A LIBERDADE COMO QUESTÃO FILOSÓFICA
Por: Paula Lorenzoni • 4/6/2017 • Dissertação • 843 Palavras (4 Páginas) • 359 Visualizações
A LIBERDADE COMO QUESTÃO FILOSÓFICA
Na filosofia a liberdade se apresenta em oposições: necessidade-liberdade e contingência-liberdade. Alguns conceitos:
- Necessário: é essencial, algo que deve ser feito.
- Liberdade: é o direito de agir de acordo com o seu livre-arbítrio.
- Fatalidade: algo inevitável.
- Determinismo: todo acontecimento tem uma causa.
- Contingência: acaso, algo que pode vir a acontecer sem previsão.
Necessidade – liberdade: quanto mais o homem necessita fazer algo menos liberdade ele tem, pois mais tempo é preciso para concluir essa necessidade.
Podem também ser fatalidade – liberdade ou até mesmo determinismo – liberdade.
Fatalidade é algo inevitável assim como o determinismo é algo necessário.
Contingência – liberdade: muitas contingências podem acabar tirando a liberdade do homem, quando algo é planejado e por algum acaso tem que ser cancelado e retirado a liberdade de escolha.
CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS
Existem duas grandes concepções de liberdade as quais foram propostas por Aristóteles e Sartre, outra foi desenvolvida na escola de filosofia Estoicismo que ressurgiu mais tarde com Espinosa e Hegel.
A primeira delas foi apresentada por Aristóteles em sua obra Ética a Nicômaco a qual leva o nome de seu filho e discípulo, existe a hipótese de que a obra foi feita das anotações de Nicômaco durante as aulas dadas pelo seu pai. Nessa composição de Aristóteles é livre apenas aquele que possui a vontade de ser livre e tem a espontaneidade para escolher sem qualquer tipo de pressão ou obstáculo, além de escolher entre alternativas possíveis realizadas com ato voluntário.
Diferente da necessidade (inevitável) e do acaso (incerto) o ato voluntário depende apenas da vontade do indivíduo, afinal a decisão de fazer ou não foi tomada de livre vontade e que é determinada pela razão ou pela inteligência, ou seja, a causa não é incondicional e sim do pensamento. A inteligência leva a vontade a um caminho, porém não obriga o indivíduo a seguir podendo ir contra o que a inteligência diz ser correto. “A liberdade será ética quando o exercício da vontade estiver em harmonia com a direção apontada pela razão.” (DE SOUZA CHAUI, 2012, p.290).
Algum tempo mais tarde essa concepção foi retomada pelo filósofo Jean-Paul Sartre e foi levada ao extremo. Sartre dizia que se um determinado indivíduo estava em uma situação qualquer era decisão/vontade dele estar desse modo, pois outra pessoa na mesma situação poderia estar de modo diferente por sua própria vontade.
De acordo com Marilena de Souza Chaui (2012, p. 290)
Quando dizemos que não podemos fazer alguma coisa porque estamos fatigados, a fadiga é uma decisão nossa, tanto assim que uma pessoa, nas mesmas circunstâncias, poderia decidir não se sentir cansada e agir.
Segundo Sartre estamos fadados a liberdade assim como estamos fadados a necessidade, sendo a liberdade a definição da humanidade.
A segunda concepção de liberdade foi apresentada pelos Estoicos que seguiam a ideia aristotélica de liberdade como livre escolha, quem age sem pressão alguma por espontaneidade. Porém os estoicos não concordam com o fato de colocar a liberdade no ato da escolha, para eles faz parte de um todo. Esses consideravam o todo a natureza e diziam que era preciso estar em acordo com a natureza para se obter a sabedoria. A natureza é uma totalidade, um poder que age de acordo com seus próprios princípios que tem a capacidade de criar leis, normas e mantem todo o exterior sem ação sobre a natureza e com isso agem para seu próprio benefício sendo assim livres.
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