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ATOS DE VIOLÊNCIA QUE FORAM COMETIDOS E QUE TIVERAM COMO MOTIVAÇÃO O DESRESPEITO ÀS DIFERENÇAS.

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Por:   •  12/10/2014  •  2.672 Palavras (11 Páginas)  •  230 Visualizações

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“ATOS DE VIOLÊNCIA QUE FORAM COMETIDOS E QUE TIVERAM COMO MOTIVAÇÃO O DESRESPEITO ÀS DIFERENÇAS.”

Elaine Silva

Gestão Pública

“ATOS DE VIOLÊNCIA QUE FORAM COMETIDOS E QUE TIVERAM COMO MOTIVAÇÃO O DESRESPEITO ÀS DIFERENÇAS.”

Iniciaremos com a reportagem de MULLER, Ananda. Casa de gremista que chamou goleiro Aranha de ‘macaco’ é incendiada. Porto Alegre, 12 set. 2014 Disponível em: http://www.radioguaiba.com.br/noticia/casa-de-gremista-que-chamou-goleiro-aranha-de-macaco-e-incendiada-em-porto-alegre/

Chamas atingiram a casa por volta das 4h desta sexta-feira

Incêndio atingiu residência na madrugada. Foto: Divulgação

A casa onde vivia a torcedora do Grêmio Patrícia Moreira, que chamou o goleiro santista Aranha de ‘macaco’ foi incendiada, nessa madrugada, na zona Norte da Capital. De acordo com Alexandre Rossato, advogado da jovem, as chamas foram percebidas por volta das 4h. Vizinhos alertaram a família, que não reside mais no endereço desde o dia do fato envolvendo a torcedora e o goleiro do Santos. Os bombeiros foram chamados, mas a corporação desmente que tenha atendido à ocorrência. As chamas foram contidas, mas partes da casa e do pátio foram destruídas pelo fogo. Uma testemunha relatou que um guarda-chuva em chamas foi jogado no primeiro piso, atingindo o hidrômetro, o relógio de luz e a fiação.

Rossato disse estar certo que o incêndio foi criminoso e registrou o caso na 4ª DP, onde o caso de injúria racial é investigado. Ele explica que, além de vazio, o local não tinha materiais de fácil combustão. A família disse ainda não ter suspeitos. O advogado reiterou que a vida da jovem está desestruturada desde que o fato ocorreu. Patrícia não reside mais em Porto Alegre, e a família se mudou do bairro Parque dos Maias, para uma cidade da região Metropolitana. O imóvel pertence a um irmão de Patrícia, que pretendia alugá-lo.

O delegado Thiago Baldin, da 14ª DP, assumiu o caso de forma preliminar. Ele toma hoje à tarde o depoimento da primeira testemunha.

Após câmeras de televisão terem capturado imagens da garota chamando o goleiro Aranha de ‘macaco’ durante o jogo de ida entre Grêmio e Santos pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o caso foi registrado na polícia e acabou na mesa do STJD. A jovem foi afastada do trabalho e o Grêmio foi eliminado da competição. Acusada de racismo, ela se retratou publicamente e pediu desculpas ao goleiro, o que não evitou o incêndio, nessa madrugada.

O caso ocorrido na reportagem acima foi motivado devido ao desrespeito ás diferenças, a torcedora agrediu verbalmente o jogador de futebol Aranha, em ato de racismo, onde ela o chamou de “macaco”. O jogador ficou revoltado com aquela situação constrangedora e procurou justiça pelas ofensas. Porém, esse é um fato que acontece todos os dias com pessoas comuns, e a sociedade nem tem conhecimento desses fatos. No caso da reportagem, por se tratar de uma pessoa pública o caso teve uma grande proporção na mídia. O que gerou uma série de violências contra a torcedora. A sociedade é manipulada pela mídia, observamos isso devido ao sensacionalismo desse fato. As pessoas quiseram fazer justiça pelas próprias mãos, e acabaram praticando um ato de violência que é criminoso.

Observando os fatos, podemos notar que o preconceito e a falta de respeito geram violência. Neste contexto pode-se definir o significado da palavra violência. De acordo com o site http://www.significados.com.br/violencia/ “violência é ‘’ agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico”. A violência se manifesta de várias formas em guerras, torturas, preconceitos, conflitos étnicos-religiosos, etc. Existe também a violência verbal, que causa danos morais, que muitas vezes são mais difíceis de esquecer do que os danos físicos, como foi o caso citado na reportagem. Quando se refere a atos de violência devido a diferenças existem vários fatos envolvidos não apenas à agressão física, o trauma psicológico é um fator que prejudica pessoas que passam por discriminação a sensação de impotência, inferioridade faz com busquem ajuda de profissionais para conseguir seguir em frente. Infelizmente casos como esse não são raros no Brasil, muitos ainda têm a ideia preconceituosa em relação aos negros e homossexuais de serem seres inferiores. As pessoas precisam entender que atos como esses são crime de acordo com a lei de Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 no Art.1º que diz serão punidos, na forma da lei, os crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. É difícil entender como no Brasil pode existir discriminação já que é um país de grande miscigenação de raças, além da história de ter a cultura influenciada pelos escravos que contribuíram para diversidade da cultura hoje. Embora seja frequente atos como esses mas infelizmente as denúncias ainda são poucas de acordo com dados registrados em Minas Gerais pela Secretaria de Estado e Defesa Social (SEDS) no ano passado em Minas Gerais foram registradas apenas 147 ocorrências.

Conforme o sociólogo Ednílson de Jesus da UFMG (2014, JORNAL O TEMPO p.3), “Esse tipo de preconceito está introjetado na cabeça das pessoas e muitas vezes é reforçado por filmes, novelas e propagandas”, complementa. Segundo o professor, o problema é que, por a ideia já ser tão forte e comum, muitas pessoas não percebem que estão sendo racistas. “Existe a imagem de que os negros, mesmo sem demonstrar, são potenciais suspeitos e podem oferecer perigo, não por intenção, mas porque sua natureza determina esse comportamento”.

Como podemos viver em uma sociedade que luta por direitos iguais e essa mesma sociedade tem preconceito dentro de si mesma? Tem que ser repensado sobre isso e adquirir métodos de mudança nesse sentido, a começar pelas famílias e escolas que têm obrigação de ensinar valores as crianças.

A própria constituição entra em contradição quando diz no Artigo. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança, à igualdade, à propriedade.

Quando o governo cria cotas para negros ingressarem em uma universidade, isso não é uma forma de discriminação?

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