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O FUTURO DO JORNALISMO: CASO SNOWDEN

Por:   •  31/5/2015  •  Artigo  •  3.383 Palavras (14 Páginas)  •  346 Visualizações

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[pic 1]UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Cibercultura

O FUTURO DO JORNALISMO: ESTUDOS A PARTIR DO CASO EDWARD SNOWDEN

Professor Carlos Sandano

Carolina Simionato

Leonardo Almeida

Natalia Oliveira

Raphael Mendonça

Vanessa Del Rios

Vanessa Barros

Abril 2014

O FUTURO DO JORNALISMO: ESTUDOS A PARTIR DO CASO SNOWDEN

Ella está en el horizonte, dice Fernando Birri. Me acerco dos pasos y ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos, y el horizonte se desplaza diez pasos más allá. A pesar de que camine, no la alcanzaré nunca. Para qué sirve la utopía? Sirve para esto: para caminar.

Eduardo Galeano- Las palavras andantes

RESUMO

Obtendo o caso de Edward Snowden como objeto de estudo, este trabalho tem como objetivo discutir temas relacionados ao futuro do Jornalismo. Alguns pontos que serão questionados serão a respeito do Jornalismo tradicional e ativista, considerado o atual Jornalismo, qual seria a função do jornalista dentro desses métodos e a democracia dentro do próprio Jornalismo.

INTRODUÇÃO

No ano passado, o ex-técnico da CIA (Agencia Nacional de Inteligência dos Estados Unidos) Edward Snowden, revelou os programas de espionagem telefônica e online, ao prestar serviços terceirizados à Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês). Os dados da espionagem foram publicados pelo jornalista estadunidense Gleen Greenwald no jornal britânico The Guardian. A reportagem e as revelações de Snowden causaram polêmica em nível mundial. Após fugir para Hong Kong, onde esteve em contato com Greenwald, Snowden foi obrigado a encontrar um país que o desse asilo, mesmo que temporário, como a Rússia.

É claro que os acontecimentos pautaram discussões importantes em todo mundo, inclusive e, principalmente, no campo jornalístico. Questionamento, por exemplo, quanto ao modo em que o jornalista americano abrangeu o caso fugiu do modo tradicional do jornalismo, aderindo um formato considerado ativista. Sendo assim, esse seria o novo jornalismo? Ou ainda: os ativistas estavam tomando papéis de jornalistas?

O CASO SNOWDEN

Para iniciar nossas reflexões a cerca das discussões acaloradas pelo caso Snowden, precisamos primeiro entende-lo.

Edward Snowden, o ex-técnico da CIA, agora, é acusado de espionagem por vazar informações sigilosas de segurança dos Estados Unidos e também revelar com detalhes alguns dos programas de vigilância para espionar a população norte-americana e países da Europa e da América Latina, incluindo o Brasil. Snowden teve acesso às informações na época em que prestou serviços terceirizados para a Agência Nacional de Segurança no Havaí.

Segundo reportagem da edição de agosto de 2013 da Revista Imprensa, em dezembro de 2012, Snowden manteve o primeiro contato com um jornalista a fim de que suas descobertas fossem noticiadas. O procurado foi Glenn Greenwald, eleito um dos dez jornalistas políticos mais influentes do EUA em 2012. Greenwald era repórter do maior jornal da Inglaterra, o The Guardian, onde publicou matéria com as primeiras revelações de Snowden, em 5 de junho de 2013, contando com o apoio institucional da empresa. Vale lembrar que esta primeira publicação não citou a fonte da informação. O nome de Snowden viria a público em outra reportagem.

Entretanto, o que se sabe, é que Edward Snowden não pediu para que sua identidade fosse mantida no anonimato. Duas semanas após a publicação, o agente de segurança, de apenas 29 anos, foi acusado pelo governo americano por espionagem, roubo e conversão de propriedade do governo. E o que levou Snowden a fazer tudo isso? Ainda em entrevista à Revista Imprensa, Glenn Greenwald afirmou que para Snowden

o impacto seria mais poderoso se ele não se escondesse (...) Snowden disse que era obrigação, como ser humano, se sacrificar para o bem de outros. (...) Para ele, era a promessa de uma terra de liberdade, para explorar e ser criativo, e os governos estariam tomando-a um espaço de vigilância e controle.

No dia 7 de junho, o diário americano The Washington Post também publicou informações entregues por Edward Snowden. Os dados detalhavam um programa de vigilância que reunia pessoas da equipe de inteligência da Microsoft, Facebook, Google, e outras empresas. Depois dos cobaias nas publicações, outros jornais em todo o mundo passaram a noticiar os dados revelados por Snowden, inclusive no Brasil, que também sofreu com a espionagem americana.

Quando procurou os jornais e repassou suas descobertas entregando documentos, Snowden deixou o Havaí e partiu para Hong Kong em maio, antes das primeiras reportagens serem publicadas. Mas os EUA pressionaram o estado para que atendesse ao pedido de extradição do agente. Em 23 de junho, então, Snowden desembarcou em Moscou, na Rússia, com apoio do WikiLeaks (site que dedica-se a divulgar informações sigilosas). Entretanto Snowden só recebeu os documentos necessários para o asilo temporário para deixar a área de trânsito do aeroporto no dia 16 de julho, onde vive secretamente até hoje.

Glenn Greenwald, por sua vez, deixou o Guardian e disse que se dedicaria a um novo projeto jornalístico: um site de jornalismo investigativo concentrado no setor político. O site, denominado The Intercept, foi ao ar no dia 10 de fevereiro deste ano. Segundo anunciou o próprio portal, Intercept dará continuidade às revelações de Snowden.

O JORNALISMO TRADICIONAL

Para compreender os novos formatos que a cultura jornalística tem apresentado, precisamos primeiro conceituar algumas práticas típicas desta profissão, o que conhecemos por jornalismo tradicional.

Uma das marcas desta prática é a busca pela objetividade. Segundo observou Streckfuss, a objetividade “significa originalmente encontrar a verdade através do método cientifico, o que exigiria um procedimento rigoroso”. No caso do jornalista, esse método científico se dá por meio da observação. No entanto, é preciso encarar a ideia de que a observação pode, também, gerar falsas percepções.

Conforme pontuou Liriam Sponholz em seu artigo “O que o Jornalismo pode aprender com a Ciência”, a partir dos estudos de Bentele, é importante que normas e regras de observação sejam estabelecidas e seguidas, como por exemplo, “pesquisa e investigação própria” e “transparência do processo do conhecimento”.

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