A Defesa de Sócrates
Por: Whiskey7 • 26/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.261 Palavras (6 Páginas) • 391 Visualizações
1- A temática gira em torno de um discurso proferido por Sócrates em um tribunal ateniense no ano de 399 a.C, o qual tem como objetivo defender-se de acusações lançadas contra ele de ordem política e religiosa. A obra é composta por tópicos formados a partir da separação de acontecimentos, todos narrados por Sócrates em diálogo, sempre dirigido aos juízes, espectadores, acusadores e defensores. São esses tópicos:
• Exórdio
• Duas classes acusadoras
• Acusações antigas
• Ciência e missão de Sócrates
• A denúncia de Meleto
• Justificação de Sócrates
• Quem perderia mais com a condenação
• Abstenção da política
• A escola de Sócrates
• O estilo da defesa
• Análise da votação
• Discussão das penas
• Propõe Sócrates uma multa
• Aos que o condenaram
• Aos que o absolveram
2- Sócrates foi acusado de corromper a juventude de sua época e de tentativa de subversão social, ao suspostamente tentar implementar mudanças à religião grega, acusações sustentadas por três grandes figuras políticas de seu tempo, que correspondiam ao braço conservador da sociedade ateniense: Meleto, Ânito e Lícon.
3- Sócrates disse aos juízes que, caso condenado por ser sempre quem disse ser, o único dano causado não seria a ele, mas sim aos seus próprios condenadores, uma vez que os deuses jamais permitiriam que um homem melhor sofra danos de um pior. Ele argumentou com base em que Meleto nunca se importou com as acusações que proferia, uma vez que, ao se utilizar da gentileza e da amabilidade para com seu diálogo com o acusador, faz com que Meleto se confundisse em suas palavras, tornando-se claro que tais acusações nunca foram bem fundamentadas ou analisadas. Para ele, ser um filósofo e um homem da verdade era um presente divino, e uma vez que valorizava mais a alma que o corpo, não usaria de lágrimas e súplicas para obter a absolvição, mas unicamente a verdade e a razão, sendo sua sabedoria e a ironia o grande centro de toda sua defesa.
4- Diante da afirmação do Oráculo, a resposta de Sócrates foi a famosa frase "só sei que nada sei", onde reconheceu sua ignorância e a inexistência de valor na verdadeira sabedoria. Ele sai em busca de homens sábios durante sua investigação sobre o que de fato é a sabedoria, e o que descobre é que aqueles tidos como sábios nada tinham de conhecimento, levando-o a ver que a sabedoria poderia ser alcançada apenas partindo do pressuposto de nada saber, uma vez livre de qualquer limite. Para ele, ser o homem mais sábio de Atenas consistia no fato de sua perspectiva acerca do conhecimento, onde quanto mais se conhece, mais há o que conhecer.
5- Sócrates se recusou a pedir exílio, uma vez que encontrando condenação em sua própria terra, era certo que o mesmo ocorreria no exterior, e também desconsiderou o pagamento de multa, o qual não teria qualquer condição de arcar, ou a prisão, onde sabia que não poderia sobreviver. Assim, sua condenação girava em torno da morte, uma vez que ele se recusa a mudar seu estilo de ensinamento e suas convicções, a qual ele acreditava ser mais digna que viver em desgraça. Embora seu discurso acerca da pena não consista em sua refutação, ele tenta mostrar a própria falta de sentido no julgamento, já que nem ele sabia ao certo do que exatamente estava sendo acusado, e seus acusadores eram ineficientes ao explicar o processo e mesmo errantes com as palavras. Assim, torna-se uma duvida sobre qual pena seria a mais adequada para o suposto desvio de conduta que seus atos como filósofo haviam representado.
6- Sócrates, durante toda sua vida como filósofo, pregara a obediência e a submissão às leis as quais vivia sob. Em seu julgamento, ao contrário do que se esperava, ele jamais deixou de lado seus ensinamentos e sua concepção de moral, acatando a pena a qual fora submetido como uma manifestação da lei e portanto absoluta. Mantendo sua conduta perante o processo pelo qual foi submetido, Sócrates entendia que não haveria qualquer descrédito entre ele para com seus acusadores e os representantes da lei, uma vez que defenderia a verdade, segundo o que acreditava uma consequência do agir de forma correta, enquanto vivesse.
7- Sócrates acreditava que a justiça é pautada sobretudo pelo cumprimento da lei, não devendo ser julgada, portanto, com base em interesses obscuros e processos duvidosos, como era o caso de seu julgamento. Deveria haver sempre a manutenção da verdade e o direito à defesa com base naquilo que é
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