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O Brasil e as ruas

Por:   •  11/5/2018  •  Artigo  •  1.936 Palavras (8 Páginas)  •  112 Visualizações

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Copyright © 2018 by Miguel Arruda, Editora Kelps.

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Retornei para o Brasil incendiado pelas experiências que eu havia vivido na África e, ao mesmo tempo, já aterrisei na minha nação queimando pela Índia e carregando madeiras, pronto para distribuí-las a todos que entrassem em contato comigo afim de que pudéssemos queimar juntos por Jesus e pelas nações. Queimar por Jesus significa conhecê-lo profundamente e viver um relacionamento íntimo com Ele. Queimar pelas nações é a consequência do conhecer a Jesus e o fruto de um relacionamento íntimo com o Amado. Assim como o apaixonar-se por uma pessoa pode nos conduzir ao relacionamento, casamento e filhos, o apaixonar-se por Jesus naturalmente deve nos conduzir ao relacionamento, casamento e filhos com Ele.

O meu tempo no Brasil foi precioso e pude ser parte do grande despertar que tem acontecido entre os jovens cristãos da nação e que tem os levado às ruas. A expressão “queimar” desde então se tornou frequente na boca desta geração que tem se apaixonado por Jesus e pelo evangelho e, sempre que ouço, canto, prego ou clamo pela ação do verbo queimar, a primeira imagem que me vem a mente é a sarça no deserto que ardia e não se consumia em Êxodo, capítulo três. Antes de Deus do meio da sarça chamar e falar com Moisés, a bíblia relata que Moisés havia virado para ver a cena, ao se aproximar da sarça. Mas para que Moisés se aproximasse daquela pequena planta, algo precisou chamar sua atenção. A planta estava em chamas. E não apenas em chamas mas, o fogo continuava a queimar e continuava a queimar e não parava de queimar porque a sarça ardia mas não se consumia, não chegava ao fim, não sofria intervalos. Creio que Deus tem levantado jovens para serem como uma sarça ardente que queima constante e infindavelmente até que Deus brade!

Mas note no texto bíblico que antes de Deus falar do meio da sarça ou, parafraseando, através dela, a ação que diretamente antecedeu a voz de Deus foi “queimar”. A sarça estava a queimar (Êx 3:2-4).

Há pessoas que dizem queimar por Jesus e vivem queimando de eventos em eventos, de conferências em conferências mas passa-se o tempo e não há filhos sendo gerados por essas pessoas. Não que eu duvide do relacionamento que elas tem com Jesus por conta dos eventos que elas frequentam, mas, eu levanto essa questão por ver na minha nação jovens que dizem estar queimando por Jesus mas que não querem se casar com Ele. Vivem se relacionando nas noites de culto, vígilias e encontros, amam pular, chorar, gritar, dizem que querem conhecer Jesus e que o fogo dentro delas nunca irá se apagar, mas não há casamento e filhos sendo gerados. Elas preferem assistir e depositar a responsabilidade do avivamento nos jovens avivalistas que tem se levantado e ganhado visibilidade na nossa nação como o autor dessas canções que mencionei acima. Eu quero conhecer Jesus todos os dias e essa é a maior missão da minha vida, assim como eu também nunca quero deixar o fogo dormir ou apagar dentro de mim, mas se tem uma coisa que eu não quero é tratar Jesus como um namoradinho que me faz me sentir muito bem nas noites de adoração porém quando me é necessário emprestar minhas lágrimas para que Ele chore pelas nações eu imponho meus limites e condições e digo que não está na hora. Não, não! Jesus não é meu namoradinho das noites de adoração. Ele é meu noivo, meu amado e todos os dias me caso com Ele e choro para gerar filhos que vão continuar amando e preparando a igreja para o grande casamento.

Eu amo de paixão os jovens avivalistas que tem se levantado no nosso país, mas continuo chorando pela igreja que ainda não compreendeu que eles não querem ser os próximos ídolos de seus púlpitos. Continuo chorando pelos muitos jovens que tem confudido o alcançar o perdido nas ruas com rebelião contra suas igrejas locais justificados por um falso ativismo nas praças. E continuo a chorar pelos alguns aspirantes a líderes de movimentos nas ruas que estão saindo para competir e não para somar no Reino.

Preciso falar disso antes de mostrar qualquer foto e compartilhar o movimento do Espírito de Deus em outra nação, na minha vida e na vida da equipe que esteve comigo na Índia. Deus tem me agraciado e me levado para as nações porém as maiores lágrimas da minha vida sempre foram e sempre serão pelo Brasil. Meu país, meu povo! Choro no quarto, nas ruas, nos púlpitos aonde sou chamado para pregar. Muitas das vezes pergunto para Deus:

– Pai, será que eles não recebem tudo o que eu falo como crítica? Parece que eu só critico a igreja!

Ele sempre me diz:

– Você fala do que você ama filho. Você ama minha igreja. Então fale, não se cale!

Eu sou parte da igreja, eu sou parte do corpo. Também doi em mim e por isso eu choro. Louvo a Deus porque sei que tem muita gente chorando comigo e como isso me alegra!

Quando retornei da África do Sul no início de 2017, encontrei jovens cristãos brasileiros indo para as ruas e para as praças. Encontrei nomes que se tornaram chaves na adoração e na evangelização do nosso país. Sou parte dessa onda de jovens das praças e das ruas – não parte da onda que me leva de volta para a maré e me deixa no nível raso, mas, parte da onda que me puxa descontroladamente para o meio do oceano, aonde a única saída é mergulhar, me afogar e perder minha vida – e amo receber mensagens nas redes sociais de pessoas de diferentes estados perguntando como começar movimentos nas ruas, como evangelizar, como ir para as praças, porém, o problema que sempre desorientou o povo de Deus ainda é muito latente hoje entre nós. A questão é que antigamente o problema era mais escancarado e hoje é mais disfarçado. Há alguns anos atrás a idolatria no cristianismo brasileiro era entristecedor. Uma massa de membros de igrejas com os olhos brilhando para assistir seus ídolos gospel e suas performances nos púlpitos e nos palcos. As ofertas que poderiam ser enviadas para missões tornavam-se cachês, indo diretamente para os bolsos dos ídolos e financiadores e, quando missionários tinham a oportunidade de subirem nos púlpitos e compartilharem os desafios do campo, eram criticados arduamente como sendo os pedintes de dinheiro do cerco evangélico. Mas assim como Deus nunca se esqueceu de Israel e os corrigia, enviava profetas e os resgatava, o Espírito Santo agiu no Brasil, varreu os púlpitos e começou a levantar jovens que estavam escondidos em seus quartos desejando nada além do que conhecer Jesus (Mt 6:6). Adolescentes e jovens que não estavam preocupados com a próxima agenda, a próxima missão e o próximo movimento. A preocupação

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