Redação Mulheres no Esporte
Por: 435.716.658-64 • 2/12/2020 • Trabalho acadêmico • 492 Palavras (2 Páginas) • 136 Visualizações
O livro "Holocausto Brasileiro", escrito pela jornalista Daniela Arbex, descreve os horrores outrora vividos num hospital psiquiátrico chamado Colônia, famoso pelas suas histórias de tortura. Nesse sentido, a autora cita o caso de Conceição Machado, uma jovem que foi internada apenas por reivindicar ao seu pai a mesma remuneração que seus irmãos homens recebiam. Diante dessa perspectiva, cabe estabelecer uma relação com a falta de valorização do esporte feminino no Brasil, visto que com base no machismo estrutural que dita o comportamento das mulheres, e na ênfase midiática dada à prática esportiva por homens, há um incrível menosprezo da sociedade no tocante à essa situação. Posto isso, um óbice dessa magnitude é terrível e urge por uma solução imediata.
Destarte, o machismo estrutural existente na sociedade é um agravante nítido à desvalorização da prática esportiva realizada por mulheres. Em análise a isso, um dos ícones do futebol feminino, Marta da Silva, criou uma grande repercussão ao usar batom durante jogos da Copa Do Mundo, pois sendo a maquiagem uma representação da feminilidade, pôde-se inferir uma crítica social brilhante, já que se tratava de um ambiente culturalmente masculino. Através desse ponto de vista, o arcaico conceito de que esportes são para meninos já se faz presente desde a infância, por exemplo, quando os presenteiam com bolas de futebol e às meninas lhes dão bonecas e laços de fita. Nesse sentido, o gosto pelo esporte já começa a ser cerceado nas futuras mulheres devido à risórios estigmas sociais desde muito cedo inibindo, assim, grandes possíveis talentos esportivos com base apenas em algo tão simplório quanto o gênero.
Outrossim, ainda que a população tivesse interesse em mudar essa realidade, a falta de enfoque midiático dado ao esporte feminino é gritante. Visto isso, há uma intensa divulgação do meio esportivo masculino, todavia raramente se houve falar da prática feminina. Analogamente a essa situação, cabe uma paráfrase ao escritor Carlos Drummond de Andrade: no meio do caminho havia a mídia, havia a mídia no meio do caminho. Pois, é extremamente complicado, sequer considerar, desconstruir os estigmas sociais no que tange ao machismo no esporte quando não há divulgação a respeito. Diante dessa realidade, as pessoas menosprezam as mulheres no âmbito esportivo, pois a mídia, maior contribuinte para a formação de opinião, também as menospreza.
Infere-se, portanto, que é preciso haver maior divulgação do esporte feminino para que assim ele possa ser mais valorizado. Desse modo, cabe ao Estado implementar campanhas informativas a respeito dos acontecimentos no meio
esportista das mulheres, e através da sua veiculação na internet mais pessoas poderiam ser alcançadas, visto que é o meio mais utilizado para informação na atualidade. Assim, a sociedade poderia entender que o esporte feminino também é relevante, e haveria um respeito mais igualitário quando comparado ao masculino. Mediante a isso, seria um grande passo para a desconstrução do machismo estrutural, e histórias como a de Conceição Machado seriam menos comuns no Brasil, pois, ao menos no esporte, as mulheres não sofreriam tanta opressão.
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