Polivalência do Profissional de Engenharia
Por: Wolfgang Menezes • 7/9/2015 • Dissertação • 749 Palavras (3 Páginas) • 352 Visualizações
ENGENHARIA, ANTROPOLOGIA E CULTURA
É de fundamental importância que o profissional de engenharia, de qualquer área que seja, possua a capacidade de pensar de forma polivalente, somando assim a sua capacidade científica e técnica a sua capacidade humana e ética, não só para solucionar problemas e desenvolver projetos, mas também para ser agente transformador dentro de seu contexto social. Dessa forma, o engenheiro deve apresentar uma postura crítica, que analise as situações não somente pelo viés tecnológico/científico, todavia considerando também os aspectos: culturais, ambientais, sociais, políticos com uma visão humana atendendo assim o que lhe é pedido.
Já que cultura é tudo é aquilo que homem produz através de sua inteligência, como um indivíduo inserido na sociedade, o engenheiro é também um “produtor cultural”,devemos esclarecer também que cultura e erudição são coisas distintas.
Como disse Neri de Paula Carneiro(2009)[1]
“No cotidiano das pessoas a palavra cultura nem sempre tem o mesmo significado que recebe no meio acadêmico ou científico. Se conversarmos com as pessoas na rua, em seus ambientes de trabalho veremos que elas se referem à cultura relacionando-a às artes, à literatura, à escolarização. Veremos que as pessoas dizem que arte é cultura, que elas se referem à cultura literária e até mencionam nomes de livros. É comum ouvirmos dizer que "fulano é muito culto" ao se referir a uma pessoa que frequentou escolas, graduou-se e é dedicado à leitura e ao estudo. Não vamos dizer que essas não sejam manifestações da cultura, mas também não podemos deixar de dizer que essa forma de conceber a cultura é uma manifestação cultural. A partir desse ponto de vista, que está presente no cotidiano da maioria das pessoas, a cultura aparece como algo "do outro", da pessoa ilustrada, do artista... raramente as pessoas se vêm como agentes da cultura, ou agentes culturais. De acordo com essa visão, a afirmação da cultura é a afirmação do "outro" e a negação do "eu", pois o outro é capaz de cultura e eu, por ser menos escolarizado não produzo e nem estou no meio da cultura.”
Percebe-se então que ao encarar e observar qualquer determinada cultura a visão crítica e polivalente deve ser também livre de qualquer olhar etnocêntrico para que com isso não se dê mais valor a um só ponto de vista, já que as culturas se manifestam de diferentes formas,pois de fato quando “presos a uma única cultura,somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quanto a nossa.” (Laplantine,2005)[2]
SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Durante toda a existência os seres humanos procuram resposta, mesmo que inconscientemente, tanto para fenômenos da natureza quanto para afazeres simples do dia-a-dia, a partir daí começa a se desenvolver o que se chama de senso comum ou conhecimento vulgar,segundo Cotrim (2002, ) citado em um artigo de Francelin (2005,p.30) “[...] vasto conjunto de concepções geralmente aceitas como verdadeiras em determinado meio social recebe o nome de senso comum”[3].Isso não implica dizer que o senso comum está certo ou errado,mas somente dizer que não há um base precisa,ou seja,a maioria não sabe o porquê dessas concepções.Com a evolução da espécie humana ficou cada vez mais evidente a necessidade de um conhecimento sólido e embasado em algo,formando-se assim o conhecimento científico,que tem base em experimentos,experiências,teorias,além de vários outros métodos.Abaixo alguns exemplos de coisas e situações que só explicamos com o senso comum ou com o método científico:
Senso Comum:
- “Pressentimento de mãe”,quando algum ente familiar se sente incomodado por algum sentimento ruim em relação a algo ou situação que irá acontecer avisa que tem um “pressentimento de mãe”.
- O uso de chás medicinais feitos a base de ervas e plantas para dores no fígado,estômago sem um devido embasamento científico.
- Esfregar uma aliança de ouro para colocar sobre o “ter-sol” afim de que desapareça.
Conhecimento Científico:
- Quando a água do chuveiro para de esquentar e automaticamente checamos a resistência.
- Quando comemos um macarrão e sabemos que por ser um carboidrato tem uma grande quantidade de calorias e pode ser um “vilão” pra quem quer perder peso.
- O uso de fármacos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CARNEIRO N. P. Uma Antropologia da Cultura III: Cultura: A Criação Humana.2005.Disponível em
[2] LAPLATINE F. Aprender Antropologia.1.ed.São Paulo:Brasiliense,2003.p.163.
[3].COTRIM. Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CREMASCO, M. A. A Responsabilidade Social na Formação de Engenheiro.
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