nação e da identidade brasileira. Aproximou-se dos intelectuais que defendiam os escolanovistas, escreveu o livro “Ensino Geográfico” (1925)onde escreveu sobre os mesmos problemas apontados por Veríssimo no ano de 1895.

Para Delgado de Carvalho a Geografia deveria trabalhar com a compreensão dos fenômenos geográficos, partindo do que é mais próximo do aluno. Para ele os alunos deveriam ser estimulados a aprender e compreender os processos (naturais e sociais) e não apenas memorizar nomenclaturas. A partir dos ideais escolanovistas, coloca o aluno no enfoque do processo de ensino aprendizagem nas escolas.

No texto é exposto também os primeiros cursos superiores de Geografia no país, na década de 30. Na Faculdade de Filosofia (se tornaria USP) em 1934 e na Universidade do Brasil (futura UERJ) no ano de 1935. Esses cursos sofreram grande influência da Geografia Francesa moderna.

Nesse contexto, um novo currículo foi proposto para o ensino secundário no estado de São Paulo, nele eram encontrados os mesmos questionamentos sobre a metodologia empregada e como os conteúdos eram tratados em sala de aula (métodos mnemônicos e nomenclaturas).

A autora levanta diversos questionamentos sobre o ensino da Geografia em seu texto, citarei o seguinte trecho a seguir: “Mas será que essa formação superior seria suficiente para quebrar as estruturas arraigadas na prática de sala de aula, tais como as metodologias? Essa interrogação não tem resposta imediata, pois os mesmos problemas se perpetuam até a elaboração de documentos curriculares mais recentes. Porém, outras perguntas podem orientar nossa análise e estimular um debate profícuo: os professores, em sua luta cotidiana, foram consultados quando da desconfiança por parte da academia da necessidade de revisão da geografia escolar? Eles sabiam efetivamente o que significava essa Geografia francesa? Eles aplicaram as novas propostas em suas práticas? Ou, ainda: eles conheciam a existência de tais propostas?”.

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