Performance na Educação Infantil

PERFORMANCE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Educadores Utilizam o seu Lado Performático para a  Contação de Histórias

Andréa dos Santos Costa

Prof. Priscila Anversa

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Curso (TURMA) – Trabalho de Graduação

12/12/2015

RESUMO

Este texto trata da uma síntese de minha trajetória de conclusão do curso de Artes Visuais da Centro Universitário Leonardo da Vince – UNIASSELVI, na qual discuto e analiso as possíveis contribuições do trabalho com a Performance na Educação Infantil  para a formação de educadores. A partir da investigação dos personagens, busquei explorar e expandir o repertório corporal e expressivo de 20 Educadores da Prefeitura Municipal de São José, capacitando-as como contadoras de Histórias, utilizando o seu personagem de criação. Para realizar a investigação, participei dessa formação desenvolvida por servidoras da SME, e participei de oficinas durante cinco meses de duração que consistia em um processo de apropriação e resignificação de elementos. O resultado dessa oficina foi à criação de estratégias para contar historias através de uma performance.

Palavras-chave: Educação Infantil. Performance. Artes Visuais.

1 INTRODUÇÃO

As crianças começam a ter seu primeiro contato com a arte e o fazer artístico é na educação infantil, eles sonham, inventam, e descobrem coisas novas o tempo todo, aventurando-se no desconhecido, e não tem medo de errar. Diante desse contexto este trabalho de graduação do curso de Licenciatura em Artes Visuais – EAD da UNIASSELVI, assumirá a linha – O Jogo da Performance^[1] na Educação Infantil, possibilitando passar informações e comprovações do assunto abordado, para os educadores de educação infantil sobre a riqueza imaginativa das crianças, riqueza muitas vezes renegada e empobrecida por práticas pedagógicas.

Ao longo do tempo, que muitos adultos consideram “educativo” desfazer todo e qualquer “equívoco” infantil que parta de uma vida rica de fantasia e imaginação. Adultos, muitos formados em professores, outros, leitores de literatura de divulgação dos conhecimentos da Psicologia e da Pedagogia, possuem a forte crença de que as crianças precisam ser educadas, e que, se elas estiverem muito entretidas em brincadeiras de faz de conta, vestindo-se estranhamente (do ponto de vista do adulto) e “fazendo vozes”… isso poderia chegar a ser preocupante!

A criança em todo o seu processo de desenvolvimento humano realiza um contato visual com o mundo. Desde muito pequenas as crianças são atraídas pelas cores, formas e imagens. A partir da leitura de imagens, as crianças criam o seu repertório visual, atribuindo significados a símbolos , figuras e ícones , desenvolvendo e elaborando a linguagem .  Nos primórdios da civilização humana já identificamos a necessidade de comunicação do ser humano a partir de desenhos e representações gráficas.

A criança performer é a criança cujo gesto imitativo saltou para a qualidade criativa, para dentro do âmbito do inusitado, do nonsense, da intensidade dos fluxos, do improviso e da expressividade. Nessa leitura, infância, performance e campo imaginativo se unem em um tripé que foge do controle do adulto. Isso doa sentido para a frase “o ato de imaginação é um ato performático”.

Podendo afirmar então que a criança, quando imagina, expressa seu modo de ser e estar no mundo, e permitir que isso aconteça livremente é permitir a experiência de si mesmo. A criança pequena vive a realidade de tal modo que:

(...) o “real” para as crianças é o efeito de segmentação, transposição e recriação feita no ato de interpretação de acontecimentos e situações. O que torna a vida uma aventura continuamente reinvestida de possibilidade. (SARMENTO, 2002, p.13)

Nada mais rico do que viver a vida imaginativa como uma das formas de ler o mundo compartilhado. O presente Trabalho de Graduação, trata-se de um estudo sobre Performance na Educação Infantil, visando orientar de Educadores de Artes Visuais para que possam desenvolver o processo de ensino e aprendizagem a respeito deste tema. Faz-se necessário que o educador de Artes vivencie a experiência, através Performence, delegando condições para que o mesmo tenha subsídios para um processo de criação autônomo, dando-lhe oportunidade de buscar elementos que contribuam na excelência da aprendizagem, que posteriormente será conduzido em suas intervenções e atividades, dando-lhe fundamentação para captar as mensagens corporais que as crianças transmitem.

Na busca pela ressignificação da formação de educadores no contexto atual, pus-me a explorar, possíveis aproximações com o que seria Performance na Educação Infantl, transpondo-os e atualizando-os no contexto da Educação Infantil por meio da construção de um personagem, abordando, através de questões relacionadas ao universo dos educadores e de suas crianças. Como esses “tipos”poderiam ser transpostos para um espetáculo para crianças?

O trabalho com a performance oferece elementos para a ampliação da expressividade, oferece possibilidades de discutir questões do cotidiano, uma vez que ela própria se apropriava de tais questões para conduzir suas narrativas “improvisadas”. Ela dispõe de conteúdos importantes para se compreender o fazer teatral, o jogo cênico, a exploração do universo lúdico, exploração da improvisação, da preparação corporal, das múltiplas linguagens, uma vez que se utiliza da dança, da música, etc.

O objetivo principal da pesquisa foi propiciar os 20 educadores que participaram da formação, uma vivência teatral, buscando perceber o potencial da performance para a ampliação do repertório expressivo de tais educadores, assim como, propiciar uma reflexão sobre os modos de se fazer teatro para e com as crianças.

2 CONTEXTO HISTÓRICO-PEDAGÓGICO DA ARTE

Antes de adentrar ao mundo da Arte na Educação Infantil, faz-se necessário conceituar o termo Arte, diante de toda a amplitude da palavra. Arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. Ela pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema e na dança. Após seu surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na nossa sociedade, podendo ser vista ou percebida pelo homem de diferentes maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Segundo Martins;Picosque;Guerra (1998, p.14):