RESUMO A ralé brasileira - Jesse de Souza
Por: nunesmpc • 22/11/2017 • Resenha • 754 Palavras (4 Páginas) • 4.557 Visualizações
Resumo: A ralé brasileira - Jesse de Souza
Introdução
A desigualdade no Brasil é geralmente explicada por fatores históricos, logo não poderia ser solucionada tão cedo. Essa tese está errada, e é esse pensamento que impede que novas teses e soluções sejam criadas, perpetuando assim esse problema.
Há formas 'novas' e 'modernas' de se legitimar a dominação cotidiana injusta, porém elas não são explícitas, e a explicação, ou melhor, a quantificação proposta pelos números e estatísticas já satisfazem a maior parte da massa.
O economicismo é uma ideologia, dominante em todo o planeta, que tende a reduzir todos os problemas sociais e políticos de um país com base em acumulação econômica.
O que sustenta o economicismo entre nós, é a construção da falsa oposição entre o mercado, tido como paraíso de virtudes, e o Estado, grande vilão corrupto. E essa oposição ofusca os verdadeiros conflitos sociais causadores das desigualdades.
O economicismo torna invisível o mais importante fator que define a divisão de classes: a transferência de valores 'imateriais' na reprodução das classes sociais e de seus privilégios no tempo.
Em todas as classes, os filhos herdarão da família a maneira de se comportar, estilo de vida, visualizações do futuro, objetivos. E isso torna natural a tendência de famílias ricas continuarem ricas, e famílias pobres continuarem pobres, havendo uma possibilidade de ascensão social extremamente limitada.
A 'ralé' ao qual o livro se refere, é a classe social abandonada social e politicamente, desprovida das precondições sociais, morais e culturais que permitem a apropriação de valores. E como ela não é provida de modos de comportamento específicos voltados para a competição no mercado de trabalho, torna-se impossível para esses indivíduos alcançarem cargos notáveis. Trabalhos braçais serão seu limite.
O problema que vemos aqui não é a oposição clássica entre burgueses e trabalhadores, mas sim a oposição entre uma classe excluída de todas as oportunidades materias e simbólicas de reconhecimento social e as demais classes, que embora em diferentes níveis, são todas incluídas.
Capítulo 2 – Senso Comum e Justificação da Desigualdade
O autor Jessé Souza explicitou a existência de uma camuflagem da realidade social, dado que o senso comum abrangia todas as questões referentes à existência e propósito de nós mesmos, então, a explicitação de nossas contradições e conflitos reprimidos é uma forma de fortalecelecimento da consciência crítica de uma sociedade construída para rejeitar e odiar qualquer crítica.
A existência de um vínculo forte entre educador e aprendiz é uma das questões fundamentais para a existência efetiva tanto de indivíduos autônomos e que pensam com a própria cabeça, quanto para a existência de uma sociedade democrática, onde cada indivíduo declara sua opinião e crítica genuína livre de qualquer influência. Ou seja, as diferenças formam indivíduos únicos capazes de autonomia e liberdade, capaz de questionar a existência e a prática da democracia verdadeira. Assim, o senso comum declara a relação familiar como determinante de desigualdades.
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