Genealogia da Moral: “Bom e mau” “Bom e ruim”.
Por: Naiane Silveira • 27/3/2016 • Dissertação • 465 Palavras (2 Páginas) • 2.159 Visualizações
Genealogia da Moral: “Bom e mau” “Bom e ruim”.
Primeira Dissertação: “Bom e mau” “Bom e ruim”
Considerando as questões levantadas pelos psicólogos ingleses de sua época, sobre a origem e conceito de “bom” Nietzsche nesta obra constata inicialmente duas aplicações. A primeira era a de que se fizessem algo que era considerado altruísta, útil e conveniente para o mesmo (bem estar consigo mesmo) isso seria definido como bom. “As ações não egoístas foram louvadas e consideradas boas por aqueles aos quais eram feitas, aqueles aos quais eram úteis”. (Nietzsche, Genealogia da Moral, p.5).
Porem essa aplicação de moral é segundo ele, acaba esquecida, pois com a prática frequente de um ato para eles considerado altruísta, isso era isso era visto como “bom” como se o ato em questão fosse algo bom por si só. “As ações não egoístas, pelo simples fato de terem sido costumeiramente tidas como boas foram também sentidas como boas, como se fossem em si boas.” (Nietzsche, Genealogia da Moral, p.5).
No entanto para o autor, essa dedução do que seria “bom” e sua origem se aplicaria aos nobres e poderosos que estabeleceram como bons os próprios atos, sendo tais atos úteis para eles mesmos.
Ele então, questiona como as pessoas poderiam esquecer as ações realmente altruístas, respondendo com a teoria de Herbert Spencer em que o conceito de bom se resume basicamente no “útil” e “conveniente”
Portanto, os aristocratas e as coisas ao seu redor, eram sinônimos de tudo aquilo que era “bom”. Consequentemente aqueles que não tinham tamanho poder, os “plebeus” acabavam sendo relacionados como o oposto (ruim). O exemplo disso seria o termo alemão “schlecht” (ruim) e “shlicht” (simples). Fazendo uma relação com o conceito de ruim, humilde, simples.
Até que os judeus por conta do ressentimento mudaram a perspectiva dos valores até então aplicados. Os pobres, que sofriam, eram necessitados eram vistos como bons e honestos e os senhores e poderosos eram cruéis e não seriam “bem aventurados”. “Os miseráveis somente são os bons apenas os pobres, impotentes, sofredores, feios, doentes são os únicos abençoados, unicamente para eles há bem-aventurança – mas vocês, nobres e poderosos, insaciáveis, os ímpios, serão também eternamente os desventurados...” (Nietzsche, Genealogia da Moral, p.9)
Depois desses ideais cravados pelo ressentimento judeu , Jesus de Nazaré, aplicava o amor e a bem aventurança aos pobres. Nietzsche afirma que assim como esses ideais prevaleceram em relação aos nobres. “Mas que quer ainda você com ideais mais nobres! Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu - ou 'os escravos', ou 'a plebe'...” (Nietzsche, Genealogia da Moral, p.10).
Por fim, com a mudança de perspectiva de bom, ao pensar na origem o “ruim” vem de dos nobres, enquanto o “mau” vem do ressentimento dos pobres. “Este “ruim” de origem nobre aquele “mau” quem vem do caldeirão do ódio do insatisfeito.” (Nietzsche, Genealogia da Moral,p.12)
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