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Livro Kelsen

Por:   •  5/9/2017  •  Ensaio  •  2.538 Palavras (11 Páginas)  •  253 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE DIREITO

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O que é o ser humano?

RAFAEL SOUZA DE CARVALHO

Salvador, 04 de Setembro de 2017

Durante o custo de Filosofia, chegamos a estudar aspectos do ser humano em diversas instâncias. Vimos aspectos como o corpo humano, mente, alma e aspectos individuais do ser. Vimos, ainda, a maneira como ele se relaciona com o meio em que vive (técnicas) e com seus semelhantes, na maneira como desenvolvia sua política, e formação de sua identidade. Ao ter feito o curso, adianto que não será possível definir o ser humano em uma única esfera. É preciso analisa-lo em diversos aspectos. Buscando apoio na Sociologia, dizemos que o homem é um ser social. Somos sociais, queremos viver em grupos, ter amigos para conversar, apenas opiniões, isto faz parte do íntimo de cada um, precisamos ter grupos de pessoas de diferentes pensamentos, mas que são harmoniosas, simplesmente por serem seres humanos, que necessita de ombro, de um sorriso, de uma festa regada de pratos diversificados da cabeça de cada um, tardes maravilhosas de alegria, de conversas amenas que eleva o ser e que entra a noite adentro e a alegria permaneça cada vez mais prazerosa. Não é apenas um animal que age conforme seu extinto. Podemos dizer que os animais vivem em harmonia com sua própria natureza porque os instintos animais são regidos por leis biológicas, o que torna possível prever as reações típicas de cada espécie. O animal age de acordo com suas características da sua espécie. Também tem animais superiores são capazes de encontrar soluções criativas porque fazem uso da inteligência, como macacos, cachorros e gato. A inteligência animal, porém, pode ser considerada verdadeira por se tornar uma experiência de vida naquele momento. Existem pesquisas que buscam saber da distinção entre instinto e inteligência, entre inteligência animal e humana. Assim, apesar disso, essas habilidades servem apenas para melhor adaptar o animal ao mundo natural, sem no entanto ultrapassa-lo, experiência essa exclusiva da aventura humana. Diferente dos animais, cujos atos são sempre os mesmos para cada indivíduo da espécie a que pertencem, nós desenvolvemos comportamentos diversificados e precisamos da educação para sermos propriamente humanos. Entende-se aí como “humano”, aquele que é capaz de viver em uma sociedade ou grupo de indivíduos. Sabe-se que existe um processo pelo qual cada criança recebe a herança cultural, sempre através de seus ascendentes, com os quais aprende os símbolos, uma linguagem, e torna-se capaz de agir e compreender a própria o mundo a sua volta, se relacionando com ele. Dessa forma, o processo que permite o desenvolvimento da individualidade encontra-se ligado com a socialização, pela qual o ser humano aprende com os resultados da vivência e da história da sociedade que nasceu.

No meio animal, as ações de instinto e inteligência são bem definidas. No humano a inteligência é abstrata, pois ela tem a capacidade de agir sobre o mundo. O ser humano é o único transformador da natureza, e o resultado dessa transformação é chamada de cultura. A cultura é o processo de experiências vividas pelo homem. A produção de cultura requer linguagem simbólica como palavras, números, notas musicais ou gestos. A linguagem simbólica possibilita o desenvolvimento da técnica e, portanto, do trabalho, como forma sempre renovada de intervenção na natureza. Ao reproduzir as técnicas já utilizadas pelos ancestrais e ao inventar outras novas, o ser humano trabalha, transformando não só a natureza como seu próprio ser. A linguagem simbólica e o trabalho humano são parâmetros para distinguir o ser humano dos animais.

Desde a antiguidade, quando o homem surgiu, grupos se formaram para garantir a sobrevivência, com a vantagem de possuir um cérebro, capaz de dar ao homem a capacidade do pensamento, o poder de pensar e saber fazer escolhas com relação a viver ativamente em sociedade ou grupos, dada a fragilidade do ser humano diante dos outros animais. Sem dúvida, o homem se distingue dos demais seres vivos do planeta pelo seu modo de vida altamente especializado, marcado pela transmissão de informações de geração a geração por experiência, e pelo uso da linguagem e de outras representações simbólicas. O contexto cultural permite uma acumulação de informações dentro do grupo, que se refletem em crenças, práticas e rituais. Entre outras coisas, a cultura dispensa o indivíduo de aprender por ensaio, tudo de novo, a cada geração, ao mesmo tempo em que permite a adição de novas aprendizagens decorrentes das experiências de cada um. Este arranjo parece possibilitar o ajustamento a uma grande variedade de desafios do meio, como a própria história da humanidade pode atestar. Costumamos nos orgulhar desta capacidade, que nos distancia dos demais animais, que nos confere certo poder sobre as forças naturais e que, até um ponto, parece nos libertar de nossa própria natureza.

No século XVIII, Rousseau situou duas etapas determinantes do processo de transição do estado de natureza para o estado civil: primeiro, o início da sociedade civil com a instituição da propriedade privada e, segundo, como simultâneo ao aparecimento das desigualdades. “O verdadeiro fundador da sociedade foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer ‘isto é meu’, encontrou pessoas simples e humildes o suficiente para acreditá-lo”. Rousseau exemplifica dessa forma a instituição da propriedade privada e a hipótese da desigualdade humana para o principal problema da organização política. Divisão do trabalho, agricultura, metalurgia, tudo levando à descoberta da propriedade e dela à desigualdade e opressão. A propriedade determina o que é "meu" e o que é "seu" e, como há capacidades diferentes, fatalmente uns terão mais do que outros e quererão manter sua posse e transformá-la em propriedade.

Além do fato de o homem ser considerado um animal social e falarmos um pouco sobre o conceito de sociedade e das relações de convívio, temos a referência ao humano como um adjetivo com o significado de bondoso ou generoso, compreensivo ou tolerante. Podemos citar um exemplo da área de saúde, quando usamos o termo ”humano” para caracterizar médicos e a sua relação com os pacientes são aqueles que tratam os seus pacientes com especial cuidado, que procuram ouvi-los atentamente e orientam o tratamento da forma mais agradável. Aqui trago Sartre que acreditava que o ponto pelo qual o pensamento filosófico deveria partir é a intencionalidade e não a realidade humana. Fiel que era ao pensamento de Husserl, utilizou a fenomenologia para atingir a sua meta. Sartre, tinha como meta examinar a consciência no mundo. A consciência é engajada no mundo de tal forma que o para si não existe sem mundo, mas apenas, como o diz Sartre, “uma plenitude diferenciada do ser”. Para a consciência atingir as coisas, precisa conter o nada, o não-ser. Nós só podemos negar as coisas, nadifica-las, porque carregamos conosco uma espécie de nada. Para Sartre o nada tem como fundo o próprio ser. É o ser que faz surgir o nada pela imaginação. Esta forma de ser da consciência cria uma totalidade que não existe.

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