Mulheres no Comando das Redações
Por: CarolineBS • 23/4/2015 • Trabalho acadêmico • 7.063 Palavras (29 Páginas) • 178 Visualizações
INTRODUÇÃO
Tema
No tempo presente, o sexo feminino representa um índice de 64% no jornalismo brasileiro, segundo um levantamento divulgado em abril de 2013, pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). Jornais, revistas, agências de notícias, rádios, TVs, sites são veículos que, mais do que nunca, aceitam a presença da mulher e valorizam seus mais variados trabalhos no ramo jornalístico.
Esse espaço, contudo, foi conquistado ao longo de décadas. No século XVIII, a história da imprensa brasileira surgia em meio aos obstáculos impostos pelas autoridades portuguesas e holandesas. O Brasil era uma colônia que subordinava-se ao retardo do processo da educação e difusão cultural. Mas, algumas exigências coloniais não impediram que, em 1750, o primeiro folheto fosse impresso no país - chamado Relação da Entrada. Anos mais tarde, em 1808, nascia a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal brasileiro dirigido por frei Tibúrcio José da Rocha, sendo, mais tarde, substituído por Manuel Ferreira de Araújo Guimarães.
Não diferentemente de outras áreas profissionais, sociais e intelectuais, o jornalismo, desde os primórdios, acompanhou tradições, políticas e costumes de uma sociedade que, por séculos, foi comandada por homens. Assim também foram os primeiros jornais, redigidos e dirigidos por eles. Em contrapartida, as mulheres foram ocupando seu espaço na literatura, política e, também, na imprensa.
No livro História da Imprensa no Brasil, o autor Nelson Werneck Sodré, mostra que a participação da mulher na imprensa deu-se no Brasil Império. Violante Atalipa Ximenes de Bivar e Velasco foi a primeira mulher a colaborar e dirigir um jornal em território nacional.
O quadro antigo vai sofrendo alterações, particularmente nas áreas urbanas que ganham vida própria, emancipando-se gradativamente, essas mudanças, com diferenciações progressivas. Até mesmo em relação à mulher: a baiana Violante Ataliba Ximenes de Bivar e Velasco lança, então, o Jornal das Senhoras, em 1852, e que durou três anos, após o que lançou O Domingo, que circulou até 1875, quando faleceu Violante, com sonetos, cartas de amor e modas. A imprensa, como todo o conjunto da cultura, refere as transformações da época (SODRÉ, 1999, p.186).
O papel da mulher como jornalista e leitora ficou evidenciado no ano de 1827, quando nasce o Espelho Diamantino, periódico caracterizado como a primeira revista feminina brasileira, segundo relata Marília Scalzo, no livro Jornalismo de Revista.
Neste mesmo ano aparece também a pioneira entre as revistas femininas nacionais: Espelho Diamantino – Periódico de Política, Literatura, Belas Artes, Teatro e Modas dedicado às Senhoras Brasileiras, que trazia textos leves e didáticos sobre política nacional e internacional, trechos de romances estrangeiros, críticas de literatura, música, belas-artes, teatro e notícias sobre moda, além de crônicas e anedotas. Tudo isso para deixar a mulher “à altura da civilização e dos seus progressos” (SCALZO, 2009, p. 28).
Logo após, em 1866, nos textos literários de Machado de Assis, notou-se que o público feminino era maior e importante para o gênero. Surgiam, então, os jornais voltados para as moças.
Se a parte mais numerosa do público era constituída pelas moças casadouras e pelos estudantes, e o tema literário por excelência devia ser, por isso mesmo, o do casamento, misturado um pouco com o velho motivo do amor, a imprensa e a literatura, casadas estreitamente então, seriam levadas a atender a essa solicitação premente. A mulher começava a libertar-se, pouco a pouco, da clausura colonial e subordinava-se aos padrões da moda européia exibindo-se nos salões e um pouco nas ruas. O comércio de modas estava em mãos de franceses e francesas; seu palco era a rua do Ouvidor. Desde antes, circulara sempre na Corte algum periódico desses modistas - na segunda metade do século, em início, esse jornal era o Figaro Chroniqueur (SODRÉ, 1999, p.198).
A ascensão da mulher no comando dos veículos é, portanto, tema de interesse público. Ao compreender essa relevância, o grupo decidiu produzir uma grande reportagem intitulada “Mulheres no Comando das Redações”.
Delimitação
A ocupação das mulheres na área vem sendo registrada a pelo menos 161 anos. No Brasil um dos acontecimentos que alavancou a participação feminina na profissão foi a criação do Jornal das Senhoras, em 1852, fundado pela argentina Joana Paula Manso de Noronha e dirigido pela brasileira Violante Atalipa Ximenes Bivar e Velasco.
O jornal tinha como um dos objetivos conscientizar e orientar as mulheres para que começassem a reivindicar o direito ao acesso ao mercado de trabalho e a melhores condições educacionais.
O grupo resolveu tratar o tema a partir de um recorte específico: as mulheres no comando do jornalismo. Após a contextualização, dados sobre o mercado de trabalho foram apurados e constatou-se o crescimento da presença feminina nas redações.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi mostrar as mulheres que chefiam e dirigem os veículos de comunicação de São Paulo como TV, rádio, jornal, revista e internet. O grupo produziu a grande reportagem no modelo da revista Época Negócios.
- Expor a importância dessas mulheres na história da imprensa brasileira;
- Apurar e atualizar dados referentes ao perfil do jornalista no mercado da comunicação;
- Mostrar o perfil das cinco jornalistas chefes;
- Contextualizar os principais fatos que ocorreram no jornalismo brasileiro;
Justificativa
Atualmente, o crescimento das mulheres nas chefias de grandes redações é notável. Porém, há poucos documentos relatando sobre essa conquista do sexo feminino ao longo dos anos, no campo jornalístico.
A escolha do tema: Mulheres no Comando das Redações se deve por este motivo e, também, para mostrar que a mulher tem grande importância na história da imprensa brasileira, assim como no âmbito social, político e econômico do país. Essa condição é apontada pela autora e jornalista Regina Helena de Paiva Ramos, no livro "Mulheres jornalistas: a grande invasão":
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