Resumo A Nova Segregação: Racismo e encarceramento em massa

A nova segregação: racismo e encarceramento em massa

Abolição da escravidão nos EUA não resolveu o problema das pessoas negras, que continuavam a serem jogadas em campos penais de trabalhos forçados (surgimento do regime Jim Crow). Apesar de abolido, o sistema de castas ainda existe implicitamente no país.

Seguindo o colapso de cada sistema de controle, há um período de confusão – transição – no qual aqueles que estão mais comprometidos com a manutenção da hierarquia racial procuram por novos meios de atingir os seus objetivos dentro das regras do jogo vigentes. É durante esse período de incerteza que a reação se intensifica e uma nova forma de controle social baseado na raça se estabelece.

O Conceito de raça é relativamente recente. Nos EUA, surgiu como meio de conciliar a servidão com ideais de liberdade pregados pelos brancos. Todavia, negros africanos foram vistos como o melhor grupo a ser escravizado. E o medo de revolta faz com que fazendeiros concedam, abertamente, privilégios aos brancos pobres, de modo a evitar uma aliança com os escravos africanos. A estrutura e conteúdo da Constituição basearam-se em preservar as castas raciais, apesar de não citar a palavra “negros” em seu texto. Assim, os ideias de supremacia brancos se tornaram quase que uma religião, de modo a fazer com que as pessoas achassem que a escravidão seria algo positivo para os negros.

A Guerra civil deixou o Sul destruído, fazendo com que se criasse uma ideia de que um controle racial era necessário. “Rumores de uma grande insurreição apavorava os brancos, e os negros começaram a ser vistos cada vez mais como ameaçadores e perigosos. De fato, os estereótipos atuais do homem negro como predador indisciplinado, agressivo, remontam a esse período, no qual os brancos temiam que uma massa furiosa de homens negros pudesse se levantar para ataca-los ou estuprar suas mulheres.” (p.68) Posteriormente com a Era da Reconstrução veio criação dos Códigos Negros onde eles são brevemente abolidos, em um momento de impressionantes conquistas legislativas para este grupo. Nesse período, pensou-se que o sistema de castas seria abolido, pois, um grande número de negros conseguiu estudar e abrir negócios bem sucedidos; todavia, muitas leis se mostraram somente simbólicas.

A segregação racial já havia começado anos antes no Norte, de modo a evitar a mistura das raças após a abolição da escravidão. Contudo, não se tinha dimensão de que esse sistema evoluiria rapidamente para as leis Jim Crow.

KKK emerge como principal voz contra a Reconstrução, contudo a criminalização de algumas condutas fez com que os prisioneiros fossem levados para campos de trabalho forçados. Parchman Farm como a primeira explosão prisional. Esse é o chamado período da redenção (apresentação de três alternativas às relações raciais: liberalismo, conservadorismo e radicalismo. Populismo como alternativa vencedora que, com a crise agrária de 1880/90, deu espaço para a ascensão dos conservadores, que impuseram as leis de segregação. o ciclo se repete dois séculos depois com o surgimento deste novo sistema de castas, o Jim Crow (“retorno à sanidade”).

1945: Norte percebe que o Jim Crow precisa ser inteiramente derrubado (influência do que ocorreu na Segunda Guerra e no Terceiro Reich. A “nação livre” não queria ser comparada aos nazistas). Desse modo, a igualdade racial estava sendo novamente imposta sobre o Sul pelo governo federal, levando a uma crescente oposição, em 1956, ao fim da segregação, dando início a um novo círculo vicioso (KKK com atentados cada vez mais violentos). O Movimento dos Direitos Civis teve seu ápice em 1963 com Kennedy e o pacote de leis de direitos civis. Com a morte de Kennedy, Johnson consegue aprovar, no ano seguinte, a Lei de Direitos Civis, desmantelando o Jim Crow. Mesmo com tamanho progresso, a maioria dos negros ainda se encontravam em situação de pobreza. As questões econômicas era o grande foco do descontentamento,