TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Cinema e Sociedade

Por:   •  24/5/2017  •  Resenha  •  876 Palavras (4 Páginas)  •  296 Visualizações

Página 1 de 4

Relatório – Filme: Queimada

Universidade Federal de Goiás

Departamento Ciências Sociais        

Disciplina: Cinema e Sociedade                

Professor: José Soares

Aluna: Julia Graziela Martins Gonçalves

Matrícula: 201614359

Relatório – Filme: Queimada

O nome Queimada deve-se ao fato dos portugueses terem de queimar a ilha para vencer a persistência dos índios. Quase todos os indígenas foram mortos. Levaram então escravos da África para trabalhar nos canaviais. A bordo de um navio, um tripulante explica ao diplomata inglês, Willian Walker (Marlon Brando) as peculiaridades da ilha. E assim começa “Queimada!”

Queimada foi proibido pela censura brasileira, só sendo liberado anos depois, em 1980, quando o regime militar obrigou-se a assumir fachada mais progressista.

O filme procura no passado fatos que possam, não digo elucidar, mas pelo menos demonstrar o presente. No caso, ele toma uma ilha imaginária, nas Antilhas, como modelo de aplicação do processo colonial.

Em meados do Século XIX (ano de 1845), numa ilha do Caribe que tem o persuasivo nome de Queimada (tratando a um sangrento episódio de seu passado), aonde os portugueses tiveram que queima-la para vencer a persistência dos indígenas.

Clássico de Gillo Pontecorvo, o drama político Queimada, mostra uma história de controle e livramento. Sir William Walker, vivido pelo astro Marlon Brando, é enviado pela coroa britânica a fim de cumprir com os ocultos desejos reais a respeito de uma ilha caribenha. Sua ambição é instigar a população a uma rebelião popular, derrubando assim o governo atual, para gerar insegurança política, que beneficiaria os negócios com a tal região.

Walker é um sujeito astuto que usa de seu prestígio para planejar um futuro bom para si e para seus empregadores. Apesar de ser uma aventura histórica, o script de Franco Solinas e Giorgio Arlorio, baseado no livro de Norman Gant, não se preocupa a explicar os fatos e pessoas de modo literal, tocando sobre a realidade como em um conto de firmeza. Com medo de ser censurado, Pontecorvo teria mudado o domínio que seria espanhol para português, graças ao regime militar que dominava na Espanha em 1969. A ilha de Queimada guarda muitas paridades com o Haiti, que teria tido seu nome trocado exatamente para despistar possíveis boicotes.

Um dos papéis centrais é de José Dolores, vivido por Evaristo Márquez, um nativo que é tratado de modo brusco por Walker e que aos poucos ganha sua amizade, bem como uma preparação para tornar-se um líder influente de seu povo. Nota-se facilmente, no modo de operar do agente inglês, vestígios da filosofia maiêutica, em que o influenciador faz sugestões leves que de modo astuto vão alterando o ideal do tal líder em construção, no caso Dolores. As opiniões não são diretas, mas são formadas minuciosamente a ponto de gerar no escolhido a impressão de personificação autoinduzida, como se tais padrões estivessem em seu pensamento o tempo todo, ao invés de terem sido inseridos.

Pontecorvo não tem reserva em mostrar um personagem central canastrão e ardiloso, que ganha tonalidade exatamente pela inspiração de Brando, que consegue expor bem a canalhice do mestre falso. A direção ideológica comunista se vê na condução dos fatos, ao explorar os defeitos desse tipo de invasão e mediação imperialista estrangeira, curiosamente ainda muito em uso atualmente, haja vista a situação de guerra ao terror dos Estados Unidos com os países árabes ricos em petróleo.

Os pequenos detalhes no visual dos personagens dizem muito mais do que suas atitudes simulando o jogo de falsidade e cartas marcadas que ocorre durante o filme. Enquanto José se veste de trapos, espalhando humildade, William é um homem de aparência bonita, mas de modos e vestimentas elegantes para o local, fator que já o sobe de grau naturalmente. No entanto, são seus pelos que dizem mais. Como se aquele trabalho fosse apenas mais um dentro da sua rotina, a barba por fazer determina uma falha com padrões, combinando com suas madeixas oleosas, não grandes o suficiente para atravessar os ombros, mas o bastante para ficarem descabeladas ao menor sinal de vento. Não há preocupação moral ou princípios morais nos modos de conduta executadas pelo personagem vindo da Europa.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (5.5 Kb)   pdf (75.2 Kb)   docx (12.8 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com