O Fazer Antropologico

       Trabalho final de Antropologia V





















                 Universidade Federal Fluminense

































II – O fazer antropológico contemporâneo evoluiu muito para alcançar o ideal de pesquisa que temos hoje. Havia tempos em que o antropólogo nem saia da universidade para fazer sua pesquisa ou seguia até o local da população que ia ser estudada mas ficava isolado em outro local,deixando só o assistente em contato com os habitantes dali. Mas hoje o estudo antropológico avançou,não só o antropólogo vai fazer seu estudo no campo,como participa e conhece a população local. Para entender melhor esse estabelecimento de relações diretas e também a critica à maneira como era feita a antropologia antes,usaremos como base o texto de Gerald Berreman “etnografia e controles de impressões em uma aldeia do Himalaia” .
     Logo na introdução o autor critica os etnógrafos por muitas vezes manterem “segredo do método utilizados em suas pesquisas,dizendo que o antropólogo tem o compromisso de contar o que fez,como fez e os impasses que enfrentou pelo caminho,pois esse “segredo” acaba atrapalhando possíveis trabalhos futuros,como ele explica nesse trecho: “Os etnógrafos raramente explicitaram os métodos a partir dos quais a informação relatada em seus estudos descritivos e analíticos foi colhida. Menos frequentemente ainda, fizeram uma exposição sistemática daqueles aspectos do trabalho de campo que extravazam uma definição convencional de método, mas que são cruciais para a pesquisa e seus resultados. A fim de obter informações prévias sobre inúmeros problemas práticos de sua especialidade, o futuro pesquisador de campo., em qualquer disciplina, deve muitas vezes basear-se no anedotário ocasional de seus predecessores, ou em comentários igualmente acidentais, registrados em prefácios de etnografias. Para o indivíduo que, pela primeira Vez, enfrenta o trabalho de campo, a insuficiência desta informação pode parecer o resultado dc uma convicção, entre os que sabem, de que só a experiência é capaz de ensinar. Inversamente, é possível que suspeite terem os etnógrafos se unido numa conspiração de silêncio sobre esses problemas. Quando ele, por sua vez, se toma um autêntico etnógrafo, poderá engajar-se inadvertidamente nessa conspiração, ou sentir-se obrigado a fazê-lo, não só para proteger os segredos da etnografia, como para proteger-se. Devido às regras do jogo, que impediram os outros de lhe comunicarem suas experiências, é possível que considere suas próprias dificuldades de ânimo e de relacionamento, seus próprios compromissos entre o ideal e o necessário como sendo singulares e, talvez, como sinais de fraqueza, ou de incompetência.”.
   Ao longo do texto Berreman vai nos dando detalhes de sua convivência no local,a não receptividade e a desconfiança,frutos da atividades que ali existiam e também da única convivência para com pessoas de fora tenha sido com policiais e coletores,que extorquiam e praticavam diversas formas de violência com a população local. Essa maneira de descrever e nos contar em detalhes os afetos e a as dificuldades em sua jornada,nos mostram um trabalho antropológico muito mais completo. Se torna muito menos complicado de se entender a cultura local pelos olhos do antropólogo quando entendemos as batalhas que o mesmo enfrentou e o motivo de tal resistência dos locais frente ao pesquisador. O estudo da sociedade estratificada e as dificuldades de comunicação frente às duas junto com seus dois assistentes nos permite mais compreensão da dinâmica de vida local.
   Por fim,vemos como dar foco nas questões dos afetos locais e também na maneira que se chega ao resultado final,sem poupar os detalhes do quão difícil ou trabalhoso foi para enfim conseguir um trabalho satisfatório em dado local e um dos pilares da antropologia contemporânea e de extrema importância para os futuros trabalhos e consequentemente o futuro da própria antropologia.

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