Avanços e Retrocessos da Primavera Arabe
Por: Gabriela Abreu • 10/7/2016 • Dissertação • 704 Palavras (3 Páginas) • 265 Visualizações
Avanços e retrocessos da Primavera Árabe
- Egito
A Primavera Árabe que começou na Tunísia, em 2011, é o nome dado a onda de protestos e revoluções populares contra governos ditatoriais do mundo árabe, com um histórico de permanência no poder. O principio dos protestos se da pelo agravamento da situação dos países, provocado pela crise econômica e pela ausência de uma democracia. Além também da corrupção, e do enriquecimento ilícito, enquanto faltavam politicas publicas para combater a pobreza e a má distribuição de renda. A população também sofria com as altas taxas de desemprego, com o elevado custo dos alimentos e com a falta de liberdade politica, e a partir disso buscava melhores condições de vida. Os principais países envolvidos são Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmen e Barein.
Iremos entao tratar especificamente de um dos países envolvidos, o Egito. A partir da revolta na Tunísia, multidões egípcias se mobilizaram e organizaram manifestações, tendo como motivos, além dos já citados acima num aspecto geral,a derrubada do regime do presidente Hosni Mubarak, que esteve no poder durante 30 anos, com a utilização de praticas eleitorais fraudulentas. Além disso, havia o uso pelo Estado do serviço secreto para reprimir os opositores politicos, ou seja, o Egito não tinha liberdade de imprensa e nem liberdade de expressão. Embora também o egito seja um dos grandes produtores de petróleo do mundo, não havia uma distribuição de renda entre a população, apenas os políticos e seus familiares enriqueciam ilicitamente, enquanto 20 milhoes dos 85 millhoes de habitantes sofriam com a falta de emprego. Entao, buscando uma mudança, pela primeira vez na historia do Egito egípcios de todas as esferas sociais se juntaram aos protestos, que foram uma das maiores manifestações na historia do país. Essas ondas de protestos duraram por dezoito dias.
Com tamanha pressão popular, Hosni Mubarak renuncia ao posto de presidente em fevereiro de 2011,e em dezembro do ano seguinte, o Egito encontrava-se em processo de estabilização política, após a instalação do novo governo. No entanto a situação por lá hoje ainda não é tranquila, pois existem inúmeros grupos políticos e econômicos com interesses conflitantes em relação aos rumos que o país deve tomar. No momento, os militares encontram se no poder e geram grande insatisfação a população.
A partir disso, podemos pontuar então os avanços e retrocessos gerados pela Primavera Arabe. No Egito, após a revolução de 2011, temos claramente um avanço, já que a ditadura de Mubarak é derrubada e a população ganha uma maior autonomia politica. A constituição vigente ate 2011 foi revogada tendo sido criada uma nova, e hoje o presidente está limitado a apenas dois mandatos de quatro anos, com o Judiciário fazendo a supervisão das eleições. A partir de 2012 há também um aumento no numero de partidos políticos oficiais registrados. Alem disso, parte da população acabou tambem por desenvolver um maior engajamento politico.
No entanto, a situação no Egito não é tao animadora quanto aparenta. O presidente egípcio Abdul Fattah al-Sisi vem jogando opositores do regime nas cadeias, de uma forma autoritária, o que é claramente um retrocesso, contrariando o ideal do movimento de 2011, e deixando claro que uma democracia ainda não foi consolidada. Segundo o jornal Carta Capital, a chegada de al- Sisi ao poder representa o inicio da reconstrução do regime que foi derrubado, já que seu governo se trata de uma ditadura apenas com uma configuração diferente. Em suas aparições publicas, Sissi deixa evidente o autoritarismo em suas declarações, e em uma de suas declarações disse que uma democracia plena so sera alcançada daqui a 25 anos. Alem do caráter autoritário de seu governo, ele tambem não apresenta planos econômicos para resolver os problemas do país.
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