O RESUMO ECONOMIA BRASILEIRA 30-54

RESUMO

1) A PRIMEIRA FASE GETULIO VARGAS (1930  - 1945)

A) O GOVERNO PROVISÓRIO (1930 - 1934)

- POLÍTICA CAMBIAL: Controle cambial pelo Banco do Brasil, desvalorização dos mil-réis e a imposição de controles das importações.

- INDÚSTRIA: O produto industrial cresceu 10% a.a entre 1932 e 1939. Ao editar o decreto 23.258 em 1933, o governo garantiu que a cobertura cambial das exportações fornecesse divisas necessárias para dar curso às “importações essenciais” da economia doméstica, constituindo medida com efeitos econômicos de caráter muito mais de longo prazo do que a manutenção artificial da renda do setor cafeeiro.

- CAFÉ: A política cafeeira do governo provisório baseou-se na compra de estoques pelo governo federal e sua posterior destruição, financiados por créditos do Banco do Brasil e por taxação das exportações. Queda generalizada do preço das commodities.

- BALANÇA COMERCIAL: A desvalorização cambial e o controle de importações reorientaram a demanda para produtos nacionais, levando a uma reversão do saldo do BP (via balança comercial)

- DÍVIDA EXTERNA: A dívida externa brasileira distribuía-se principalmente entre dois credores: Reino Unido (num montante de US$ 600 milhões, com investimentos em queda e concentrados em setores tradicionais) e Estados Unidos (US$ 200 milhões, com investimentos que quadruplicaram de 1914 a 1930, concentrados em atividades comerciais e indústria de transformação). Essa composição gerou interesses divergentes entre os credores: enquanto os britânicos queriam maximizar os pagamentos atrasados e os americanos preferiam manter sua posição de influência comercial no Brasil. Os atrasados comerciais seriam frequentes na década de 1930 devido a escassez de divisas.

- IED: A crise cambial brasileira e a recessão internacional afetaram os investimentos no país, principalmente os provenientes da Europa (a participação americana cresceu nesse período).

B) O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE VARGAS (1934 - 1937)

- POLÍTICA CAMBIAL: Depois de fevereiro de 1935, embora a taxa de cambio para importação tenha permanecido constante até 1937, a taxa de cambio para exportações variou consideravelmente. Isto resultou, junto com a política cafeeira, num aumento razoável das reservas cambiais. No entanto, esta folga cambial propiciou um relaxamento quanto a remessa de lucros que juntamente com a crise americana em 1937 – 1938, resultou num déficit em moedas conversíveis.

- INDÚSTRIA: O encarecimento das importações permitiu a utilização da capacidade ociosa da indústria, enquanto as políticas monetária, fiscal, creditícia e cafeeiras expansionistas sustentaram a demanda. Entre 1919 e 1939, os bens de consumo lideraram a participação no produto industrial respondendo por cerca de 70%.

- BALANÇA COMERCIAL: A partir de 1934 as exportações de café declinaram, resultado da queda de preços, e aumentaram as exportações de algodão. As participações norte americana, britânica e francesa caíram e a alemã aumentou. Ao final da década de 30  as importações aumentaram para sustentar o crescimento da industria reduzindo drasticamente a balança comercial. Em 1935 houve um acordo comercial Brasil EUA mas que não teve efeito expansivo para a industria.

- DÍVIDA EXTERNA: Seguindo os conselhos de Sir Otto Niemeyer, o ministro Aranha propôs a classificação da divida federal, estadual e municipal em ordem decrescente de qualidade. Em diversas ocasiões dos anos 30 acumularam-se atrasados comerciais que eram liquidados com empréstimos bancários de médio prazo.

- IED:

- INFLAÇÃO: A política monetária foi em geral moderadamente expansionista: o deflator implícito do PIB só indica sinais claros de aceleração inflacionária ao final do período.

C) O ESTADO NOVO (1937 - 1945)   II GUERRA MUNDIAL (1939 - 1945)

- POLÍTICA CAMBIAL: Em fins de 1937, a escassez de divisas forçou o governo a adotar o monopólio cambial a uma taxa única desvalorizada e o controle de importações.

Já em 1939, foi criado um leque de 3 taxas cambiais: a taxa oficial, mais apreciada; a taxa “ livre”, intermediária, e a taxa “livre especial”, mais depreciada.

- INDÚSTRIA:

- CAFÉ: Em 1940, os EUA, temendo a desestabilização política em vários países latinoamericanos devido à queda dos preços de café decorrente da perda de mercados, estabeleceu o Acordo Inter-Americano do Café com o objetivo de sustentar preços. O Brasil é beneficiado por esta decisão que atenua as conseqüências da guerra sobre as suas exportações de café.

- BALANÇA COMERCIAL: A eclosão da guerra resultou na perda de mercados e uma diminuição do saldo da balança comercial. Só depois de 1941, a expansão das exportações foi assegurada pelo suprimento de materiais esstratégicos aos EUA, ao fornecimento de produtos brasileiros a mercados antes atendidos pelos EUA e Reino Unido e pelas compras de carne e algodão para o Reino Unido. Combinada com a escassez cronica das importações representou uma expansão da balança comercial.

- DÍVIDA EXTERNA: Em 1937, houve a suspensão do pagamento dos serviços da dívida que perdurou até 1939. Em 1940, foi renegociada a dívida externa, na esteira das promessas feitas por Aranha em Washington, no início de 1939.

- O PAPEL DO ESTADO: Enquanto a maior parte das iniciativas governamentais na década de 1930 quanto à ação do Estado foram de caráter normativo, no início da década de 1940 começaram a concretizar-se iniciativas envolvendo o governo federal na esfera produtiva. Dois exemplos são emblemáticos: a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce.

- INFLAÇÃO: A inflação acelerou-se a partir de 1941, mantendo-se a grosso modo entre 15 e 20% a.a e foram estimuladas pela emissão primária de moedas, a partir de 1941, e pela competição entre o consumo domestico e as exportações.

- POLITICA MONETÁRIA: Em 1942, em meio a uma “reforma monetária” bastante anódina, foi alterada a denominação da moeda brasileira: o mil réis (1$000) foi rebatizado cruzeiro (Cr$1,00) sem os cortes de zeros que seriam freqüentes pós-1964. Este padrão monetário persistiria além.de 1964. Em 1945, foi criada a SUMOC com algumas das atribuições típicas de banco central, especialmente quanto à política monetária e ao capital estrangeiro.

- POLITICAS DO GOVERNO: As políticas monetária e creditícia sofreram uma inflexão a partir de 1942. Política monetária via emissão de moedas e política creditícia via expansão de empréstimos.