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As mulheres ou os silêncios da historia

Por:   •  9/12/2019  •  Abstract  •  1.879 Palavras (8 Páginas)  •  131 Visualizações

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As mulheres ou os silêncios da historia

FICHAMENTO

Palavras-chave

Machismo – Filantropia – Política – Feminismo – Silenciamento

Ideia/Ideias do autor

• No período do século XIX, século das luzes e muito influenciado pelas revoluções anteriores, quando as mulheres estavam começando a lutar, os homens as trancavam em casa, tentando impedi-las de ter qualquer tipo de vida politica, social, literária, laboral, etc. Ficavam restritas ao cerco domestico;

• Entretanto, elas começaram a aprender a sair. Sair para a cidade, para comícios, para locais considerados “proibidos” por convenções sociais estabelecidas por homens;

• As mulheres começaram (sobretudo as cristas) a fazer trabalhos filantrópicos. Entretanto, há uma reflexão de que esse trabalho (conclusão de Ruskin) seria uma continuidade do trabalho domestico em outro espaço;

• Ao mesmo tempo em que esse trabalho filantrópico pode ser considerado uma continuidade do trabalho domestico, as mulheres modificaram sua nocao de si mesmas no trabalho filantrópico, assim como a visão da sua inserção no mundo publico. Isso as levou a participar de muitos programas e atividades na vida publica, ainda liderados por homens, no inicio, e depois liderados por mulheres;

• Reparar no perfil das mulheres que realizavam tais trabalhos filantrópicos*

• Conforme as mulheres foram se associando, mudaram seus objetivos e métodos nas organizações filantrópicas: primeiro era um trabalho mais focado na caridade, em algo religioso, depois tornou-se uma empreitada de moralização e de higiene ( texto p. 282);

• Conforme o caráter e a rigorosidade dessas organizações mudam, as mulheres começam a adquirir um saber social que antes não tinham, pois começaram a realizar pesquisas em domicilio, etc;

• A medida em que as instituições filantrópicas vao se assentando, as mulheres vao se tornando a vanguarda dessas organizações. Houveram episódios em que esse trabalho social realizado por elas foi usado pela direita, como é citado no texto, em um momento depois da segunda guerra mundial em que um grupo chamado reconstrução francesa recrutou algumas mulheres que faziam tal trabalho para acabar com a barbárie, ou seja, o comunismo;

• A filantropia trouxe uma mudança na relação entre os sexos na cidade, pois as mulheres começaram a exercer cargos de autoridade, se inserindo no trabalho social e tornando-se peritas em diversos assuntos. Adquiriram um saber social e politico;

• Ensinar, cuidar e assistir passam a ser “profissões femininas”;

• O trabalho filantrópico acaba se tornando combustível para outras reivindicações – de mulheres envolvidas nesse trabalho social ou não -, tais como o direito ao voto, reivindicação pela extinção da prostituição, etc.

• As associações passam a ser um meio das mulheres de representarem a si mesmas e a outros grupos em situação de vulnerabilidade social no âmbito politico;

• As mulheres atuavam, nas instituições filantrópicas, no trabalho mais direto com as pessoas, iam e faziam as entrevistas, reivindicavam direitos, movimentavam-se nas ruas, mas não administravam as associações, ou administravam poucas delas, pois isso ainda era atribuído somente aos homens; além disso não tiveram reconhecimento pelos seus trabalhos. Diversos homens ficaram conhecidos por fundarem associações ou as dirigirem, mas as mulheres não tanto quanto eles; no fim do século, como resultado, as figuras filantrópicas eram majoritariamente masculinas;

• No fim do século as figuras reconhecidas como filantrópicas são majoritariamente masculinas e, de forma geral, a gestão de problemas sociais passa das mãos dos políticos para a dos profissionais (médicos, psicólogos, juristas). Isto leva a um crescimento das qualificações, e dentro disso a mulher continua a ocupar uma posição de subalternidade, sendo apenas treinada como auxiliar nesses trabalhos. A partir desse momento a luta das mulheres é por reconhecimento, por qualificação para mulheres, por reconhecimento dos seus diplomas, para ter o mesmo status que os homens, etc.

• A filantropia teve outros efeitos, além de permitir às mulheres saírem do cerco domestico de suas casas. Ela permitiu o inicio de uma “consciência de gênero” e da gestação de uma identidade feminina que foi combustível para muitos acontecimentos nos próximos séculos. Além disso permitiu a integração entre mulheres de diferentes classes sociais.

• As mulheres sempre falaram, mas faziam isso mais no âmbito privado. A palavra no âmbito publico lhes era negada;

• As mulheres sempre estiveram excluídas do poder politico e religioso, isso data desde a Grécia Antiga. A palavra, a oralidade, significam poder. E quem pode usa-las é quem tem o poder;

• As mulheres foram excluídas do âmbito politico no século XIX; não podiam fazer nem falar de politica;

• As mulheres começaram a participar dos congressos e da militância operaria não com autonomia politica e participação das discussões, mas como auxiliares, acalentadoras dos maridos, irmãos e filhos; assim fabricou-se tambem uma “natureza” feminina; servem como uma solidariedade familiar;

• Trabalho, feminismo e movimento operário são três grandes brechas que foram abertas no muro de silencio que foi estabelecido para as mulheres;

• O feminismo começou a ensinar as mulheres a falarem, a discursarem; as mulheres aprendem a dominar seu discurso e sua figura publica – p. 324

• As mulheres passam a se tornar militantes socialistas e anarquistas, não sem sofrer machismo e misoginia dentro dos partidos e fora deles;

• O corpo da mulher nunca lhe pertenceu; ela passou por uma serie de controles e sempre serviu a uma serie de homens, menos a si mesma. Primeiro, fazem uso do seu corpo o marido, depois os filhos e, no âmbito social, o senhor (patrão, capitalista);

• A autora relata como em diversos momentos da historia as mulheres foram oferecidas como produtos sexuais aos machos de varias idades; no século XIX haviam as prostitutas, em períodos monárquicos jovens que eram oferecidas ao rei, sempre partindo do principio de que o macho possui um desejo sexual irrefreável, logo a mulher é obrigada a satisfaze-lo;

• Com a revolução industrial, a servidão corporal das mulheres se estendeu do âmbito domestico ate

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