A guerra os rocha- resenha critica
Por: Marisa Barroso • 17/5/2017 • Trabalho acadêmico • 601 Palavras (3 Páginas) • 262 Visualizações
No dia 29 de abril de 2017 visualizamos o filme “A guerra dos Rocha” que tem como personagem principal, Sr.ª. Dina Rocha. O filme retrata o que presentemente muitos idosos vivenciam, uma angústia tremenda, pois andam de casa em casa, de filho para filho. Parece que as pessoas se esquecem que é fundamental dar aos nossos idosos respeito e dignidade que está bem presente na declaração Universal dos Direitos Humanos no Artigo 1- “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, ou seja, todas as mulheres e homens idosos têm os mesmos direitos que qualquer outra pessoa, independentemente da sua idade e/ou da sua situação de dependência. Muitas vezes, as pessoas mais velhas da família são encaradas como um fardo, sendo esquecidas e colocadas de parte, uma vez que as gerações mais novas se esquecem que foram as gerações mais velhas que lhes prestaram os cuidados e todos os apoios necessários.
O filme retrata um pouco a realidade dos dias de hoje, ao demonstrar o facto dos familiares se absterem das suas responsabilidades, atirando-as para outros membros da família e assim sucessivamente. Penso que se pode aqui enquadrar o artigo 138º Exposição ou abandono do Código Penal, já que a Srª Dina não tem para onde ir, embora possua habitação própria que emprestou ao filho César para que este pudesse viver com a sua esposa e filha. Encontra-se, portanto, numa situação em que vive rejeitada pelos seus três filhos: Marcos Vinícius, César e Marcelo. Todos eles vão atirando as responsabilidades uns para os outros e discutindo com quem esta deve ficar. Todos arranjam razões para que a Sr. Dina não possa ficar em casa dos mesmos e quando esta se apercebe de tal situação, Sr.ª Dina sente-se triste e acaba por encontrar uma vizinha/amiga e estas passam por uma situação de sequestro (artigo 158 do código penal). Quando os filhos se apercebem da ausência da mãe ficam “preocupados” e tentam encontrá-la. Recebem uma chamada de que esta poderia ter sido atropelada e as descrições dadas eram semelhantes com as que estes referiram. Quando foram confirmar o corpo confundiram-na e começaram logo a preparar as celebrações fúnebres, verificando-se claramente um interesse maior neste momento de perda e uma grande disputa entre os familiares por causa dos bens que Sr. Dina possuía.
Quando se consegue libertar dos assaltantes, a Sr.ª Dina depara-se com o seu próprio velório e nesse momento descobre que o importante para os seus familiares é a sua herança. A Sr. Dina entrega assim o seu valioso cofre que contém a herança. Quando os familiares abrem o cofre percebem que a maior herança que a mãe lhes pode dar são as recordações, fotos dos vários momentos que passaram todos juntos.
Em suma, hoje muitos dos idosos tornaram-se como que objetos a mudar de posição, sem que possam muitas vezes manifestar a sua opinião. A legislação existente parece ter-se esquecido dos idosos, uma vez que, por exemplo no âmbito do Código Civil é mínima a relevância dada à proteção dos idosos. Não existe nenhuma lei em Portugal, para os idosos, com o objetivo de os proteger, uma vez que não existem normas especificas quanto à proteção das pessoas idosas, existindo apenas o artigo 1874.º “Deveres de pais e filhos” do Código Civil em que menciona no ponto um que “pais e filhos devem-se mutuamente respeito, auxilio e assistência” pode-se considerar como um meio para a proteção das pessoas idosas.
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