Emergência do Serviço Social: Condições Históricas e Estímulos
Por: Rafaela Oliveira • 19/9/2018 • Resenha • 1.197 Palavras (5 Páginas) • 331 Visualizações
CAPÍTULO 1
Emergência do Serviço Social: Condições Históricas e Estímulos
Em 1925 surge no Chile, a primeira escola de serviço social na América Latina fundada pelo médico Alejandro Del Rio ( de Origem Estatal).
Na visão de Ander Egg , o serviço social surge com forte influencia do serviço social belga, francês e alemão, e depois norte americano.
Já para Barreix o serviço social surge como uma subprofissão de suporte aos médicos e advogados diante das expressões da questão social que surgiam com a expansão das relações capitalistas de produção (capital x trabalho). Logo, não só os profissionais, mas as próprias instituições de beneficência etc passariam a estimular o desenvolvimento do serviço social.
“...As assistentes sociais, concluído o seu curso, não ficaram restritas ao trabalho com médicos e
advogados; as instituições de beneficência, de caridade e de filantropia existente entre-nos .As
instituições ,``que tinham por objetivo fazer o bem por amor a Deus´´, as assistentes sociais
incorporam o desejo de ``fazer bem o bem´´ (p. 31)
Nos anos 20, no Chile, houve uma emergência de novas classes sociais por conta das relações de produção embasada na exploração do trabalho assalariado.Neste momento, ocorreu a organização da classe do proletariado, que teve influências socialistas potenciadas pelo êxodo da experiência russa 1917. Estes exigiram que o Estado vinculasse ações para responder às demandas na nova realidade social. Mas esses conflitos não foram resolvidos pacificamente em benefício do proletariado. Houve novas formas de repressão e a concessão à classe operária e ao movimento popular. O Estado usou gastos destinados a melhorar a reprodução das forças de trabalho e ocorreu a aprovação de uma legislação trabalhista que evitavam uma posição alternativa das classes mais dominantes. Com o aumento do proletariado, sucedeu a modernização de empresas agrícolas. Com o aumento da exploração, o capitalismo se desenvolveu consideravelmente.
De acordo com Castro, a evolução da profissão no continente tem a seguinte matriz teórica
Que o surgimento e o desenvolvimento da profissão se explicam a nível superestrutural e pela intercorrência de forças derivadas deste âmbito ( o modelo proposto no exterior, outras profissões, influencia de personalidades esclarecidas etc.), sem que sejam apreendidos, nuclearmente, a partir da estrutura material de base ( desenvolvimento de forças produtivas, modo de produção, relações entre classes etc.); esta ultima, quando invocada, não integra a essência mesma do discurso;Que tal surgimento e desenvolvimento ocorrem por determinação de fatores “ externos” à sociedade latino americana, como se estes operassem eficientemente por si sós, tanto sem a mediação quanto sem o encadeamento interno do processo histórico de nossos países, no qual se define a polaridade como imperialismo enquanto estágio do desenvolvimento do capitalismo a nível mundial;Que esta perspectiva é sustentada mecanicisticamente, recorrendo-se a uma simplificação da teoria do reflexo e anulando-se a dialética especifica do processo histórico, contraditório e mutável.( p. 31 e 32)
De acordo com Castro, os autores Ander Egg e Barreix distinguem três fases sucessivas: a Assistência Social, o Serviço Social e o Trabalho Social. Para Barreix, a etapa da Assistência Social caracteriza-se pelo projeto de fazer o bem com o auxilio da técnica; o Serviço Social, em troca, seria aquela forma de ação social que enfatiza, antes de mais nada a prevenção dos ajustes, escolas sociológica, psicológica e eclética e os métodos de grupo e de comunidade. Ele procura dar uma base cientifica à classificação que oferece, batizando a sucessão de etapas com termos tese, antítese e síntese.
Em troca, para Ander Egg, na Assistência Social, predominariam as concepções beneficente assistenciais; o serviço social comportaria, sucessivamente, três momentos, delimitados pelo predomínio das concepções para-médica ( e/ou para-juridica), asséptico-tecnocrática e desenvolvimentista e o trabalho social, teria como suporte uma concepção conscientizadora-revolucionária.
Castro, 2011 trás a visão de Boris Lima o qual sustenta que a evolução do Serviço Social conheceu quatro etapas: pré-técnica, técnica, pré-científica e, enfim científica. Destaca:
“O Serviço Social " começa a fazer-se científico quando se arroga o questionamento das relações causais das necessidades com que se defronta, quando se preocupa em conhecer as questões essenciais dos problemas ou fenômenos que aparecem como seu objeto de estudo e intervenção.’’ ( p.42)
Hoje,espera-se que o profissional de Serviço Social busque apreender o movimento da realidade
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