A Arte como instrumento para educação ambiental
Por: gilimams • 24/4/2018 • Trabalho acadêmico • 999 Palavras (4 Páginas) • 397 Visualizações
A Arte como Instrumento para a Educação Ambiental
A educação ambiental preza por uma abordagem holística, ou seja, uma abordagem integral do todo, considerando todos os aspectos da vida e assim compreender a complexidade do próprio ambiente, das suas interdependências ecológicas, políticas, econômicas e sociais. A Educação Ambiental não é mais vista como uma forma de apenas ensinar as pessoas a preservarem a natureza ou não poluírem o meio ambiente, e sim de compreenderem seu papel na biosfera e as consequências de seus desejos e ações. (DIAS, 2000) A tarefa da educação em si, de acordo com Maturama (2001, p. 86) apud Martins (2001, p. 2) é:
[...] formar seres humanos para o presente, para qualquer presente, seres nos quais qualquer outro ser humano possa confiar e respeitar, seres capazes de pensar tudo e de fazer tudo o que é preciso como um ato responsável a partir de sua consciência social.
Seu objetivo deve ser, portanto, a formação humana, tarefa que consiste em guiar e apoiar a criança em seu crescimento, incutindo a capacidade de viver no respeito a si mesmo e ao próximo e o poder de criar. Concordando com este objetivo, Rosa (2000, p.11) afirma que a “Educação Ambiental permite uma 39 passagens da reprodutividade para a criatividade, buscando sua síntese na consciência prospectiva”.
A transdisciplinaridade e a interdisciplinaridade, surgem, como ferramentas extraordinárias na Educação Ambiental por considerarem os distintos saberes constituídos científicos, populares, filosóficos e religiosos na interpretação do mundo, integração de conhecimentos e dissolução de problemas, mas sua adequação ao sistema metodológico ensino não é simples e acontece de forma muito gradual. Todavia, mesmo que o enfoque interdisciplinar apareça como intenção em propostas relacionada à educação, não se efetiva na prática, devido à carência de pessoal qualificado, aliada à inexistência de metodologia e material apropriado ao tema. A análise dos materiais e dos procedimentos didáticos utilizados no tratamento do tema reflete que o processo se dá de forma desarticulada dos problemas ambientais vivenciados pelo aluno. (MARTINS, 2001)
A arte tem ocupado uma função indispensável desde os primórdios da civilização como forma de desenvolvimento da criatividade humana. Cumming (1998, p. 6), esclarece que “para o artista a pintura não é um fim em si mesmo, mas um meio pelo qual tenta chegar a uma verdade humana fundamental”.
A possibilidade de associar a arte à Educação Ambiental passa a ser importante, devendo, pois observar alguns critérios para o desenvolvimento de materiais didáticos que façam uso desta associação, para que estes venham a cumprir sua função junto ao ensino sobre Homem-Natureza. O objetivo primordial destes materiais deve ser abordar não apenas aspectos ecológicos e do ambiente como um todo, mas também situar-se na realidade social e política em questão, e assim servir como base para a reflexão e estímulo ao pensamento crítico.
O Projeto Educativo e Cultural “FAZENDO ARTE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL, COM TEATRO, DANÇA E ARTESANATO” é mediador entre os responsáveis pela educação escolar/cultural, onde é exibido, entre os seus participantes, através de uma programação elaborada dinamicamente dentro dos PCN’s: ARTE e MEIO AMBIENTE, e dos objetivos que os educadores buscam alcançar em seus alunos. 2 A oficina tem como objetivos propiciar á comunidade escolar reflexões a respeito da problemática do lixo; capacitar multiplicadores para implementação de ações que visem a gestão integrada de resíduos; buscar multiplicadores para processo de educação/conscientização da população sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem de resíduos; sensibilizar os educadores sobre a importância da educação ambiental; desenvolver hábitos de respeito e preservação do meio ambiente; conhecer algumas possibilidades para a confecção de materiais lúdicos/pedagógicos; permitir aos educandos fazer uma avaliação a respeito da necessidade de se pensar na qualidade de vida e das relações em grupos sociais; dar vida a um momento permitindo que se transformem sentidos das atividades escolares em algo prazerosos; realizar atividades práticas que permita ao aluno ser agente transformador e preservador do meio ambiente; adquirir habilidades para trabalhar com sucatas. Dentre as atividades práticas encontram-se atividades que permitem conhecer a si próprio para a valorização do outro como a atividade Mapeando o corpo, na qual os participantes reconhecem o próprio corpo a partir do corpo do outro e fazem uma reflexão sobre seus valores intrínsecos. Com a atividade denominada Algo em comum, objetiva-se que os educadores possam ampliar seus conhecimentos sobre como agem os animais, refletindo sobre eles e o que podem ter em comum se comparado com o meio no qual vivemos, fazendo uma associação do que ocorre no meio ambiente (mundo animal) e no ambiente educacional enfatizando as problemáticas de inclusão e exclusão. Construindo brinquedos pedagógicos com sucatas, possibilita que os educadores reutilizem materiais que seriam destinados ao lixo e possam exercitar sua criatividade e troca de conhecimentos. Outras atividades como Incêndio na Floresta e História continuada exercitam a memória, atenção, coordenação motora, criatividade e agilidade, fatores que devem ser trabalhados constantemente com os educandos para auxiliar seu desenvolvimento. O Teatro com brinquedos de sucata, propicia o exercício da criatividade elaborando textos, assim como, reutilizando sucatas, além de exercitar o cooperativismo e interação com o grupo. História em cena visa trabalhar com conscientização de preservação do meio ambiente, a criatividade, entrosamento e capacidade de criação e improvisação. Se o educando brinca, sonha, canta, inventa – pode trabalhar arte cênica; pois o teatro para o educando compreende a extravasão dos sentidos mais urgentes e das fantasias mais gritantes. Teatro desinibe, eleva, cria, transforma. Teatro em forma de brincadeira, faz das horas passadas na escola, momentos alegres de refugio e extravasão. E paralelamente a esta relação intuitiva – emocional, vão sendo trabalhadas, a coordenação motora fina e grossa, todo o 3 esquema corporal, gradativamente o equilíbrio físico e psicológico, desinibição, autoconfiança, criatividade e liberação da agressividade e tensão. Sabemos que os PCN’s se prestam a orientar o planejamento escolar e as ações de reorganizações do currículo, destinando a formar os alunos em cidadãos dos novos tempos.
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