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O Parecer Sobre Olavo de Carvalho

Por:   •  29/6/2020  •  Artigo  •  3.949 Palavras (16 Páginas)  •  146 Visualizações

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Juventude

Primeiros capítulos são um anátema à juventude impetuosa. Culto à juventude é errado. Despreza o conhecimento um país que cultua demais a juventude. Os jovens paraenses parecem ser melhores.

Conhecimento

Fala mal do brasileiro, que despreza o conhecimento. Traço “natural” de nossos compatriotas. E aí reduz a classe rica e próspera a um conceito de classe ignorante, como aquela que acredita que Lula é neoliberal, que comunismo acabou, essas coisas. Tanto que lá fora, enfermeiras gostam do Olavo, mas no prazo o desprezam. Para ele, isso seria devido à falta de conhecimento do brasileiro. Povo ignorante da porra.

Classe intelectual brasileira está cheia de gente que “não conhece”, sem pensamento crítico. Nossas universidades a mesma coisa.

Em tudo ele faz citações em outras línguas e referências rasas a autores, para dar mais brilho aos seus argumentos, que são mais falácias ad hominem do que qualquer outra coisa. Nenhum dos seus artigos apresenta o mínimo rigor metodológico.

Seus textos são uma dose de verdade e coerência (tem umas coisas legais mesmo que ele fala), para um monte de baboseira, teorias conspiratórias e ofensas rasas.  

Vocação

No primeiro capítulo aqui ele diz que devemos um pouco de nossas vocações à imigração de árabes, judeus e alemães. Nenhuma referência aos negros e aos indígenas e aos ibéricos ,que formam o grosso da nossa herança genética. Senti um preconceito velado. Mas é legal a crítica que faz aos que só procuram empregos me´diocres e satisfação financeira. Deu um nome bonito para uma coisa meio óbvia, que é, em outras palavras, o distanciamento dos teóricos da realidade. Ficam “voando na maionese”, criando teorias, que não possuem aplicação prática. Ele chama isso de “paralaxe cognitiva” e acusa as academias de alimentarem essa distorção entre a realidade e a teoria. Legal.

Cultura

Em síntese, toda sua verborreia intelectual é para chegar à conclusão de que em quinhentos anos o Brasil e suas academias não produziram nada de substancioso no campo da cultura e do conhecimento, de forma originária. A gente não “cria”, “copia”, em outas palavras. Aqui também muito uso de argumento ad hominem.

Faz uma apologia à religião, à língua e à alta cultura. Mas não define bem no que consistem esses termos. Alta cultura parece ser cultura de elite. Estaria fora da cultura do povo brasileiro também (da alta cultura, diria) o samba, o carnaval, o chorinho, o tamborim, as gírias. Tudo isso não tem relevância.

Ele inverte aqui a ordem dos fatores. Diz que antes da prosperidade econômica, um povo necessariamente tem que valorizar suas “capacidades nacionais”. Fala bonito pra concluir isso, dá exemplos onde isto supostamente teria acontecido, mas não faz uma análise com rigorosismo científico da História, quando ela, no mais das vezes, dá conta do contrário, isto é, que a criação cultural é fruto da prosperidade econômica e que essa criação cultural nem sempre é “originária”, mas contém elementos estrangeiros. Roma copiou a mitologia e a cultura grega em variados aspectos, copiou calendários dos egípcios, etc, e só depois de se tornar um império rico vieram Cícero, Augusto, Sêneca, etc. Poderia citar outros exemplos da História que desmentem a tese de Olavo, como a cultura indiana, riquíssima e sem prosperidade material; a chinesa, agora rica em dinheiro, mas que foi pobre no mais das vezes; a islâmica, que hoje vive uma decadência material e civilizatória notáveis, que que é de uma riqueza cultural incrível. Os próprios EUA, que ele toda hora cita como exemplo, não possuem, propriamente, uma cultura “nacional”, digamos. Os fundadores dos EUA estudaram na Europa, a língua que eles falam é de uma potência estrangeira, a Inglaterra, seus filósofos e literatos surgiram antes, durante e depois de eles se tornarem um império na economia, a mostrar que nem sempre a relação entre properidade econômica e riqueza cultural é conjuntiva. Uma pode vir sem a outra, a outra pode vir sem uma, e vice versa. A duração de um império também não depende somente de cultura, mas é uma constatação meio óbvia que a cultura detém um papel importante na estabilidade de um império. Aqui de novo uma alfinetada nos países ibéricos, que, segundo Olavo, não teriam produzido cultura, e, por isso, teriam durado pouco seu império marítimo.

Fala da degradação cultural brasileira. A chamada “alta cultura” teria desaparecido. Fala mal de veríssimo, Paulo coelho, e fala que nossa cultura é nada perto da cultura estrangeira (elevados padrões internacionais...). Valoriza muito os EUA dizendo que lá o debate é por livro e não artigo de jornal, comentário televisivo, etc. Ele admira muito mesmo os EUA, como um povo cheio de alta cultura. Parece fake o fato de Ronald Reagan ter confundido a capital do Braisil com a da Argentina, ou a notória falta de conhecimento geral em História, Filosofia e Geografia dos americanos em geral. Complexo de viralatisse  que nunca vi em nenhum lugar.

Pobreza

Origem na falta de educação. Não teria causas econômicas

Aqui fala umas coisas bonitinhas.

Pagar “dívida social” seria charlatanice. Lula é um pobretão ressentido. Fala bem mal do Lula.

Fingimento

“nenhuma literatura no mundo é tão abundante de tipos insinceros e fingidos como a nossa”.. rs viralatisse elevada à décima potência.

Academia só dá coisa caquética, repetitiva e balofa. História Oficial não e valorizada, nem nossos heróis e nossas tradições. Tudo tem que ter um quê de condenação, de luta de classes, etc.

“Todo o “debate brasileiro” é uma troca de coices num cemitério de cavalos” – falácia de composição, de generalização precipitada, de apelo emocional.

Pra ele, todo, eu disse TODO, intelectual esquerdista, petista, gayzista, africanista e feminista é histérico. TODO, ISSO MESMO, TODO E QUALQUER INTELECTUAL DESSSAS CATEGORIAS.

Democracia

Critica a democracia e diz que ela está a caminho da ditadura. Demonstra uma soberba evidente por toda produção cultural que não advenha da “alta cultura”. Pra ele, fascismo, comunismo, e tudo que é perversão da democracia veio da valorização das culturas “menores”, do populacho. Ele parece ser um aristocrata típico.

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