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Família e religião na relação doença e saúde

Por:   •  15/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  3.413 Palavras (14 Páginas)  •  133 Visualizações

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 FAMÍLIA E RELIGIÃO: INFLUENCIAS SOBRE O INDIVÍDUO DOENTE OU COM DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO.[pic 1][pic 2]

Alice Garcia[1]

Aline Fribe de Paula[2]

Denise Tavares de Freitas Velloso[3]

Fernanda Santos Silva[4]

Heloisa Schumacher Costa[5]

Jordana Rosa Inácio[6]

Valéria Ângela Colombi[7]

RESUMO

É grande o interesse pelas ciências sociais em relação ao campo da saúde, integrar ao paciente a integração dos conhecimentos culturais, sociais e biológicos no entendimento das doenças. O presente estudo busca assim compreender as relações da religiosidade com a saúde e os processos de cura, entender dessa forma como os indivíduos vivenciam a doença, dando foco maior para as doenças de comprometem a locomoção do indivíduo, procurando entender o sofrimento, a dor e as práticas de cura. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica feita a partir da análise e organização dos dados de artigos científicos publicados e livros, instrumentos que deixam uma maior compreensão e interpretação crítica das fontes obtidas. As informações registradas permitem afirmar que as práticas religiosas se mostram como meio de acolhimento, principalmente para a saúde e a cura daqueles que as buscam. Aponta-se para a necessidade e para a busca de aprofundamento sobre estudos que englobam essa temática, que os mesmos venham a somar, sendo possibilidades alternativas de ajuda e de cura às pesquisas e conceitos da prática biomédica.

Palavras-chave: Saúde, religião, doenças, dificuldade de locomoção.

  1. INTRODUÇÃO

Considerando a religião como uma das mais antigas fundações da humanidade e considerando também que sua existência é garantida pela sociedade, torna-se necessária tendo em vista sua presença ativa nas relações e funções sociais. A incerteza do futuro, as angústias do presente e a compunção do passado certamente estão presentes na vida dos indivíduos. Discursos científicos, quando não estão disponíveis à grande massa dos indivíduos, quando não conseguem responder a essas questões, sendo a religião que surge como resposta (FERREIRA, 2012).

A religião é constantemente descrita como crenças e valores compartilhados, oferecendo suporte social e emocional, recursos de cuidado à saúde, motivação e promove um estilo de vida mais saudável. Neste sentido, os profissionais de saúde necessitam conhecer as crenças que tornam os familiares e pacientes dispostos a receber o tratamento, por que toda doença causa sofrimento e manifesta a procura por significados, na tentativa de entender uma experiência tão devastadora. O sagrado, para os que creem, refere-se ao que é divino, um Deus, algo com valor superior (BOUSSO et al., 2011).

 Para acessar a dimensão espiritual e religiosa de um paciente, necessita-se de uma compreensão mais profunda de seus valores e crenças, permitindo ao profissional de saúde atender melhor suas necessidades. A formação na área da saúde ainda tem uma forte resistência quanto a este assunto, dessa forma, muitos profissionais possuem certa relutância em abordar questões espirituais e religiosas. Nos dias atuais, aumenta a tendência de se incorporar às repartições filosóficas e espirituais na assistência à saúde. Nesse contexto, os pacientes devem ser compreendidos em sua totalidade como pessoas e não somente como casos de doenças isolados (BOUSSO et al., 2011).

2 O CONTEXTO ENTRE RELIGIÃO E SAÚDE

A religião é um conjunto de rituais e crenças pelos quais a espiritualidade se manifestar. O papel que a religião e a espiritualidade desempenha é fundamental para a humanidade e, por consequêcia para a medicina. De fato, a medicina primitiva era um conjunto de práticas religiosas e o médico, muitas vezes, era o próprio sacerdote. Para Hipócrates (460–370 a.C.)  que conseguiu separar a medicina da religião, afirma que as causas das doenças seriam devidas a fatores naturais. Essas causas seriam inteligíveis para o estudioso da natureza que se dedicasse ao estudo do homem e de suas doenças, que se transformou nos dias de hoje, no médico. Por isso, ao longo dos séculos, haveria sempre um pouco de religião na medicina. Uma separação completa entre religião e medicina era de fato imprescindível para assegurar o progresso da ciência, porém não permitiria um entendimento mais profundo do ser que sofre ao padecer de uma enfermidade (FERANDEZ, SILVA e SACARDO,  2018).

Diante deste contexto, várias evidências e estudos acumularam-se acerca dos benefícios para a saúde observados em pacientes que rezam regularmente, comparados com aqueles que não possuem esse hábito ou não acreditam, segundo a ABCS Health Sciences (2014). Nesse estudo transversal observou-se uma associação da atividade religiosa com atitudes de fato mais saudáveis como, por exemplo, a maior idade para o início da atividade sexual, entre outros. Em outro estudo realizado pela Faculdade de Medicina do ABC, demonstra-se que pacientes com câncer que rezavam tinham pontuações maiores em seus questionários sobre qualidade de vida quando equiparados aos que não rezavam.

Uma grande dificuldade encontrada pela medicina baseada em evidências e números é a dificuldade em reconhecer efeitos benéficos da religião que porventura existam e para os quais não exista uma explicação científica. É necessário respeito, tempo para conversar e entender as limitações e as necessidades dos pacientes afligidos por doenças crônicas ou graves. Estimulá-los a dedicarem-se com maior afinco às atividades espirituais e religiosas que lhes façam sentir-se melhor, mesmo que os efeitos destas ações não sejam comprovados e reconhecidos cientificamente. Afinal, como dizia Pascal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece” (ABCS Health Sciences, 2014).

2.1 A relação saúde e religiosidade no Brasil

As ciências sociais no Brasil em saúde, incluindo a antropologia, sociologia, a ciência política e a história, conseguiram ter potencial desenvolvendo-se e se estabelecendo como área de pesquisa e docência em um tempo relativamente curto, cerca de três décadas, sendo que muitos de seus autores realizam suas investigações na interface da antropologia, da sociologia e da história (MELLO e OLIVEIRA, 2013).

Ainda segundo Mello e Oliveira (2013), a antropologia que é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o ser humano e a humanidade em um sentido mais lato, que engloba origens, desenvolvimentos físico, evolução, culturas, psicologia, fisiologia, costumes sociais, características raciais, costumes sociais, crenças entre outras vertentes. Desta forma opondo-se ao modelo médico, a antropologia tomou como objetivo a reflexão a multiplicidade dos recursos terapêuticos e das novas modalidades que surgem dentro e fora do campo médico oficial, possibilitando o surgimento de diversas práticas e conhecimentos que se mesclam, recriam e se impõem no contexto da sociedade brasileira. É possível reconhecer que uma das características mais amplas da cultura na sociedade brasileira é a crença em espíritos, santos e em suas manifestações, seja de entidades ou de antepassados.

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