O Portfólio Serviço Social 1º Semestre
Por: Mary anne Monteiro • 26/4/2022 • Trabalho acadêmico • 1.497 Palavras (6 Páginas) • 234 Visualizações
[pic 1]
[pic 2]
[pic 3]
[pic 4]
[pic 5]
[pic 6]
[pic 7]
[pic 8]
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 6
2 DESENVOLVIMENTO 7
3 CONCLUSÃO 10
REFERÊNCIAS 11
INTRODUÇÃO
O Brasil possui um vasto histórico de desastres ambientais, os principais e mais conhecidos começaram a ocorrer a partir do ano de 1980, com o desastre “Vale da Morte”. Crianças nasceram com graves mal formações nos membros e sistema nervoso, devido à grande poluição atmosférica emitida pelas indústrias locais. A água e o solo da região também foram contaminados, trazendo chuvas ácidas e deslizamentos na Serra do Mar.
Em desastres de grandes proporções, a população local tende a ser impactada de forma intensa, muitos indivíduos além de perderem seus familiares, perdem bens materiais. Com todo esse desequilíbrio emocional e psicológico, muitos transtornos psicossociais podem ser desencadeados. Naquela década, o acesso aos atendimentos psicológicos e sociais eram mais escassos. Hoje, com o avanço da tecnologia e das ciências, a sociedade pode contar com equipes profissionais que trabalham em áreas afins, buscando a melhora do ser de forma integral.
Neste trabalho poderemos refletir e analisar a importância da interação psicólogo X assistente social na Unidade Básica de Saúde(UBS), nos possibilitar o aprendizado dos conteúdos discutidos através das disciplinas ofertadas no semestre, para que possamos compreender a importância da atuação em equipe, construir uma consciência crítica e com ações fundamentadas nas políticas públicas.
DESENVOLVIMENTO
Além das perdas de bens materiais, existe um outro lado dessa realidade que também causa danos irreparáveis, que não podem ser vistos, mas sentidos e esses danos podem ser considerados mais difíceis de serem recuperados.
Os desastres ambientais parecem ter consequências mais intensas à medida que as cidades se expandem e a população urbana cresce, o que aumenta as situações de risco para populações instaladas em áreas precárias, como: planícies inundáveis e terrenos com altos níveis de deslizamentos. No Brasil, o rompimento das barragens da Samarco em Mariana no ano de 2015 e em Brumadinho em 2019, tem sido foco de vários estudos que tratam dos efeitos que estas tragédias causaram e causam até hoje na população afetada. Outros fatos como as enchentes em Santa Catarina em 2008, também são estudados e o que estes estudos apontam, é que transtornos como ansiedade, estresse pós-traumático, risco de suicídio e uso de substâncias psicotrópicas tem uma incidência relevante entre a população.
Em estudos realizados pela Fio Cruz em Barra Longa (MG), uma das cidades vizinhas a Mariana, mais afetadas pelo rompimento da Barragem, comparando os dados da saúde de 2014 com os de 2016, foi constatado uma elevação de 25 vezes no número de registros de casos de transtornos de ansiedade, sete meses depois da tragédia. Em abril de 2018, uma pesquisa da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que dois anos depois do rompimento da Barragem em Mariana, 28,9 % dos atingidos sofriam com depressão, percentual cinco vezes maior que o constatado na população do país, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já em Santa Catarina, um estudo também realizado pela Fio Cruz constatou uma surpreendente elevação no número de casos de AVC – Acidente Vascular Cerebral, na visão dos pesquisadores a situação de estresse sofrida pela população seria um dos fatores que gerariam este quadro.
Em Brumadinho os dados são também impressionantes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, entre janeiro e julho de 2019 foram registrados 39 casos de tentativa de suicídio na cidade, uma alta de 23% em relação ao mesmo período do ano anterior. Houve também um aumento de aproximadamente 60%, de um ano para o outro, no uso de antidepressivos e de 80% no uso de ansiolíticos. Além de tudo isso, o processo de reparação dos danos materiais causados, se não for conduzido da maneira correta, pode agravar ainda mais o quadro de saúde da população, segundo Flávio Machado, pesquisador da Fio Cruz. No caso de Mariana, a conclusão das obras de reconstrução das cidades atingidas já se estende por mais de quatro anos, o que levou pessoas atingidas a buscarem ajuda psicológica, alegando muita dificuldade em reconstruir a vida fora das comunidades onde viveram. Logo, são muitos pontos que ainda precisam ser estudados e analisados para que todos esses efeitos sejam minimizados para essa população
A magnitude dos eventos e a proporção da população afetada demandam um rápido movimento entre os órgãos competentes, e nesses casos é importante que profissionais de diferentes especialidades busquem reduzir os impactos causados. Dessa forma as políticas públicas são fundamentais para garantir os direitos dos cidadãos.
A profissão tem uma larga história na gestão dos desastres e no atendimento da população em momentos de crise. A atuação do(a) assistente social permite que a população atingida tenha acesso aos serviços básicos disponíveis e seus direitos fundamentais garantidos durante e após a crise (Zakour, 2007 e 2008).
A atuação do assistente social é muito direcionada ao pós-impacto, e segue o modelo operacional oferecido pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), iniciando a inserção na rede socioassistencial, a organização de moradias provisórias, o subsídio necessário para o acolhimento imediato das famílias, e dependendo do caso, cadastrá-los em eventuais benefícios. Faz-se necessário o planejamento e a implantação de gestão para o pré-impacto, para que medidas preventivas sejam aplicadas e impactos reduzidos.
Até 2015 a atuação do psicólogo era muito ligada ao pós desastre, trabalhando juntamente com a defesa civil e o corpo de bombeiros. O psicólogo Inserido nessa equipe interdisciplinar, pode obter uma compreensão mais profunda sobre cada indivíduo, identificando os possíveis transtornos que foram ou que possuem chances de serem manifestados, principalmente nos casos de estresse pós traumático. Com o aumento dos desastres que tem acometido o nosso país, a partir de 2015 a psicologia passa a atuar na prevenção que um desastre eminente anuncia, avaliando e elaborando meios de minimizar os possíveis impactos. Para que os profissionais não se tornem vítimas, a psicologia vem prestando auxílio a esses profissionais que estão na linha de frente dos desastres, como: médicos, enfermeiros, bombeiros, equipe humanitária e outros. O trabalho da psicologia é extremamente importante, pois fortalece essas pessoas nesse momento tão complexo em suas vidas.
...