Paradigmas nos Estudos Organizacionais
Por: Paulo Fernando Maselli • 16/5/2017 • Resenha • 2.304 Palavras (10 Páginas) • 643 Visualizações
Roteiro sugerido
- TEMA: PARADIGMAS DOS ESTUDOS ORGANIZACÕES
- NOME DA OBRA/TEXTO/VÍDEO/AUDIO E DADOS GERAIS
Nome | Respectivos dados gerais |
Obra 1: PERSPECTIVA MULTIPARADIGMÁTICA NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS | Anielson Barbosa da Silva e João Roman Neto |
Obra 2: ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: UMA RELAÇÃO ENTRE PARADIGMAS, METANARRATIVAS, PONTOS DE INTERSEÇÃO E SEGMENTAÇÕES TEÓRICAS | Luciano Munck Universidade Estadual de Londrina Rafael Borim de Souza Universidade Estadual de Londrina |
Obra 3: PARA ALÉM DOS PARADIGMAS NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: O CÍRCULO DAS MATRIZES EPISTÊMICAS | Ana Paula Paes de Paula Universidade Federal de Minas Gerais / Faculdade de Ciências Econômicas, Departamento de Ciências Administrativas, Belo Horizonte – MG, Brasil |
- CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
O tema discutido se trata dos paradigmas dos estudos organizacionais, este possui diversos estudos relacionados, por se tratar de algo muito amplo e de extrema importância para os estudos das organizações, o modelo criado por Gibson Burrel e Gareth Morgan (1979) é uma das bases para grande parte do conhecimento construído e desenvolvido sobre a área, ele recorre a duas dimensões: a sociologia da regulação e a sociologia da mudança radical, que são perpassadas pela oposição entre objetividade e subjetividade, resultando em um diagrama com quatro paradigmas: o funcionalismo, o interpretativismo, o estruturalismo radical e o humanismo radical.
Desde então muitos estudos foram realizados com intuito de validar, complementar e criticar o modelo de Burrel e Morgan, os trabalhos utilizados como base deste estudo mostram exatamente isso, Luciano Munck e Rafael Borim de Souza (2010) mostrou em seu estudo um quadro de relacionamento do modelo paradigmático junto com outras teorias de análise dos estudos organizacionais, mostrou-se suas relações e a necessidade de implementar uma perspectiva cientifica integrativa para os estudos nas organizações.
Mas o fato é que muitos estudos mostram a fragilidade do modelo e a falta de aprofundamento dos conceitos paradigmáticos para entender e explicar melhor os estudos organizacionais. Portanto, os trabalhos de Ana Paula Paes (2016) e Anielson Barbosa da Silva (2006) apontam essas falhas e tentam melhorar o modelo, criando subsídios e enriquecendo a teoria com o objetivo de evoluir e aprofundar nos conceitos de paradigmas dentro dos estudos organizacionais. Ana Paula Paes (2016), analisa diversos estudos relacionados ao tema com intuito de construir uma nova abordagem paradigmática para os estudos organizacionais, utilizando as matrizes epistêmicas. Ela aponta os principais problemas do modelo antigo e como ele conseguiu acirrar a rivalidade entre os defensores de cada um dos paradigmas pelo fato dele ser incomensurável.
No estudo de Anielson Barvosa da Silva (2006) trabalha na mesma linha de raciocínio de Ana Paula, porém utiliza-se de métodos diferentes, o fato da incomensurabilidade do modelo de Burrell e Morgan, surge a necessidade da evolução dos paradigmas utilizados nos estudos das organizações, a proposta de Anielson é ampliar os estudos no campo das organizações através de uma abordagem multiparadigmática, a introdução deste nova visão pode contribuir para melhorar a qualidade da produção cientifica e do desenvolvimento de teorias no campo da organizações, além de amenizar as rixas que a incomensurabilidade do modelo antigo criou nos pesquisadores desde seu surgimento.
- ANÁLISE
4.1 Resumo da primeira obra
PERSPECTIVAS MULTIPARADIGMÁTICA NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS
O objetivo do trabalho consistiu em discutir a difusão dos paradigmas nos estudos organizacionais e mostrar uma forma diferente para utilizá-la a fim de diminuir sua incomensurabilidade e evoluir nos estudos dentro do campo das organizações. A noção de paradigmas surgiu em 1979 com Burrell e Morgan, como forma de discutir a teoria social em geral, é uma perspectiva que rompeu com o positivismo como enfoque principal da pesquisa científica (Bryman , 1996). A principal finalidade desses paradigmas era possibilitar melhor compreensão do fenômeno organizacional. Apesar de inúmeras críticas ao modelo, os mesmos auxiliaram a teoria organizacional porque delimitaram pressupostos sobre a natureza do fenômeno organizacional (ontologia), a natureza do conhecimento sobre tais fenômenos (epistemologia) e a natureza das formas pelas quais podemos estudar os fenômenos (metodologia) (Gioia e Pitre, 1990).
Para tentar minimizar o embate originado pelos paradigmas proposto por Burrell e Morgan (1979), surgiram algumas perspectivas denominadas multiparadigmáticas. Essas perspectivas oferecem a possibilidade de criar novos insights porque partem de diferentes bases ontológicas e epistemológicas, o que implica a possibilidade de vislumbrar diferentes facetas do fenômeno organizacional e produzir diferenças marcantes e informações sobre visões teóricas ou fenômenos em estudo (Gioia e Pitre, 1990). Alguns estudos reconhecem que a perspectiva multiparadigmática adota uma postura pós moderna (Schultz e Hatch, 1996) que defende a existência de várias formas de compreensão da realidade social e a integração de várias perspectivas teóricas que ampliam “as lentes” ou visões utilizadas para se olhar um fenômeno social.
Para finalizar o autor aborda a importância da introdução de uma perspectiva multiparadigmática, pois está apresenta três posições metateóricas muito interessante: incomensurabilidade, integração e cruzamento entre os paradigmas. E que os estudos organizacionais ainda estão em processo de reformulação, abrindo espaço para uma perspectiva multiparadigmática (Ramos,1989; Rodrigues Filho, 1997). E esta reformulação significa evoluir nos estudos organizacionais, procurar aprofundar melhor nas organizações, ampliar o aprendizado e estimular estudos no campo.
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