RELATÓRIO DE EXTENSÃO DA REDE FTC: Cidadania e Interculturalismo
Por: Lilian07 • 15/5/2019 • Trabalho acadêmico • 2.533 Palavras (11 Páginas) • 142 Visualizações
RELATÓRIO DE EXTENSÃO DA REDE FTC
PARCIAL [pic 2] FINAL X[pic 3][pic 4]
1 - Descrição dos objetivos
Objetivo geral:
* Propor estratégias para melhorar o relacionamento no seio familiar, visando mães com filhos que apresentam transtornos mentais.
Objetivos específicos:
* Colaborar com o grupo terapêutico em suas demandas.
*Informar sobre assuntos relevantes durante as oficinas terapêuticas.
2- Metodologia descrita das atividades realizadas
Os grupos de oficina terapêutica foram realizados uma vez por semana no CAPS IA da cidade de Itabuna-Bahia, com uma variação de pessoas presentes, com media de quarenta minutos de duração minutos e com a supervisão da professora
orientadora Solange Palmeira coordenando os discentes de psicologia presentes em cada sessão. As discentes coordenadoras do grupo ficaram encarregadas de facilitar a comunicação, clarificar o debate, incitar a reflexão e proporcionar um clima acolhedor para que as mães das crianças e adolescentes com transtornos mentais sentissem à vontade para colocar suas questões subjetivas envolvidas ou decorrentes do processo de amadurecimento e das dúvidas e temores sobre ter um filho com essas condições neurológicas.
A família, segundo Fávero (2008) além de grupo social, envolve uma rede de relações. Para além da genealogia e dos laços afetivos, a família também existe em função da convivência social intensa e longa. E a autora reafirmou, como outros sociólogos, que, sem família, não existe sociedade. Por isso a importância de focar em mães que convivem diariamente com crianças e adolescentes possuidores de transtornos mentais. Além do papel de mãe que cumprem como todas as demais, somam-se a isso os sentimentos de lidar com o desconhecido, as mudanças comportamentais de seus filhos devido a esses transtornos e os anseios e dificuldades encontrados no dia a dia. Deste modo, entende-se a família não como a soma de indivíduos, mas como uma totalidade, com identidade grupal (RAPIZO, 2002).
No decorrer do processo terapêutico as intervenções seguiram de maneira a contribuir para a reflexão dos pensamentos e crenças que as genitoras traziam em sessão. Devido a necessidade em realmente buscar um fortalecimento do vinculo maternal, as aplicações das técnicas grupais descreviam em suma, os pontos mais causadores de dúvidas das mães em como se comportar diante das demandas dos filhos. Com isso os questionamentos e reflexões sequentes destas dinâmicas possibilitaram maior visualização dos fatos reais e suas crenças sobre os fatos e possibilidades (OSORIO, 2009).
A estrutura do grupo foi aberta e abarcou uma média de 4 integrantes. Foi garantido que todos pudessem participar, assegurando um espaço onde as trocas de experiências fossem efetivas, através de assuntos amplos e discursivos. Desta
forma, também foi admitida a entrada de participantes e eventuais saídas durante os encontros.
Não há como colocar limites quanto a interrupções durante o andamento do encontro, pois as mães das crianças e adolescentes usuárias do CAPS IA, mesmo estando ciente do horário, por questões particulares ou imprevistos, ocorria de chegarem às vezes com a oficina já iniciada. Foram convidadas a participar do grupo as mães acompanhantes de seus filhos que frequentam o CAPS IA. O convite foi feito coletivamente, com uma técnica grupal que consistia em mostrar uma imagem e cada mãe presente relatar a sensação ao ver tal imagem e junto a isso uma apresentação breve de proposta do trabalho bem como das discentes e da docente que conduziria o grupo.
Os encontros do grupo são iniciados com a explanação pelos coordenadores de seus objetivos, através de técnicas grupais e debate sofre o assunto pré definido para o encontro. As mães foram convidados a se apresentarem e exporem os motivos que os levaram à participar da oficina. A partir de suas colocações busca-se conhecer cada acompanhante, estimulando a troca de experiências e a pensarem como está sendo a relação delas com os seus filhos, quais são suas expectativas quanto à futuro dos mesmos e os temores e riscos aos quais os mesmos porventura podem ser submetidos.
Algumas mães chegaram a relatar constrangimentos já passados com seus filhos e o medo que as pessoas venham a ter represálias por algum tipo de comportamento do mesmo. Essa interação do paciente com o transtorno mental e a sociedade é necessária e há que saber lidar com isso. Assim, torna-se impossível isolar o indivíduo do seu meio, ambos evoluem simultaneamente e mudam reciprocamente. A importância do contexto torna-se mais clara, bem como a noção de co-evolução, que é determinante da terapia familiar (RELVAS, 1999).)
Os temas a serem trabalhados podem surgir naturalmente de um dos membros do grupo e serem estendidos a todos para reflexão, ou serem levantados
pelos coordenadores. São sempre centrados no convívio e na relação familiar, sendo que não há rigidez quanto aos conteúdos a serem trabalhados.
Ao final de cada encontro os coordenadores devolvem ao grupo e a cada participante uma interpretação geral a partir de todo o conteúdo trabalhado além de ser solicitado às mães fazerem uma avaliação do grupo no último encontro para se ter um retorno preciso sobre o trabalho realizado. Os encontros foram documentados em relatório abrangendo os aspectos principais discutidos.
3 - Resultados parciais ou finais alcançados
Foi possível observar o desenvolvimento de alguns participantes no decorrer da oficina, devido ao ambiente acolhedor, o rapport estabelecido, e as atividades realizadas. Pichon-Rivière (1994) descreve o homem como um ser cujas necessidades só são satisfeitas socialmente, em relações que determina e que, ao mesmo tempo, é por elas determinado.
Portanto, a oficina promovida se inclui nessa necessidade, e a desenvolveu de forma ativa, tendo em vista a ênfase no processo de troca, onde o sujeito influencia e é influenciado dentro do processo grupal.
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