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O DIREITO DAS MULHERES NA FILOSOFIA DE MARY WOLLSTONECRAFT E OLYMPE DE GOUGES: REFLEXÃO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS NO MOVIMENTO POPULAR BRASILEIRO “#ELENÃO”

Por:   •  15/4/2019  •  Artigo  •  3.402 Palavras (14 Páginas)  •  517 Visualizações

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O DIREITO DAS MULHERES NA FILOSOFIA DE MARY WOLLSTONECRAFT E OLYMPE DE GOUGES: REFLEXÃO SOBRE OS DIREITOS HUMANOS NO MOVIMENTO POPULAR BRASILEIRO “#ELENÃO”.

Hugo Alves Barbosa[1]

Jardson Oliveira da Costa[2]

John Of God[3]

Leonardo Rufino da Silva[4]

Lívio Costa da Silva[5]

Thiago Rafael de Oliveira[6]

Michel Albuquerque Maciel[7]

José Paulo Lima[8]

Willian da Silva Aragão[9]

Jeane Torres[10]

RESUMO

O presente artigo cientifico visa relacionar o direito das mulheres a partir da filosofia de Mary Wollstonecraft e Olympe de Gouges fazendo uma reflexão sobre o surgimento do movimento popular brasileiro #EleNão, tendo como ponto de partida o discurso político do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro. A motivação desta pesquisa se concretiza pelo fato de conhecermos a filosofia das duas já citadas, ao qual ambas estão presentes no contexto que contempla a revolução francesa, a partir desse fato, o objetivo desta pesquisa é comparar a luta pelos direitos das mulheres no contexto da revolução francesa com o movimento de frente feminista que surgiu para se opor ao então candidato à Presidência da República Dep. Jair Messias Bolsonaro. O presente artigo foi elaborado por natureza reflexiva e bibliográfica, pois como o movimento #EleNão surgiu a partir da revolta popular do discurso e de atitudes do candidato nesta recente campanha eleitoral, tal fato é nosso campo de pesquisa e reflexão. É defendido neste artigo que o espírito e desejo de luta das mulheres está cada vez mais presente nesta sociedade que por vários séculos reprimiu e calou as mulheres opondo-as ao machismo que dominou a base da civilização por muito tempo, sendo o surgimento deste movimento popular como um exemplo deste espírito de indignação e desejo de mudanças das mulheres.

Palavras-chave: Mary Wollstonecraft, Olympe de Gouges, #EleNão, Jair Bolsonaro.

INTRODUÇÃO

A história da humanidade durante muito tempo foi contada a partir do homem, desde o princípio dos tempos a figura masculina sempre foi vista como superior a mulher, dessa maneira, as mulheres foram discriminadas, e sofreram muito preconceito.  

O período de 1789 que contempla a revolução francesa foi pano de fundo para se refletir sobre os direitos naturais dos homens, brancos, proprietários, mas não se repensou nos direitos das mulheres, neste contexto histórico surgem a figura de Mary Wollstonecraft e Olympe de Gouges como grandes expoentes na luta pelos direitos das mulheres e da cidadã.

Neste artigo, iremos abordar a luta destas duas francesas em seu tempo, comparando-as com as motivações para o surgimento do movimento popular brasileiro #EleNão, visando como base o discurso político na atualidade, tendo foco o discurso do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro.

A filosofia de Olympe de Gouges e Mary Wollstonecraft: a luta pelos direitos das mulheres.

Antes do século XX, houve-se poucos escritos em prol da defesa dos direitos das mulheres, dentro desses poucos escritos se destaca a obra da inglesa Mary Wollstonecraft, A vindication of the rights of women (A reivindicação dos direitos da mulher), publicada em 1790, tendo como pano de fundo o contexto social e histórico de questionamento e exigência de limitação do poder político-estatal absolutista e a conquista dos direitos individuais.

Mary Wollstonecraft é um dos maiores expoentes pela luta dos direitos das mulheres na modernidade, contraponto as assertivas de Jean Jacques Rousseau, Wollstonecraft defende a educação igualitária para ambos os sexos, pois só uma educação de qualidade é capaz de formar mulheres independentes, que possam ajudar no desenvolvimento econômico, educacional e familiar da sociedade.

Wollstonecraft rebate as assertivas de Jean-Jacques Rousseau contidas na obra Emilio ou da educação, por discordar sobre a consideração da fraqueza moral das mulheres que justifica a submissão feminina às faculdades dos homens que são superiores à delas, bem como reduzir à mulher, com o casamento, à condição de escravas por conveniência.[11]

Durante o século XVIII, ainda se discutia se as mulheres tinham racionalidade, sendo assim, elas eram excluídas da vida pública, tendo como “única serventia” cuidar da casa e da família, eram formadas para valorizar a aparência e satisfazer os prazeres dos homens. Com isto, Mary Wollstonecraft, tenta provar que as mulheres eram racionais e mereciam ser educadas para ajudar no desenvolvimento da sociedade.

A fonte dos problemas das mulheres é a negligência da educação oferecida a elas. E essa inferioridade tem “causas concorrentes” tendo origem nas desigualdades que a própria sociedade impõe sobre as mulheres. Para ela, as mulheres só são inferiores no que diz respeito a força física, todavia apenas nesse ponto existe essa diferença, pois segundo Wollstonecraft

[...] Contudo, eu ainda insisto, que não apenas a virtude, mas o conhecimento dos dois sexos deveria ser da mesma natureza, se não em grau, e que as mulheres, consideradas não apenas como criaturas morais, mas racionais, devem empenhar-se na aquisição de virtude humanas (ou perfeições) pelos mesmos meios que os homens, em vez de serem educadas como um tipo de ser (pela metade) extravagante – uma das quimeras selvagens de Rousseau. (WOLLSTONECRAFT, 2015, p. 66)

Wollstonecraft acreditava que meninos e meninas deveriam estudar juntos, independente da cor ou classe, para com o decorrer do tempo irem desenvolvendo as capacidades físicas e mentais, segundo ela, era a falta de uma boa educação que é o motivo da ignorância e da subordinação das mulheres.

A educação permitiria que as mulheres aprendessem a exercitar a razão e, como consequência, aprimora a virtude. Desse modo, as mulheres poderiam tornar-se melhores esposas e mães, beneficiando toda a sociedade. (MIRANDA, 2015, p. 16)[12]

Mary queria despertar nas mulheres o senso crítico, queria mostrar-lhes que são mais que apenas brinquedos nas mãos dos homens, que são mais que um corpo exuberante, que são mais que rostos bonitos, que são mais que serviçais dos homens, o objetivo de Wollstonecraft era que

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